São Pedro de Alcântara foi confirmado Padroeiro do Brasil, por solicitação de D. Pedro I, pelo Papa Leão XII, em 31 de maio de 1826.
A oração ao nosso padroeiro, que constava dos Missais até a década de 1940, é a seguinte:
Ó grande amante da Cruz e servo fiel do divino Crucificado, São Pedro de Alcântara; à vossa poderosa proteção foi confiada a nossa querida Pátria brasileira com todos os seus habitantes.
Como varão de admirável penitência e altíssima contemplação, alcançai aos vossos devotos estes dons tão necessários à salvação.
Livrai o Brasil dos flagelos da peste, fome e guerra e de todo mal. Restituí à Terra de Santa Cruz a união da fé e o verdadeiro fervor nas práticas da religião.
De modo particular, vos recomendamos, excelso Padroeiro do Brasil, aqueles que nos foram dados por guias e mestres: os padres e religiosos.
Implorai numerosas e boas vocações para o nosso país.
Inspirai aos pais de família uma santa reverência a fim de educarem os filhos no temor de Deus não se negando a dar ao altar o filho que Nosso Senhor escolher para seu sagrado ministério.
Assisti, ó grande reformador da vida religiosa, aos sacerdotes e missionários nos múltiplos perigos de que esta vida está repleta.
Conseguí-lhes a graça da perseverança na sublime vocação e na árdua tarefa que por vontade divina assumiram.
Lá dos céus onde triunfais, abençoai aos milhares de vossos protegidos e fazei-nos um dia cantar convosco a glória de Deus na bem-aventurança eterna. Assim seja.
É forçoso querido Padroeiro, que adicionemos mais uma súplica a esta bela oração: Livrai o Brasil dos flagelos do comunismo e do abortismo.
O que vai abaixo é a tradução do blog da vida de São Pedro de Alcântara escrita por Pe. Alban Butler, um dos grandes hagiólogos de todos os tempos, de quem o blog já traduziu a vida de São José. Butler escreveu a vida dos santos em doze volumes que foram publicados entre 1779-1780, obra que é considerada uma reprodução resumida, mas fiel, da famosa Acta Sanctorum.
A Oratio da Missa Tridentina de 19 de outubro, dedicada a este santo reza:
Ó Deus, que fizestes brilhar S. Pedro, vosso Confessor, com os Dons de uma admirável penitência e de uma contemplação sublime, permiti, Vos pedimos, que, auxiliados com os seus méritos, e mortificando a nossa carne, obtenhamos mais facilmente os bens celestiais.
Com a palavra, Pe. Butler.
A vida de São Pedro de Alcântara
Alban Butler
De sua biografia, escrita por Pe. João de Santa Maria, em 1619, e também de Pe. Martinho de São José, em 1644: inclui também a descrição edificante de Santa Teresa, encontrada em sua autobiografia.
Cristo declara que o espírito e a prática constante da penitência é o fundamento da vida espiritual cristã. Esta grande e importante máxima, que em épocas mais recentes tem sido pouco compreendida, mesmo dentre aqueles que se consideram cristãos, é demonstrada pelo exemplo deste santo que confunde nossa indolência e silencia nossas desculpas vãs. São Pedro nasceu em Alcântara, uma pequena cidade da província de Estremadura, na Espanha, em 1499. Seu pai, Afonso Garavito, era jurisconsulto e governador da cidade; sua mãe era de alta linhagem, e ambos eram pessoas eminentes por sua piedade e mérito pessoal. Desde muito cedo, Pedro descobriu as mais felizes disposições para com a virtude e parecia um milagre que naquela idade já demonstrasse o fervor e a infatigável constância na prática da oração. Ele ainda não terminara seus estudos em sua cidade, quando seu pai morreu. Pouco depois disso, ele foi enviado a Salamanca para estudar Direito Canônico. Durante os dois anos que passou naquela universidade, ele dividia seu tempo entre a igreja, o hospital, a escola e seus aposentos. Em 1513, ele foi chamado de volta a Alcântara, onde deliberou sobre sua vida futura. De um lado, o demônio lhe representava a fortuna e a carreira que lhe estavam abertas no mundo; de outro lado, escutando as sugestões da graça divina, considerava tanto os perigos de tal curso de vida quanto a felicidade e as vantagens espirituais do afastamento do mundo. Isto tocou fundo o seu coração e ele sentiu em sua alma o forte chamado a uma vida religiosa, em que ele não tivesse outra preocupação que não a de assegurar sua própria salvação. Resolvido, assim, a abraçar a sagrada Ordem de São Francisco, aos 16 anos de idade ele tomou o hábito daquela austera regra, no solitário convento de Manjarez, situado nas montanhas que correm entre Castela e Portugal. Um espírito de ardente penitência determinou sua escolha dessa rigorosa instituição, em imitação do Batista, e ele se tornou ainda mais solícito, depois de sua admissão, em aprimorar tal espírito com um zelo particular, pois que estava consciente de que as virtudes características de cada estado devem imprimir a quem nele se encontra um singular espírito de serviço a Deus.
