18/05/2010

O Convertido

G.K. Chesterton
Nota: Esta é minha primeira tentativa de traduzir a poesia de Chesterton. É uma completa ousadia, pois nunca traduzi poesia antes. Escolhi, para começar, os versos que ele escreveu logo após sua Primeira Comunhão, em 1922. Ele tinha então 48 anos.

Quando minha cabeça inclinei,
O mundo girou e ereto ficou,
Na antiga estrada luzente entrei,
Pelos caminhos andei e o que todos diziam ouvi,
Florestas de línguas, tal folhas outonais por cair,
Desagradáveis não eram, mas estranhas e leves;
Antigos mistérios e novos credos, não enganosos,
Mas suaves, como homens rindo dos mortos.

Os sábios têm centenas de mapas a dar
Que traçam como uma árvore seu cosmos a rastejar,
Passam a razão por peneiras que a fazem debilitar
Pois retêm a areia e o ouro deixam passar:
Tudo isso é para mim como poeira no ar;
Meu nome é Lázaro e a viver vou recomeçar.
After one moment when I bowed my head
And the whole world turned over and came upright,
And I came out where the old road shone white,
I walked the ways and heard what all men said,
Forests of tongues, like autumn leaves unshed,
Being not unlovable but strange and light;
Old riddles and new creeds, not in despite
But softly, as men smile about the dead.

The sages have a hundred maps to give
That trace their crawling cosmos like a tree,
They rattle reason out through many a sieve
That stores the sand and lets the gold go free:
And all these things are less than dust to me
Because my name is Lazarus and I live.

2 comentários:

Laura Mendes disse...

Caro professor, muito boa iniciativa. Particularmente prefiro poesia! Só penso que o senhor poderia observar as rimas e a métrica, tentar fazer algo parecido em português.
Os versos parecem ter 10 sílabas poéticas (mas não sei contar sílabas em inglês.. podem ser 12)

O sistema de rimas parece ser o seguinte (posso estar errrado tb)

After one moment when I bowed my head A
And the whole world turned over and came upright, B
And I came out where the old road shone white, B
I walked the ways and heard what all men said, C
Forests of tongues, like autumn leaves unshed, C
Being not unlovable but strange and light; B
Old riddles and new creeds, not in despite B
But softly, as men smile about the dead. A


The sages have a hundred maps to give A
That trace their crawling cosmos like a tree, B
They rattle reason out through many a sieve A
That stores the sand and lets the gold go free: B
And all these things are less than dust to me B
Because my name is Lazarus and I live. A

Parabéns pela iniciativa e pela tradução!

Anônimo disse...

Grande!

Estou vivendo situação semelhante.