30/10/2011

Festa de Cristo-Rei

Ó Deus onipotente e eterno, que tudo quisestes incorporar em vosso amado Filho, o Rei de todas as coisas, concedei, propício, que todas as famílias das nações desagregadas pela chaga do pecado, se submetam ao seu suavíssimo poder, Ele que, sendo Deus, convosco vive e reina.

Oratio, Missa da Festa de Cristo-Rei



Ato de Consagração ao Sagrado Coração de Jesus

Dulcíssimo Jesus, Redentor do gênero humano, lançai os vossos olhares sobre nós, humildemente prostrados diante de vosso altar. Nós somos e queremos ser vossos; e para que possamos viver mais intimamente unidos a Vós, cada um de nós neste dia se consagra espontaneamente ao vosso Sacratíssimo Coração.

Muitos nunca Vos conheceram; muitos desprezaram os vossos mandamentos e Vos renegaram. Benigníssimo Jesus, tende piedade de uns e de outros e trazei-os todos ao vosso Sagrado Coração.

Senhor, sede o Rei não somente dos fiéis que nunca de Vós se afastaram, mas também dos filhos pródigos que Vos abandonaram; fazei que eles tornem, quanto antes, à casa paterna, para que não pereçam de miséria e de fome.

Sede o Rei dos que vivem iludidos no erro, ou separados de Vós pela discórdia; trazei-os ao porto da verdade e à unidade da fé, a fim de que em breve haja um só rebanho e um só pastor.

Sede o Rei de todos aqueles que estão sepultados nas trevas da idolatria e do islamismo, e não recuseis conduzi-los todos à luz e ao Reino de Deus.

Volvei, enfim, um olhar de misericórdia aos filhos do que foi outrora vosso povo escolhido; desça também sobre eles, num batismo de redenção e vida, aquele sangue que um dia sobre si invocaram.

Senhor, conservai incólume a vossa Igreja, e dai-lhe uma liberdade segura e sem peias; concedei ordem e paz a todos os povos; fazei que de um a outro pólo do mundo, ressoe uma só voz: Louvado seja o Coração divino, que nos trouxe a salvação! A Ele, honra e glória por todos os séculos dos séculos. Amém.

S.S. Pio XI, 11 de dezembro de 1925

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ADOREMOS a Cristo, Rei dos séculos!
Pe. João Batista Lehmann
Na Luz Perpétua 