Durante seu noviciado, ele se esforçou incessantemente para subjugar seu inimigo doméstico por meio das maiores humilhações, dos mais rigorosos jejuns, de incríveis vigílias e outras severidades. Tais eram seus fervores que as mais dolorosas austeridades não lhe eram temerárias nem difíceis; seu afastamento do mundo, desde o primeiro momento de sua renúncia, foi tão completo, que ele parecia em seu íntimo não somente morto ou insensível ao mundo, mas nele crucificado; sua união com seu Criador parecia não sofrer interrupção durante nenhuma ocupação exterior. Sua primeira ocupação foi cuidar da sacristia (o que era mais conforme a sua devoção), depois do portão e posteriormente do porão; de todos esses ofícios ele se desincumbiu com precisão incomum, e sem prejuízo de seu recolhimento. Seus olhos e outros sentidos eram mais facilmente mantidos sob o governo da razão e não rompiam, por simples curiosidade, o recolhimento interior de sua mente. Tal era o controle que ele impunha aos seus sentidos que depois de um tempo considerável de vida religiosa, ele não sabia se a igreja de seu convento possuía ou não uma abóbada. Depois de se ocupar em servir no refeitório por meio ano, ele foi repreendido por seu superior por não oferecer aos frades as frutas sob sua custódia; a que o servo de Deus humildemente respondeu que nunca tinha visto fruta nenhuma. A verdade era que ele nunca elevava seus olhos, e as frutas pediam do teto, penduradas por seus galhos, como é usual em países onde as uvas são secas e preservadas. Ele viveu quatro anos num convento sem notar que existia uma árvore próxima à porta. Ele freqüentou por três anos o mesmo refeitório sem perceber nenhuma outra parte dele senão a parte da mesa em que se assentava, e o chão que pisava. Ele disse a Santa Teresa que certa vez viveu numa casa por três anos sem ter conhecido qualquer dos irmãos religiosos senão por suas vozes. Do momento em que tomou o hábito até sua morte, ele nunca fitou a face de uma mulher. Estas eram as marcas de um homem verdadeiramente religioso, que estudava diligentemente os meios de morrer para si mesmo. Sua comida foi, por muitos anos, pão molhado na água, ou ervas insípidas que, quando viveu como eremita, ele ferventava em grande quantidade, para gastar menos tempo servindo seu corpo, e as comia frias, tomando um pouco de cada vez para sua refeição que, por tempo considerável, ele fazia de três em três dias. Além das ervas insípidas, ele às vezes se permitia um mingau feito de sal e vinagre; mas isto somente em grandes festas. Por algum tempo, sua refeição usual era uma sopa feita de feijão; sua bebida, uma pequena quantidade de água. Ele parecia, pelos seus longos períodos de mortificação, ter quase perdido o paladar; pois quando um pouco de vinagre e sal era colocado numa tigela de água morna, aquilo se passava para ele como sua usual sopa de feijão. Ele não tinha outra cama que uma áspera pele animal jogada ao chão, sobre que se ajoelhava a maior parte da noite, assentando-se às vezes em seus calcanhares para um pequeno repouso; mas ele dormia assentado, encostando sua cabeça na parede. Suas vigílias eram as mais difíceis e as mais inacreditáveis de todas as austeridades que praticava; com o que ele se acostumou gradualmente, de forma que elas pareciam não ser prejudiciais à sua saúde; e as quais, tendo uma robusta constituição corporal, ele se considerava capaz de suportar. Ele era assaltado por violentas tentações e por cruéis inimigos espirituais; mas, pelo socorro da divina graça, e pelas armas da humildade e oração, saia sempre vitorioso.
