Michael Novak
Segunda: O Peso do Pecado. Levou alguns anos até que eu entendesse que, tal como algumas pessoas não têm ouvido para música, outras (como descreveu Friederick Hayek) “não têm ouvido para Deus”. Outros ainda dizem que não têm “necessidade” de Deus. Eles não sentem nenhum vazio interior em que Deus pudesse se encaixar. Parece-me, ademais, uma das bênçãos do ateísmo que ele anule qualquer sentimento de Julgamento, qualquer impressão de que os atos de alguém possam ofender um Amigo, qualquer consciência do pecado. O “pecado” parece, de fato, um restolho de uma época, há muito, passada. Beati voi! Eu gostaria de exclamar aos ateus: sorte sua!
“No coração do cristianismo está o pecado”, disse, certa vez, um grande cristão. Alguns têm a consciência de fazer coisas que não deviam e de deixar de fazer outras que deviam. Somos conscientes do pecado contra nossa própria consciência – fazendo deliberadamente o que sabemos ser errado, por fraqueza ou por um forte desejo que esteja ainda fora do controle. Posteriormente, às vezes, sentimos remorsos de tanto que nos dói o que fizemos – e mesmo assim, o que foi feito, está feito e nada que fizermos pode apagar nosso erro. E, às vezes, nosso erro é vergonhosamente grave.
Foi sobre essa experiência virtualmente universal que Jesus, como João Batista antes dele, inicialmente falou a seus ouvintes. “Arrependam-se! Façam penitência. Decidam não mais pecar” (Mesmo que a probabilidade de voltar a pecar seja alta; tal como um homem manco que apesar de ter sido curado, sabe que, a qualquer momento, seu joelho pode falhar novamente.)
Cristianismo nada tem a ver com arrogância moral. Ele tem a ver com realismo moral e humildade moral. Onde quer que você veja pessoas cheias de si condenando os outros e inconscientes de seus próprios pecados, você não está na presença de um cristão alerta, mas de um pedante enganador. Foi, na realidade, uma grande revolução na história humana quando o Deus cristão e judeu revelou-Se como alguém que enxerga diretamente o que vai pelas consciências e não é ludibriado por atos externos. (Os filósofos pagãos na Grécia e Roma podem ou não ter levado os deuses a sério, mas eles não tinham vergonha de mostrar pietas em ritos religiosos, sem nenhuma preocupação com a consciência.) O respeito bíblico pela consciência dignifica e honra grandemente os atos interiores de reflexão, comprometimento e escolha. Ele desviou um forte raio de atenção do ato externo para o ato interior de consciência. Ele dignificou enormemente a veracidade e a humildade. Finalmente, a obrigação interior de consciência para com o Criador se tornou o fundamento da liberdade religiosa – que nenhum outro poder se atreva a interferir com essa obrigação primeira para com Deus, que é antecedente à sociedade civil, ao estado, à família, e a qualquer outra instituição. (Ver “Estatuto da Liberdade Religiosa”, 1785, de Jefferson.)
Terceira: O Fio Dourado e Brilhante da História Humana. Na libertação dos judeus do Império Seleucido (celebrada no Hanukkah), do Egito (celebrada na Páscoa) e da Babilônia (celebrada na poesia dos profetas de Israel), a liberdade é o tema principal do Velho Testamento. Cada história nesse Testamento tem como seu eixo a arena da vontade humana e as decisões aí tomadas (ocultas ou externas). Assim, para a religião bíblica, liberdade é o fio dourado da história humana. Essa concepção de liberdade é realizada internamente no recesso da alma e também, institucionalmente, em todas as sociedades e políticas.
Nenhuma outra religião, exceto o cristianismo e o judaísmo, coloca a liberdade de consciência tão perto do centro da vida religiosa. Por exemplo, o Islam tende a pensar Deus em termos de vontade divina, muito longe da natureza e da lógica. Independentemente da razão, tudo que Allah deseja, se realiza. O judaísmo e o cristianismo tendem a pensar Deus como Logos, luz, fonte de toda lei e da inteligibilidade de todas as coisas. Essa diferença na concepção fundamental de Deus altera, também, a concepção fundamental de cada religião com relação ao ser humano: compreensão ou submissão.
