28/07/2010

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Prof. Angueth

Um amigo estudioso do cristianismo, embora eu não possa concluir sobre sua filiação - católico, protestante, cientista da religião? -, argumentou que:

1. a Igreja Católica tinha se degenerado tanto que Deus mesmo poderia ter induzido Lutero, Calvino e outros protestantes a desafiá-la para que ela reagisse;

2. essa reação teria acontecio com a contra-Reforma, quando teria assumido e corrigido vários dos seus erros;

3. o protestantismo,contudo, já abrira o dique. Ficou-lhe a possibilidade de construir comunidades com maior ou menor grau de pureza;

4. no futuro a Igreja será reconstruído, mas as comuidades poderiam continuar a existir sem submissão a uma autoridade central, como ocorreu no início, quando Paulo não se submeteu a ninguém, apesar de não ter sido um Apóstolo escolhido por Jesus Cristo antes de sua ascensão.

Como eu deveria responder a tais argumentos?

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Caro anônimo,

Não entre numa discussão sem saber a posição de seu interlocutor. Não entre numa discussão sem um de dois objetivos: ou você deseja convencer seu interlocutor ou a platéia que os está observando discutir. Discussão vã é uma coisa altamente danosa para o espírito.

Pelo comentário de seu amigo, ele é inimigo da Igreja e, portanto, nosso inimigo. Sendo assim, ele não é nenhum curioso, nenhum estudioso; está querendo espalhar seu canto demoníaco para que você seja por ele seduzido.

Deus inspirou a Contra-Reforma, não Lutero ou Calvino; e note que Deus, para não deixar dúvidas sobre de que lado Ele estava, deixou incorruptos, até hoje, os corpos de quase todos os santos que participaram diretamente da Contra-Reforma. Deus sabe que somos feitos de alma e corpo se sempre nos deixa sinais sensíveis para nos orientar. Pergunte ao seu “amigo” se os corpos de Lutero ou Calvino estão incorruptos.

Sobre Paulo não ter se submetido à autoridade de Pedro, esta é uma mentira protestante antiga, que já respondi em outro post.

Lembre-se, caro anônimo, a única comunidade que foi deixada na terra e que tem a benção permanente de Nosso Senhor chama-se Igreja Católica Apostólica Romana; só ela pode nos dar a salvação. Tome cuidado com alguém que fale de “comunidade pura”. Este alguém é provavelmente descendente longínquo dos cátaros medievais, que foram uma das mais violentas formas de heresia que a Igreja teve de vencer. Em nome da “pureza” estes indivíduos são capazes de tudo, como fizeram os cátaros medievais. Há muitos cátaros modernos, como você pode ver aqui.

Você pergunta: “Como eu deveria responder tais argumentos?” Ao seu interlocutor acho que você não deve responder; ele só lhe quer mal, pois procura afastá-lo da única Igreja que salva. Afaste-se dele e suplique à Nossa Senhora para que o proteja do canto demoníaco de seu “amigo”.

6 comentários:

Anônimo disse...

Professor,

O documento DECLARAÇÃO CONJUNTA SOBRE A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO, está o endereço:
http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/chrstuni/documents/rc_pc_chrstuni_doc_31101999_cath-luth-joint-declaration_po.html.

Pode-se dizer que, com ele, anula-se o Cânone 9 produzido pelo Concílio de Trento sobre o tema?

Veja a seguir o Cânone 9:

Cânone 9 - Se alguém disser que o pecador é justificado pela fé somente, significando que nada mais é requerido para cooperar com o objetivo de se obter a graça da justificação, e que não é necessário de forma alguma que ele seja preparado e disposto pela ação de sua própria vontade, que seja anátema.

Se não anula, então a DECLARAÇÂO é nula de pleno direito canônico? Ou será que, desde o início o que houve foi uma brutal falta de capacidade de comunicação entre as partes envolvidas no debate?

Quase-católico

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Caro Quase-católico,

Nada anula as determinações do Concílio de Trento. Tudo que estiver contra sua letra não é doutrina da Igreja, mesmo que seja documento aparentemente travestido de doutrina.

O Concílio de Trento é infalível; agarre-se a ele contra tudo que lhe for contra, venha de onde vier.

Em JMJ.


Antônio Emílio Angueth de Araújo.

Anônimo disse...

Prezado Prof. Angueth,

Quanto à questão dos cátaros, encontrei várias referências ao fato de que eles foram exterminados fisicamente a pedido da Igreja Católica.

Pergunto:
O senhor aceita como legítimo o método usado para exterminar a heresia cátara?

Quase-católico

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Caro Quase-católico,

Se o cátaros vencessem, a humanidade estaria exterminada há muito tempo. Sua filosofia era a do suicídio e a do sexo sem filhos, como os abortistas modernos. Casamento era coisa proibida entre eles. Foi uma das mais perigosas heresias que já existiu.

Graças à luta da Igreja, a princípio na base do convencimento, por meio do grande São Domingos e outros, depois pelas armas, hoje estamos aqui, vivos e podendo continuar lutando contra as heresias.

Sim, claro que a Igreja fez o certo!

Em JMJ.

Antônio Emílio Angueth de Araújo.

Anônimo disse...

Prof. Angueth,

Desculpe-me, mas o assunto é importante demais para que eu aceite sua resposta sem um pouco de questionamento.

Se os cátaros eram suicidas, e contra a reprodução da Humanidade, primeiramente eles próprios é que se exinguiriam.

Os sacrifícios que são exigidos dos critãos são tão menores do que o suicídio e tão poucas pessoas se dispõem a fazê-los que eu não acredito que os tais cátaros pudessem ser bem-sucedidos nesse tipo de persuasão, a não ser que eles fossem terroristas assassinos com grande poder de extermínio.

Continuo tentando encontrar mais motivos que pudessem levar a Igreja Católica a correr o risco de desviar-se do Evangelho de Jesus Cristo ao usar a violência extrema, quando Ele mesmo preferiu sofrê-la.

Peço-lhe desculpas mais uma vez, pela insistência.

Quase-católico

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Resposta ao Quase-católico aqui.