Poucos meses depois de sua Profissão, Pedro foi enviado de Manjarez a um remoto e retirado convento perto de Belviso, onde ele construiu uma cela com barro e ramos de árvores, a alguma distância do restante, em que praticava extraordinárias mortificações sem ser visto. Uns três anos depois, ele foi enviado, pelo ministro provincial, a Badajos, a metrópole de Estremadura, para ser superior de uma pequena fundação recentemente lá estabelecida, embora ele tivesse então apenas vinte anos de idade. Os três anos que passou à frente da fundação lhe pareceram uma dolorosa escravidão. Quando esses anos se passaram, ele recebeu a ordem do ministro provincial para se preparar para a ordenação. Embora ardentemente suplicasse por um maior prazo, ele foi obrigado a aceitar, e foi promovido ao sacerdócio em 1524, e logo depois se ocupou da pregação. No ano seguinte, ele foi nomeado guardião de Placêcia. Em todos os postos de comando, ele se considerava um servo da comunidade e olhava para seu cargo como uma grave obrigação de encorajar os outros na prática da penitência por meio de seus próprios exemplos. Nosso santo, que nunca conheceu o jugo do mundo ou de hábitos viciosos, entrou pelo caminho penitencial num estado de inocência e pureza que parecia nunca ter se manchado com a culpa do pecado mortal. Mas pelas máximas do Evangelho, e do espírito de Deus, que guia todos os santos, um profundo sentimento foi impresso em sua alma: da obrigação que tem todo cristão de fazer de sua vida uma martírio de penitência, para satisfazer a justiça divina em relação às infidelidades tanto passadas quanto diárias, para prevenir a rebelião dos sentidos e das paixões, e para superar a oposição que a carne e a vontade própria levantam contra o espírito, a menos que elas estejam completamente subjugadas e obedientes. Tampouco Deus pode reinar num coração que abriga a menor centelha de desejos desordenados. Cada um, portanto, deve a Deus um sacrifício de mortificação exterior e uma negação de sua vontade própria, com uma constante compunção de espírito e um rigoroso e imparcial auto-exame ou inspeção dos obscuros recessos do seu coração, a fim de descobrir e extirpar as raízes de todas as viciosas inclinações nascentes. São Pedro, por seu próprio exemplo, inspirou seus irmãos religiosos com o fervor a todos os ramos da santa penitência, enquanto que, ao purificar as afeições de seu coração, ele preparava sua alma para as graças mais sublimes do amor divino e da contemplação celestial. Quando terminou seu segundo período de governo de seus confrades, ele se dedicou por seis anos à pregação. Penetrado pelos mais profundos sentimentos de humildade, compunção, e soberano desprezo por todas as coisas terrestres, e flamejando com a mais ardente caridade, ele aparecia nos púlpitos como um serafim enviado por Deus para elevar os pecadores a um verdadeiro espírito de penitência, e para acender em seus peitos mais congelados o fogo do amor divino. Foi incrível o fruto produzido por seus sermões. Além de seus talentos naturais e de seu conhecimento, ele era enriquecido por Deus com um sublime conhecimento e sentido, experimentais e infusos, das coisas espirituais, e das sagradas vias da virtude, que nunca são adquiridos pelo estudo, mas são fruto somente da divina graça, de um eminente espírito de oração, de hábitos adquiridos, e da prática heróica de todas as virtudes. Tão somente o semblante ou a presença do santo já parecia um poderoso sermão, e dizia-se que ele precisava apenas estar presente para operar conversões e para despertar na audiência suspiros e lágrimas.
O amor à solidão, que era sempre a inclinação predominante de São Pedro, o fez suplicar ardentemente a seus superiores para que fosse colocado num remoto e solitário convento, em que pudesse se entregar à doce ocupação da contemplação divina. Em aquiescência à sua suplica, ele foi enviado ao convento de Santo Onofre, em Lapa, perto de Soriano, situado num ermo espantoso; mas, ao mesmo tempo, ele foi nomeado o guardião ou diretor da casa. Naquele lugar retirado, ele compôs seu livro de ouro, Oração Mental, a pedido de um cavalheiro piedoso, que sempre o escutara falar sobre tal assunto.[1] Este excelente pequeno tratado foi justa e grandemente estimado como uma obra-prima por Santa Teresa, Luis de Granada, São Francisco de Sales, Papa Gregório XV, rainha Cristina da Suécia, e outros. Nele, as grandes vantagens e a necessidade da oração mental são brevemente estabelecidas: todas as suas partes e seu método são explicados e exemplificados por meio de afeições do amor divino, de oração e de agradecimento, e especialmente de súplica e petição. Meditações curtas sobre os novíssimos e a Paixão de Cristo são adicionadas como modelo. Luis de Granada empenhou-se, fundamentado neste livro, tornar a prática da oração mental fácil e familiar aos cristãos, numa época que deve todos os seus males espirituais ao desprezo aos meios necessários à verdadeira virtude interior. Nosso santo nos deixou outro pequeno tratado, Paz de Alma ou Uma Vida Interior, não menos excelente do que o anterior.[2] São Pedro era ele próprio um excelente aluno na escola do amor divino, e nos exercícios de contemplação celestial. Sua oração e união com Deus eram habituais. Ele celebrava missa com uma devoção que impressionava a todos, e não raro com rios de lágrimas, ou com arrebatamentos. Era comum que ele permanecesse em oração por toda uma hora, com seus braços abertos e seus olhos elevados para o alto, sem o menor movimento. Seus êxtases em oração eram freqüentes, e às vezes de longa duração. Tão grande era sua devoção ao mistério da Encarnação e ao Santíssimo Sacramento do altar, que até mesmo a menção ou pensamento neles era suficiente para arrebatá-lo. O excesso de doçura celestial, e as grandes revelações que recebia em suas freqüentes uniões com Deus são difíceis de expressar. No júbilo de sua alma sob a impetuosidade do amor divino, ele às vezes era incapaz de se conter e cantava louvores divinos de forma maravilhosa. Para fazer isso mais livremente, ele algumas vezes se dirigia para o campo, onde os camponeses, que o ouviam cantar, o confundiam com Aquele que se encontrava ao seu lado.