Quarta: O Razão do Cosmos é Amizade. Se alguma vez lhe ocorreu perguntar, mesmo que você seja ateu, por que Deus criou este vasto, silencioso, virtualmente infinito cosmos, você deve ter descoberto que a melhor resposta é, numa única palavra, “amizade”. De acordo com as Escrituras, inteligentemente lidas, o Criador fez o homem um pouco inferior aos anjos e um pouco mais complexo que os outros animais. Ele fez os seres humanos suficientemente conscientes e racionais para que eles pudessem se maravilhar com o que Ele tinha criado e agradecê-Lo. E, ainda mais importante, Ele criou os seres humanos para oferecê-los, em sua liberdade, Sua amizade e companhia. Se não há liberdade, não há amizade.
Amizade não é a única forma bíblica de pensar sobre a relação entre Deus e o homem; também é uma boa forma imaginar o futuro de nossa nação e do mundo para o qual devemos trabalhar. Dessa visão, o judaísmo e o cristianismo oferece ao mundo uma forma de medir o progresso ou o declínio. William Penn chamou sua capital de “Philadelphia” e fez da liberdade de religião seu princípio fundamental. Mesmo os ateus da Revolução Francesa nomearam seus princípios “Liberdade, Fraternidade, Igualdade” – cada um deles é um termo que deriva não dos gregos ou romanos, mas da religião bíblica. Uma civilização mundial constituída sobre a mútua amizade é um poderoso imã, e uma medida realista. Amizade não requer uniformidade. Ao contrário, sua demanda fundamental é o respeito mútuo, desejando o bem do outro como outro. Ela faz nascer um desejo de conversar – de uma forma razoável, sobre as diferenças de ponto de vista, de expectativas – e um senso de responsabilidade prática.
ALGUMAS DIFERENÇAS ENTRE O CRISTIANISMO E O ATEÍSMO
Reconheço que o horizonte cristão esboçado acima, em rápidas pinceladas, pode parecer absurdo para ateus como Dawkins, Dennett e Harris. Eles podem procurar, em vão, por evidências empíricas, do tipo que eles são capazes de reconhecer como evidências, de que esse esboço de Deus e do homem possa ter, minimamente, um contato com a realidade que eles conhecem. Por outro lado, não é difícil para um cristão bem intencionado se colocar no lugar de um ateu e ver o mundo como os ateus o vêem. Os quatro princípios do paradigma esboçados acima – amizade, liberdade, o perdão dos pecados e a aceitação da absurdidade – não excluem o ponto de vista ateu. De fato, aprende-se muito sobre cada princípio com os escritos de ateus, incluindo Sartre, Camus, Silone, Moravia, Dewey, Sêneca, Aristóteles e milhares de outros. O cristianismo parece ser mais capaz de compreender e simpatizar com os ateus do que estes com o cristianismo. Senão por outras razões, os três livros aqui resenhados mostram o quanto é difícil para os ateus contemporâneos (da escola científica) mostrar alguma simpatia pelo modo cristão de ver a realidade. Como um pouco acima de dois bilhões de pessoas são, atualmente, cristãs – aproximadamente uma a cada três pessoas – a inabilidade dos ateus contemporâneos de compreender os sentimentos de tantos companheiros – da breve viagem de uma única vida humana – parece ser uma grave deficiência humana.
Repetindo, não é difícil para um cristão sério “vestir” o ponto de vista, os métodos e as disciplinas da biologia evolucionária. Milhares de alunos universitários fazem isso a cada ano. Tem-se apenas que limitar a atenção e a compreensão ao que essa disciplina conta como evidência e rigor metodológico. Tem-se que conhecer seus conceitos e axiomas importantes. Tem-se que se limitar ao ponto de vista e às questões formuladas (não adianta formular questões que vão além do estrito limite imposto pela própria disciplina.) Se você dá conta de viver dentro desses limites, tanto melhor.
A arte de fazer isso não é diferente de aprender a pensar como um grego antigo, ou para os católicos, de aprender ver as coisas como um batista, um luterano e um presbiteriano, ou para este último se colocar, provisoriamente, no lugar de um católico. A forma estranha de Dawkins, Dennett e Harris de entender a vida humana é algo que um crente sensível deve necessariamente aprender, cedo ou tarde. Não se pode imaginar que se passe por um curso em Harvard, que se lecione em Stanford ou outra universidade, sem aprender como pensar, falar e trabalhar dentro do horizonte, pontos de vista, método e disciplinas de um ateu.