ADOREMOS a Cristo, Rei dos séculos! Cristo entrou no mundo como Rei. Como rei do mundo, sacrificou-se na Cruz. Como rei de todos os homens, deles e de todas as gerações espera que lhe rendam as homenagens que lhe são devidas.
1.    Em primeiro lugar é a homenagem da união com Ele, que lhe devemos. “Eu sou a luz do mundo” – com estas palavras se nos apresenta; -- quem não segue esta luz, anda, nas trevas. “Eu sou o caminho” – é outra palavra do mesmo Cristo. Quem não anda neste caminho, cairá no abismo. “Eu sou a Vida”. Quem não tem parte nesta Vida, fica morto. “Eu sou a porta única, que abre para o rebanho de Deus. Quem não entra por esta porta, não verá o Pai.” “Eu sou a verdadeira vide. O ramo, uma vez separado da vide, será cortado e atirado ao fogo”. Ele é o único Rei de Sião, o único Salvador, o único Juiz. “Só nele há salvação. Do céu abaixo, nenhum outro nome foi dado aos homens pelo qual nos cumpra fazer a nossa salvação”. (At. 4. 12). Quem deliberadamente se separa de Cristo, será condenado eternamente. Ou com Cristo ou contra Cristo, eis o dilema, em face do qual devemos tomar nossa decisão.
2.    A fé é que Cristo Rei exige dos seus súditos. Não é possível ser de Cristo, sem convictamente n’Ele reconhecer Deus verdadeiro. Desta fé deste reconhecimento de Jesus cumpre fazer depender tudo. Aos judeus que perguntaram que obras deviam praticar, para ter o agrado de Deus, responde Jesus: “A obra de Deus é esta, que acrediteis naquele a quem enviou”. (Jo. 6. 29). Não muitas obras são portanto exigidas; mas uma só, a obra da fé em Jesus Cristo. Esta fé é que santifica. “É esta a vontade daquele que me enviou: que de tudo quando ele me deu, nada eu perca, mas ressuscite-o no último dia”. (Jo. 6. 39). Negar esta fé é a desgraça eterna, como se depreende das palavras do Evangelho: “O Pai ama o Filho, e tudo tem posto na sua mão. Aquele que crê no Filho, tem a vida eterna; o que, porém, não crê no Filho, não verá a vida, mas sobre ele permanecerá a ira de Deus”. (Jo. 3. 35). “Quem não crê, será condenado. (Mc. 16. 16).
3.    Cristo exige dos seus súditos uma vida inteiramente ligada à graça. “Em verdade te digo, quem não renascer da água e do Espírito Santo, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne, é carne; e o que é nascido do espírito, é espírito. Não te admires de te haver dito: precisais nascer outra vez”. (Jo. 3, 5-7). “Em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós”. (Jo. 6. 53). “Aquele que crer e for batizado, será salvo.” (Mc. 16. 16). Sem a vida da graça não há salvação, sem a união com Cristo não é possível uma vida na graça. “Eu sou a videira, vós sois as varas. O que permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e o enfeixarão e meterão no fogo para arder”. (Jo. 15. 5).
4.    Cristo quer de nós confiança e amor. “Confiai, sou eu, não temais”. (Mc. 6. 50). “Tem confiança, meu filho, teus pecados te são perdoados”. (Mt. 9. 2). “Tem confiança, filha, tua fé te salvou”. (Mt. 9. 22). “Tende confiança, eu venci o mundo”. (Jo. 16). “Tudo que pedirdes em meu nome, eu o farei”. (Jo. 14. 14). “Em verdade, em verdade vos digo: se vós pedirdes a meu Pai alguma cousa em meu nome , ele vo-la dará. Vós até agora não pedistes nada em meu nome. Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa”. (Jo. 6. 23). “Como meu Pai me amou, assim vos amei também. Permanecei no meu amor”. (Jo. 15. 9).
5.    Cristo exige de nós a observação dos seus mandamentos. “Se guardardes os meus preceitos, permanecereis em meu amor: assim como também eu guardei os preceitos de meu Pai e permaneço no seu amor. Eu vos tenho dito estas cousas, para que a minha alegria esteja em vós, para que a vossa alegria seja completa”. (Jo. 15. 10). “Se me amais, guardai os meus mandamentos”. (Jo. 14. 15). “Quem observa os meus mandamentos, permanece em Deus e Deus nele” (I. Jo. 3. 24).
6.    Cristo exige a união com sua Igreja. Ela é o seu reino e, unida a Ele, é verdadeira vide. Nela depositou sua doutrina e sua graça. Por isso: “Quem não prestar ouvido à Igreja, tem-no por um gentio e um publicano”. (Mt. 18. 17). “Permanecei em mim e eu ficarei em vós. Assim como a vara não pode dar fruto de si mesma, se não permanecer na videira, do mesmo modo também vós, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós as varas. O que permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto, porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim será lançado fora, como a vara e secará e o enfeixarão e meterão no fogo, para arder”. (Jo. 15. 4-6).
7.    Cristo exige definição clara diante do mundo e coragem no combate contra o mundo. “Todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. E o que me negar diante dos homens eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus”. (Mt. 10. 32). “Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu ele a mim. Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas porque vós não sois do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece”. (Jo. 15. 18) “Estas cousas vos tenho dito, para que não vos escandalizeis. Lançar-vos-ão fora das sinagogas; e vem a hora, em que qualquer que vos mate, julgará prestar serviço a Deus. Eles vos farão isto porque não conhecem o Pai, nem a mim. Mas estas cousas vos tenho dito para que, quando chegar a hora, vos lembreis que eu vo-las disse”. (Jo. 16. 1-4).
8.    Cristo exige completo afastamento dos erros do mundo. “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós cm a capa de ovelhas e por dentro são lobos rapaces. Pelos seus frutos os conhecereis”. (Mt. 7. 15). “Caríssimos, não creiais em todo espírito; mas experimentai os espíritos, se são de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído no mundo. Nisto se conhece o espírito de Deus. Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne, é de Deus. E todo espírito que divide Jesus, não é de Deus; e este é o anti-cristo, do qual ouvistes que vem e agora já está no mundo. Vós, filhinhos, sois de Deus e vencestes a esses, porque maior é o que está em vós, do que o que está no mundo. Eles são do mundo; por isso falam do mundo e o mundo os ouve. Nós somos de Deus. Aquele que conhece a Deus, nos ouve; quem não é de Deus, não nos ouve; é nisto que conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.” (I Jo. 4. 1-6).
9.    Cristo exige o estabelecimento do seu Reino em todo o mundo. “O que vos digo às escuras, dizei-o às claras; e o que vos digo aos ouvidos, publicai-o sobre os telhados”. (Mt. 10. 27). “Por isto, ensinai a todas as gentes, batizando-as em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a observar todas as cousas que vos tenho mandado. E estais certos de que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. (Mt. 28. 19).
Sendo, pois, tão fundados os direitos de Cristo, tão elevadas suas atribuições, tão nobres seus idéias, tão justas suas exigências, seu Reino tão necessário e salutar ao mundo inteiro, não é então dever nosso cooperar com ele? Não é dever nosso trabalhar pela realização do seu Reino em toda a parte, -- em nossos corações? – na família, na sociedade, no mundo inteiro?
Como isto se fará? Pela nossa sujeição a Cristo pela fé, pela confiança e pelo amor! Adoremo-lo no Santíssimo Sacramento. Recebamo-lo muitas vezes na santa Comunhão. Conformemos a nossa vida em seus mandamentos! Façamos o que estiver ao nosso alcance, para que chegue a reinar sobre as nações!

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