A reputação de São Pedro chegou aos ouvidos de D. João III, Rei de Portugal, e ele desejou consultá-lo a respeito de alguns problemas de consciência, e São Pedro recebeu uma ordem de seu provincial para que se reportasse ao rei em Lisboa. Ele não fez uso das carruagens que o rei colocou à sua disposição, mas viajou a pé, sem sandálias, segundo seu costume. D. João ficou tão satisfeito com suas respostas e conselhos, e tão edificado por seu santo comportamento, que o fez prometer outra visita para breve. Nessas duas visitas, o santo converteu diversos senhores da corte; a infanta Maria, a irmã do Rei, desprezando as pompas do mundo, fez privadamente os três votos das religiosas [obediência, pobreza e castidade], embora ela continuasse na corte e usasse a indumentária secular nas ocasiões em que sua presença fosse necessária. Essa princesa fundou um convento de irmãs descalças, as Clarissas Pobres de Lisboa, para moças castas, e tanto ela quanto o rei desejavam manter o santo na corte. Mas, embora tenham equipado aposentos como uma cela de convento, com um oratório para ele, e lhe permitido a liberdade de se entregar integralmente à contemplação divina quando quisesse, mesmo assim, o santo considerou as conveniências por demais excessivas, e o palácio inconveniente a seus propósitos. Como uma grande divisão surgira em Alcântara, ele aproveitou a oportunidade para deixar a corte, a fim de reconciliar as partes em litígio. Sua presença e discursos tocantes facilmente restauraram a paz entre os habitantes de Alcântara. Mal este acontecimento chegara ao fim quando, em 1538, ele foi escolhido provincial da província de São Gabriel, ou de Estremadura, que, embora fosse constituída de conventuais, adotara algum tempo atrás, certas constituições da reforma. A idade exigida para esse cargo era de quarenta anos fato que o santo enfaticamente alegou contra si mesmo; mas todos estavam convencidos de que sua prudência e virtude deviam prevalecer. Enquanto permaneceu no cargo, formulou diversas regras severas para a reforma, que conseguiu implantar num capítulo que reuniu em Placência para este propósito, em 1540. Depois que o cargo expirou, em 1541, ele retornou a Lisboa para se juntar ao Pe. Martinho de Santa Maria, que estava lançando as bases para uma reforma muito austera da Ordem de São Francisco, reduzindo-a a uma vida eremita, e estava construindo o primeiro eremitério no topo inóspito de um conjunto de montanhas chamado Arrábida, acima da foz do rio Tejo, na margem oposta de Lisboa. O Duque de Aveiro não somente cedeu o terreno, mas também os auxiliou a construir as celas. São Pedro acendeu o fervor desses seus irmãos religiosos e sugeriu muitas regras que foram adotadas. Os eremitas de Arrábida não usavam calçados, deitavam-se em ramos de videira, ou diretamente no chão, e não comiam peixe, exceto em dias de festa. Pedro tomou para si a responsabilidade de acordá-los à meia-noite, quando rezavam juntos as matinas, depois das quais eles continuavam em oração até o raiar do dia. Então eles recitavam as primas, que era seguida de uma única missa, segundo a regra original de São Francisco. Depois disso, retirando-se para suas celas, eles permaneciam lá até a terça, que eles recitavam juntos, e assim para o resto das horas canônicas. O tempo entre as vésperas e as completas era reservado para o trabalho manual. Suas celas eram excessivamente modestas e pequenas: a de São Pedro era tão pequena que ele não conseguia nela entrar sem se agachar. Padre João Calus, geral da Ordem, em visita a Portugal, desejou se encontrar com São Pedro e fez uma visita a seu eremitério. Tendo ficado muito edificado pelo que viu, ele concedeu a Pe. Martinho a licença de receber noviços, entregou a este ramo reformado da Ordem os conventos de Palhais e Santarém. O convento de Palhais foi designado ao noviciado e São Pedro foi nomeado seu guardião, e encarregado da direção dos noviços.[3]
Nosso santo governou o noviciado por apenas dois anos, pois, em 1544, ele foi chamado por seus superiores à Espanha, e foi recebido por seus irmãos, na província de Estremadura, com a maior alegria. Embora a contemplação celestial fosse sua inclinação favorita, ele, por obediência, não raro se dedicava ao serviço em muitas igrejas, e na direção de pessoas devotas. Mesmo assim, obtinha às vezes de seus superiores licença para residir nos mais solitários conventos, principalmente em Santo Onofre, perto de Soriano. Depois de quatro anos passados em serviço, lhe foi permitido, por solicitação do Príncipe Luis, o irmão mais piedoso do Rei, e Duque de Aveiro, o retorno a Portugal. Durante três anos que ficou naquele reino, ele elevou sua congregação de Arrábida à condição mais florescente e, em 1550, fundou um novo convento próximo a Lisboa. Essa custódia[4] foi transformada numa província da Ordem em 1560. Sua reputação de santidade chamou tanta atenção e causou tanta interrupção à sua reclusão, que