Tampouco essa arte é somente o produto de nossa era moderna e pluralística. O jovem Tomas de Aquino, com seus vinte anos, foi um dos primeiros homens no Ocidente a ter em suas mãos uma tradução autêntica de diversos livros de Aristóteles, cujas versões originais gregas estavam perdidas havia milhares de anos. Como seus comentários linha-a-linha de alguns desses livros mostram, Aquino dominou completamente o ponto de vista muito diferente do seu. Não muitos anos depois, ele teve de fazer o mesmo ao ler al-Farabi, Avicena, Averroes e outros grandes filósofos árabes.
E assim, quando um leitor cristão se defronta com o argumento do prof. Dawkins de que Deus não existe, porque todas as coisas mais inteligentes vem somente ao final do processo evolucionário, não no princípio, o primeiro reflexo do cristão é cair na gargalhada – mas como um estudante atento, ele também está obrigado a observar que, sim, do ponto de vista da biologia evolucionária, deve ser assim. O argumento pode não ser intelectualmente ou filosoficamente satisfatório; quando suas implicações práticas são comparadas com aquelas do ponto de vista cristão, a biologia evolucionária pode não ser atrativa como uma forma de vida. Se se quer ser um biólogo evolucionário, no entanto, deve-se aprender a se confinar dentro das disciplinas que o campo impõe.
Do ponto de vista do catolicismo romano pelo menos, não há dificuldade em aceitar todos os descobrimentos da biologia evolucionária e, ao mesmo tempo, não aceitar a biologia evolucionária senão como uma ciência empírica – ou seja, não como uma filosofia da existência, uma metafísica, uma completa visão da vida humana. É mais fácil para o cristianismo absorver muitas, muitas descobertas do mundo contemporâneo – da ciência à tecnologia, política, economia e arte – do que para aqueles cujo ponto de vista está confinado à era contemporânea absorver o cristianismo. Essa é apenas uma das razões pelas quais podemos esperar que o último sobreviverá à primeira.
É obvio que pelo menos Dawkins é muito consciente das limitações convencionais do ateísmo científico. Ele escreve que “uma resposta quase-mística à natureza e ao universo é comum entre os cientistas e racionalistas. Isso não tem conexão com uma crença sobrenatural.” Umas poucas páginas de seu livro, em quase todas as seções, são escritas para mostrar como o ponto de vista ateu pode satisfazer o que até agora tem sido considerado aspiração religiosa. O ateísmo tem, também, diz ele, suas consolações, suas fontes de inspiração, sua consciência da beleza, seu senso de espanto. Para tais satisfações, não há necessidade de se voltar para a religião. Dawkins faz um bom trabalho em restaurar, para a vida do ateísmo científico, a resposta subjetiva, emocional, de espanto para com a beleza. Para Dawkins, o ateísmo científico é humanístico, um passo significativo para além do positivismo lógico estéril de duas ou três gerações passadas.
... OU TUDO É PERMITIDO
Mas o ateísmo tem uma limitação mais grave, uma limitação que se revela nas ações de seus proponentes. Uma de minhas partes favoritas do livro de Sam Harris é sua tentativa de minimizar os horrores dos regimes autodeclarados ateus na história moderna: o fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha e o comunismo na União Soviética. Nunca na história tantos cristãos foram mortos, torturados, levados a morte por marchas forçadas e presos em campos de concentração. Uma proporção ainda maior de judeus sofreu mais sob os mesmos regimes, particularmente o nazista, do que em qualquer outro tempo na história. A desculpa que Harris apresenta é muito fajuta. Primeiro ele dirige a atenção do caráter declarado do regime, para as personalidades de Hitler, Mussolini e Stalin: “Ao mesmo tempo em que é verdade que tais homens são às vezes inimigos da religião organizada, eles nunca são especialmente racionais. De fato, seus pronunciamentos públicos são freqüentemente psicóticos ... O problema com tais tiranos não é que eles rejeitem o dogma da religião, mas que eles abraçam outros mitos mortais.”
Em outras palavras, ateus psicóticos não são, na realidade, ateus. Será que Harris aceitaria uma alegação dos cristãos de que os maus cristãos não são, na realidade, cristãos? O problema real não é que aqueles tiranos rejeitam o “dogma” da religião, mas que eles se lambuzam com a carnificina permitida pelo relativismo radical de todas as coisas. E eles são confortados pela “lei natural” que absorvem do darwinismo old-fashioned: que o mais forte deve sobreviver e o mais fraco perecer.
