26/09/2012

Todos os Caminhos Levam a Roma: resenha de um leitor II.

Nota: esta resenha é do amigo, futuro afilhado e irmão na Fé, Augusto de Carvalho Mendes. Veja a opinião de outro leitor aqui.



Nesse final de semana, peguei o livro de Chesterton Todos os Caminhos levam a Roma, recém traduzido pelo professor Angueth, e o li rapidamente. Gostaria de parabenizar o Tradutor por mais esse relevante serviço prestado aos leitores brasileiros! 

O livro é de leitura muito agradável, fiquei lendo por horas durante a madrugada do sábado para o domingo, lendo metade dele, e concluindo a leitura na segunda. Como podem ver, o livro pode ser lido rapidamente e, garanto, com bastante proveito. 

Ficou tudo muito bom, da capa à tradução, passando pelas excelentes notas que ajudam muito na compreensão dos textos e pela introdução que mostra o que poderia, talvez, ser chamado de "pré-história" da conversão de Chesterton (ou, talvez, em outro sentido, o catolicismo “pré-histórico” dele).

Nunca tinha lido nenhum livro do Chesterton e agora estou convencido da sua importância para os católicos. Digo isso tendo em vista o modo de argumentação, as imagens literárias e os exemplos usados por ele. Chesterton consegue exprimir verdades da Doutrina Católica de uma forma mais compreensível para o leitor do século XXI. Para os que querem conhecer, transmitir e defender a Fé Católica, parece-me realmente importante ler Chesterton, visto que, por exemplo, num debate sobre religião feito hoje, um argumento ao estilo escolástico não sei acompanhado pelos ouvintes por nem um minuto, algumas comparações feitas pelos Padres da Igreja dificilmente seriam compreensíveis, mas, ao contrário, as imagens e comparações feitas pelo escritor inglês são muito mais acessíveis e inteligíveis, tanto por sua capacidade expressiva, quanto pelo fato de que, infelizmente, ainda vivemos muitos dos problemas vividos e combatidos por ele. Aquilo que o Concílio Vaticano II disse que queria fazer, Chesterton fez várias décadas antes e sem distorcer e falsificar, em vários pontos, a Fé Católica.

Achei bastante interessante que Chesterton aborda alguns aspectos que seriam também desenvolvidos por Eric Voegelin. Contudo, como Voegelin não era católico, não pôde se valer do benefício que Chesterton aponta no livro sobre o desenvolvimento de idéias dentro da Igreja Católica e descambou para uma crítica exagerada, assim me parece, de tudo que se consolide numa doutrina bem formulada, mais ou menos como os modernistas, confirmando que Chesterton estava certo: fora do local correto, ou seja, fora da Igreja Católica, uma idéia excelente pode se converter numa monstruosidade, mesmo quando desenvolvida por um homem genial e profundamente honesto.

Só me resta procurar os livros já publicados e esperar pelos próximos lançamentos que, se Deus quiser, chegarão.

Muito bom livro!

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