ele se apressou em voltar para a Espanha, na esperança de se recolher em solidão. Com sua chegada em Placência, em 1551, a irmandade desejava ardentemente escolhê-lo como provincial; mas o santo fez de tudo para obter a liberdade de viver algum tempo para si mesmo, e a custo conseguiu. Em 1553, ele foi nomeado para o cargo de custos unicus [único guardião] por um capítulo geral reunido em Salamanca. Em 1554, ele elaborou um projeto de uma congregação de frades sob uma regra mais rígida que a anterior, para a qual ele obteve a autorização por um breve[5] do Papa Júlio III. Seu projeto foi aprovado pelo provincial de Estremadura, e pelo bispo de Coria, em cuja diocese o santo, com uma fervorosa companhia, fez um ensaio de sua forma de vida num pequeno eremitério. Pouco tempo depois, ele foi a Roma, e obteve um segundo breve, pelo qual ele foi autorizado a construir um convento segundo seu projeto. Ao seu retorno, um amigo lhe construiu um convento, tal como ele desejava, perto de Pedroso, na diocese de Palencina, em 1555, que é a data de fundação desse instituto reformado de franciscanos, chamados Observantes Descalços, ou Estrita Observância de São Pedro de Alcântara. Esse convento tinha apenas 32m de comprimento e 28m de largura; as celas eram extremamente pequenas, com a cama ocupando metade do espaço. A cela do santo era a menor e a mais inconveniente delas. A igreja estava incluída na área acima e fazia parte da construção única. Era impossível aos habitantes se esquecerem de seu compromisso com a vida penitencial, pois seus aposentos mais pareciam sepulturas do que celas. O Conde de Oropeza fundou com recursos próprios dois outros conventos para o santo; e certas outras casas se submeteram à reforma, e outras foram construídas por ele. Em 1561, ele as transformou em província, e elaborou estatutos, em que determinava que cada cela tivesse 2,1m de comprimento, a enfermaria 4m e a igreja 7,3m; a circunferência total do convento devia ter de 12 a 15m; que o número de frades no convento nunca devia exceder 8; que eles deviam sempre andar descalços, sem meias ou sandálias; que deviam dormir sobre uma tábua ou colchão no chão; ou, se o lugar fosse baixo ou úmido, em camas elevadas de 30cm do chão; que ninguém, exceto os doentes, devia comer carne, peixe ou ovos, ou beber vinho; que eles deviam empregar três horas de cada dia à oração mental, e nunca deviam receber retribuição por celebrar missa. O geral nomeou São Pedro comissário de sua Ordem na Espanha, em 1556, e ele foi confirmado para o cargo pelo Papa Paulo IV, em 1559. Em 1561, enquanto comissário, ele foi escolhido provincial da Ordem reformada e, indo a Roma, suplicou pela confirmação dessa instituição. Pio IV, que então sentava na cadeira de São Pedro, por uma bula datada de fevereiro de 1562, dispensou essa congregação da jurisdição dos franciscanos conventuais (sob a qual São Pedro tinha vivido) e a submeteu ao ministro-geral dos Observantinos, com essa cláusula: que eles deveriam se manter em perpétua observância das regras e estatutos prescritos por São Pedro. A instituição se propagou por diversas províncias da Espanha, e se difundiu pela Itália, cada província reformada consistindo de aproximadamente 10 casas religiosas.
Quando o Imperador Carlos V, depois de abdicar do trono, retirou-se ao monastério de São Justo, em Estremadura, da Ordem de São Jerônimo, em 1555, ele escolheu São Pedro com seu confessor, para assisti-lo em sua preparação para a morte; mas o santo, prevendo que tal situação seria incompatível com os exercícios de assídua contemplação e penitência a que ele se devotara, recusou a responsabilidade com tanta sinceridade que o imperador foi obrigado, a custo, aceitar seus motivos. O santo, enquanto na qualidade de comissário, visitou diversos monastérios de sua Ordem, e chegou a Ávila em 1559. Santa Teresa laborava então sob as mais severas perseguições por parte de seus amigos e de seus próprios confessores, e sob vicissitudes causadas por escrúpulos e ansiedade, temendo em certos momentos que ela, como muitos a diziam, estivesse iludida por um espírito maligno. Certa piedosa viúva, chamada Guiormar de Ulloa, uma amiga íntima de Santa Teresa, tendo conhecimento de seus problemas e aflições, conseguiu do provincial das Carmelitas uma licença para que ela passasse oito dias em sua casa, e tramou para que aquele grande servo de Deus se encontrasse lá com ela, durante seu tempo livre. São Pedro, por sua própria experiência e conhecimento de comunicações e êxtases celestiais, facilmente a compreendeu, esclareceu todas as suas perplexidades, lhe deu as maiores garantias que suas visões provinham de Deus, refutando clamorosamente seus caluniadores, e conversou com seu confessor a seu favor.[6] Ele posteriormente a encorajou sobremaneira no estabelecimento de sua reforma da Ordem Carmelita, e especialmente em fundamentá-la na mais extrema pobreza. Por sua grande afeição a ela e a seus sofrimentos, ele contou-lhe confidencialmente muitas coisas sobre o curso rigoroso da penitência sob a qual ele vivera por 47 anos. “Ele me disse”, ela diz, “que, pelo que me lembro, ele dormira não mais que uma hora por dia por 40 anos;[7] e que, no começo, era a maior e a mais difícil mortificação de todas vencer a si mesmo na questão do sono, e que para conseguir isso, ele era obrigado a estar sempre ou ajoelhado ou em pé: somente quando adormecia, ele sentava com sua cabeça recostada num pequeno pedaço de madeira pregado na parede para este propósito. Quanto a deitar seu corpo, isso lhe era impossível, pois sua cela media apenas 1,4m. Em todos esses anos, ele nunca usou seu capuz ou gorro, não importando quão forte era o sol, ou quão violenta a chuva; da mesma forma, ele nunca calçou nada, nem usou nenhuma roupa que não o seu hábito feito de um grosso e áspero saco (sem nada por baixo), e este muito apertado e uma capa de mesmo tecido por cima. Disse-me que nos invernos rigorosos, tirava a capa e deixava a porta e a janela de sua cela abertas para que pondo depois a capa e fechando a porta, seu corpo se contentasse com mais proteção. Era-lhe comum comer de três em três dias, e perguntou-me porque me espantava, pois era muito possível a quem se acostumava a isso. Um de seus companheiros me disse que lhe acontecia ficar oito dias sem comer; isso talvez estando ele em oração, pois tinha grandes arrebatamentos e ímpetos de amor a Deus, de que uma vez fui testemunha. Sua pobreza era extrema. Foi tal sua mortificação na mocidade, que me disse que lhe havia acontecido viver por três anos numa casa de sua Ordem e não conhecer frade a não ser pela voz, porque ele nunca levantava os olhos. E assim não sabia como ir aos lugares onde ia tinha de ir. Isso lhe acontecia também pelos caminhos. Já era velho quando vim a conhecê-lo, e tão extrema sua fraqueza que não parecia senão feito de raízes, e sua pele era tão desidratada que mais lembrava casca de árvore do que carne. Com toda essa santidade era muito afável, embora de poucas palavras, a menos que fosse interrogado; nestas era muito ameno, porque tinha um mui lindo entendimento.” Santa Teresa observa que embora uma pessoa não consiga fazer tais severas penitências como este servo de Deus, ainda assim há muitos outros caminhos que podemos seguir neste mundo sob nossos pés; e nosso Senhor nos ensinará esses caminhos quando Ele encontrar uma mente que esteja pronta.[8] Negar a obrigação e necessidade de algum grau de extrema penitência e mortificação (o que alguns hoje parecem rejeitar na prática) serie um erro. As extraordinárias severidades que o Batista e tantos outros santos se impuseram, deve ser para nós pecadores uma questão de humilhação e remorso. Não devemos nos desencorajar, se não conseguimos estar em vigília ou jejuar como eles; mas então devemos, pelo menos, ser mais diligentes e suportar os trabalhos, dores, humilhações e doenças com paciência, e na prática da renúncia interior, humildade e mansidão.
São Pedro visitava seus conventos, e confirmava seus religiosos naquele perfeito espírito de penitência com que ele os tinha inspirado, quando caiu doente no convento de Viciosa. O Conde de Oropeza, em cuja propriedade aquela casa estava localizada, mandou remover o santo, contra sua vontade, para sua própria casa e lhe ministrou remédio e comida nutritiva; mas isso, em vez de aliviar, agravou seu quadro: a dor em seu estomago tornou-se mais violenta, sua febre aumentou e uma úlcera formou-se em suas pernas. O santo homem, percebendo que sua hora se aproximava, foi levado ao convento de Arenas, para que morresse nos braços de seus irmãos. Ele mal chegou e recebeu os santos sacramentos. Em seus últimos momentos, ele exortava seus irmãos a perseverarem, e a praticarem um amor constante à santa pobreza. Quando viu que já se acabava disse o salmo: Alegrei-me com o que me foi dito: iremos para a casa do Senhor. Ditas essas palavras, ele se ajoelhou, inclinou-se e calmamente expirou, em 18 de outubro de 1562, na idade de 63 anos. Santa Teresa, depois de mencionar sua morte feliz, diz, “Depois tem sido o Senhor servido que eu tenha mais ajuda dele que em vida, aconselhando-me em muitas coisas. Tenho-o visto muitas vezes com grandíssima glória. Disse-me, a primeira vez em que me apareceu: ‘bem-aventurada penitência que me alcançou tão grande glória!’, e muitas outras coisas. Um ano antes de morrer, apareceu-me estando ausente, e eu soube que havia de morrer e o avisei, estando a algumas léguas daqui. Quando expirou, apareceu-me e disse-me que se ia descansar. Ei-la aqui acabada esta aspereza de vida com tão grande glória; parece-me que muito mais me consola agora do que quando cá estava. Disse-me uma vez o Senhor que não se Lhe pediria coisa alguma em seu nome que não a ouvisse.” São Pedro foi beatificado por Gregório XV, em 1622, e canonizado por Clemente IX, em 1669.
Admiramos nos santos as riquezas e felicidade com que são possuídos do inestimável tesouro do amor divino. Eles alcançam e continuamente aprimoram essa graça em suas almas por meio do exercício da contemplação celestial e do espírito perfeito de oração; e lançam as fundações de sua torre espiritual pelo sincero espírito de humildade e penitência. Não custa nada a um homem dizer que deseja o amor de Deus; mas ele mente para sua própria alma, a menos que se esforce por morrer para si mesmo. Os sentidos devem ser contidos, e ensinados a obedecer, o coração purgado dos apegos sensuais e desordenados antes que possa ser moldado de novo, transformado espiritualmente e inflamado com afeições castas de puro e perfeito amor. Esta é a grande obra da graça divina nas criaturas impuras; mas as condições são que a perfeita humildade e penitência preparem o caminho, e que sejam constantes servas deste amor. Quão imperfeito é ele em nossas almas, se é que esteja lá! e quanto é degradado pela mistura de afeições sensuais e a venenosa pestilência do amor próprio não suficientemente vencido e extinto, porque desprezamos esses meios da graça! Um homem sensual não consegue conceber tais coisas que pertencem a Deus.
[1] Tratado da Oração e da Meditação, 3a edição, Editora Vozes, 2011. (N. do T.)
[2] Ele estabelece sua regra fundamental, que a perfeição da virtude consiste na pureza e fervor do nosso amor a Deus; nosso objetivo e todos os nossos esforços devem visar esta marca. A primeira e principal condição é que pela crucificação de todos os desejos desordenados, e o domínio de nossas paixões, nós acalmemos e regulemos nosso interior, assentemos nossos corações na sagrada paz, plantemos nele os mais profundos sentimentos de humildade, mansidão, caridade e toda a virtude; que sejamos solícitos e cuidemos para que nossos exercícios e ações sejam animados pelo espírito interior, e tenham a raiz e o princípio dessas virtudes no coração, pois austeridades não são somente perdidas, mas se tornam mesmo perniciosas, a menos que nasçam e se fundamentem no sentimento ou espírito interior. Nosso cuidado em extirpar as sementes das afeições viciosas e terrenas deve ser acompanhado pela atenção em desempenhar todas as nossas obrigações com afeição e doçura, amando as próprias obrigações e não fazendo nada por coação ou violência; circunstância particularmente contrária à paz interior. É necessário que evitemos toda perturbação mental e paixão errática, que mantenhamos nossas almas em constante estado de serenidade e paz, e sempre tenhamos Deus ante nossos olhos, sem preocupação em agradar alguém que não Ele somente. Se qualquer perturbação começa a tomar forma, devemos instantaneamente voar para Deus, volvendo nossos corações a Ele em santa oração, como fez Jesus no jardim, três vezes se prostrando diante de seu Pai celestial. Uma cidade não é construída num só dia; e não é tarefa menor o construir uma casa para Deus, e um templo para seu Espírito Santo, embora Ele próprio seja o arquiteto principal. A pedra angular e principal fundação de todo o edifício é a humildade. “Deseja portanto,” diz o santo, “ser desprezado e difamado por todo o mundo, e nunca siga sua própria vontade ou inclinação; entregue todos os seus desejos a Deus, suplicando que somente a Sua vontade seja feita, e que apenas esta reine em você, sem qualquer mescla de sua própria vontade. Qualquer coisa que lhe tire a humildade, por mais enganoso que seja, é um falso profeta, um lobo voraz que, sob a pele de ovelha, vem para devorar o que você reuniu com tanta dedicação e por tanto tempo.” Depois da preocupação com a humildade ele recomenda o perfeito desprendimento e, em terceiro lugar, vem o constante recolhimento, com a seguinte precaução: que não devemos sofrer um ardor pelas almas dos outros que nos fira as nossas, fazendo disto um pretexto para negligenciarmos quaisquer dessas práticas. Para conforto daqueles que laboram sob escrúpulos e provações, o santo observa que Deus freqüentemente permite tais coisas para fazer avançar uma alma na humildade e pureza de coração. A tranqüilidade que São Pedro tão enfaticamente recomenda, como preparação para adequar uma alma para ser a morada do Espírito Santo, não é um estado de inação; pois quando não está obscurecida por nuvens, nem sob rajadas da tempestade das paixões desordenadas, medos ou desejos, a alma é toda ação, e toda fogo, sendo penetrada com os mais profundos sentimentos, e desempenhando os mais ardentes atos de doce amor, esperança, compunção, temor sagrado, e todas as virtudes.
[3] Há uma crônica do século XVIII (Espelho de Penitentes, de Pe. Antônio da Piedade, 1728) sobre Convento de Arrábida que começa: “Principio a história da penitente Arrábida ou nova Tebaida, que sendo muito fértil de asperezas, seus habitantes nunca se consideram satisfeitos de penitência.” Mais à frente, o cronista cita Pe. Martinho exclamando liricamente: “Oh serra sagrada! Oh soledade bendita! Oh deserto não deserto, mas sim retrato do paraíso!” O cronista diz ainda que o grupo de anacoretas lá viviam “sem lhes lembrar outra coisa mais que as que viam, que era o céu para suspirar por ele, e a aspereza da montanha para lhes aumentar o merecimento quando com os pés descalços a pisavam.” As celas dos eremitas eram definidas como “sepultura, porque eram tão estreitas e tão baixas, que nem podiam estender-se, nem levantarem-se de todo em pé. A cama era a dura terra, e quando muito alcatifada do desabrido mato que a serra produz; a cobertura era nenhuma, quanto mais que o fogo do amor divino em que se abrasavam a não podia consentir.” (N. do T.)
[4] Custódia é um conjunto de conventos antes de se transformarem numa Província. (N. do T.)
[5] Breve é um documento pontifício mais simples que uma bula. (N. do T.)
[6] Ib. c. 35; Foundat. c. 5.
[7] Hipócrates, por motivos de saúde, não sugere mais que sete, ou no máximo oito horas de sono. Muitos podem se acostumar com seis, ou mesmo cinco, alguns com três ou quatro horas de sono, sem prejuízo. Grande abstinência requer muito pouco sono. Servos devotos de Deus se ressentem da perda de qualquer minuto desta curta vida que eles possam empregar em louvores divinos, ou em lágrimas de compunção, que se acontecem em vigílias no silêncio da noite, tornam-se mais agradáveis da Deus. Vigílias, ademais, são parte da penitência, e subjugam o corpo mais do que jejuns. Mas as vigílias e jejuns extraordinários de alguns santo, que são conduzidos por um impulso incomum do Espírito Santo, podem ser propostos como padrões de imitação muito distantes; e cautela é uma condição necessária na mortificação. Contudo, a dificuldade ou impossibilidade que muitos sentem ao abraçar um caminho penitencial de acordo com suas circunstâncias, são geralmente imaginárias tão somente, e surgem de temores infundados, que a preguiça e a sensualidade criam. Tal caminho, quando percorrido com entusiasmo, resoluta e fervorosamente, não será considerado difícil; mas tudo tem um aspecto temerário para aqueles que não têm coragem de por a mão na massa. A mortificação nas pequenas coisas, se constante, e acompanhada como de um espírito de perfeito desprendimento, sincera humildade e um desejo de ocultá-las dos olhos dos outros, pode ser de grande eficácia, se o perigo de ser observada por outros.
[8] Sua própria Autobiografia, c. 27.
Um comentário:
Caro Angueth,sou grato a Deus por lhe haver convertido por meio das letras de G. K. Chesterton. Nosso Senhor sustente seu apostolado lhe mantendo firme na defesa da fé católica e na propagação de riquíssimas obras instrutivas, bem como abençoe sua família com toda sorte de graças.Gostaria de levar ao seu conhecimento a vida de um sacerdote do Rio Grande do Norte que se encontra em processo de beatificação.Refiro-me ao Cônego Luis Gonzaga do Monte, gênio e Santo (1905-1944).Amigo do Srº Cardeal Dom Eugênio de Araújo sales.O Pe Monte, como era chamado pelos seus, fez da própia vida um instrumento de amor e defesa da doutrina católica.Privilegiado por Deus com um inteligência extraórdinária, sabia 13 línguas e dominava Física, Matemática,Química,Astronomia, Geologia, História, Geografia,Literatura Grega e Romana, et cetera; sem ter frequentado alguma universidade.Fatos interessantes presenciados por seus contemporâneos( bispos, intelectuais,alunos, amigos) que compõem a teia de testemunhos recolhidos em sua biografia( Verdade e Vida, autor : Jorge O'Grady, disponível no Site abaixo, juntamente com a sua Antologia ), ressaltam que certa vez antecipou durante uma aula de Física que Einstein haveria de reformular a sua Teoria da Relatividade; o que de fato aconteceu.Sua memória era tão especial que tendo lido o volumoso dicionário de latim de F.R dos Santos Saraiva, por apenas duas vezes, decorou todos os termos lá presentes ( tal calhamaço possui mais de 2.000 páginas).A publicação de sua antologia vem sendo realizada pelo Ex- Procurador do Estado do RN e membro da Academia de Letras do RN, Senhor Dr Jurandyr Navarro.O Link para o site é http://padremonte.com/beatificacao.aspx,onde há fotos e todas as obras disponibilizadas para download.Suas duas principais obras são : Fundamentos Biológicos da Castidade e O livro das Revisões ( em que com base na ciênica desmacara o Espiritismo )
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