Nossos autores podem rejeitar o argumento de que o ateísmo está associado ao relativismo. No entanto, o argumento mais comum contra se confiar no ateísmo é de Dostoevsky: “Se não há Deus, tudo é permitido.” Não haverá nenhum Juiz das ações e das consciências; ao final, é cada um por si. Certamente, alguns ateus “de um caráter particular” e detentores de distinções acadêmicas, que foram criados com hábitos inculcados por culturas religiosas do passado, podem se dar ao luxo de viver, por duas ou três gerações, de maneira indistinguível da dos modestos cristãos e judeus. Esses indivíduos continuam honestos, compassivos, comprometidos com a igualdade de todos e firmes crentes no “progresso” e “irmandade”, tempos depois de terem repudiado a justificativa original para tal lista de virtudes. Mas, cedo ou tarde, uma geração pode aparecer que leve a sério a metafísica do ateísmo. Isso foi o destino de uma nação altamente culta da Europa de nosso tempo.
Lembremos do pronunciamento de despedida de George Washington:
"Permitamo-nos com cautela supor que a moralidade possa ser mantida sem a religião. Qualquer que seja a importância que se dê à influência da educação refinada nas mentes individuais, tanto a razão quanto a experiência nos proíbem de esperar que a moralidade nacional possa prevalecer, com a exclusão do princípio religioso."
Se a moralidade fosse deixada sob a responsabilidade da razão apenas, nunca chegaríamos a acordos, pois os filósofos veementemente – e interminavelmente – discordam uns dos outros e a grande maioria deles hesitaria na ausência de sinais morais claros. Ademais, em momentos de tensão, grandes intelectuais do nível de um Heidegger e vários precursores do pós-modernismo (notavelmente o desconstrucionista Paul de Man) demonstraram uma vergonhosa adaptação aos imperativos do nazismo ou do comunismo.
Dawkins tenta se desviar dessa falha na visão neo-darwinista do acaso e da seleção natural cega, enumerando quatro razões para o altruísmo, fundadas na biologia evolucionária:
"Primeira, há o caso especial de parentesco genético. Segunda, há a reciprocidade: o pagamento de favores recebidos, e os favores feitos em “antecipação” de pagamento ... Terceira, o benefício darwniano de adquirir uma reputação de generosidade e gentileza. E quarta, há o benefício particular adicional da generosidade pública como uma forma autêntica de propaganda."
A essas razões baseadas na natureza do egoísmo, os judeus e cristãos poderiam adicionar três ou quatro. Primeira, não amar o próximo é desapontar o Criador que deseja que sejamos Seus amigos. Segunda, seria uma falha em nossa imitação do Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos determinou que O seguíssemos. Terceira, a experiência confirma que o amor aos outros está de acordo com nossa natureza comunal, começando na família, mas irradiando através da política e da economia. (Adam Smith referia-se a essa lei superior como “simpatia”.) Quarta, não há dúvida de que todo mandamento cristão tem um fundamento na natureza, mas tende a tencionar a natureza ao seu limite. A fé cristã não rejeita, mas se fundamenta na natureza, adiciona coisas a ela, a leva a uma perfeição mais rica.
Finalmente, nossos três autores não demonstram capacidade de reflexão cuidadosa sobre o que os judeus e cristãos realmente têm a dizer sobre Deus. A própria concepção atéia deles a respeito de Deus é uma caricatura, um busto horroroso que qualquer um sentirá o dever de rejeitar. Dawkins ridiculariza um Deus onisciente que também seja livre. Se um Deus onisciente sabe agora de Suas ações no futuro, como isso deixa espaço para que Ele mude de idéia – e como isso O faz onipotente? Não está Ele preso num torno? Mas, claro, isso é o mesmo que imaginar Deus vivendo no tempo, tal com Dawkins vive no tempo. É não conseguir perceber a diferença entre um ponto de vista desde a eternidade, fora do tempo, e um ponto de vista desde dentro do tempo. Isso é também uma incapacidade de perceber a liberdade que a Causa Primeira, fora do tempo (simultânea a todo instante de tempo) pode permitir, dentro do tempo, aos papéis das causas segundas, das contingências e dos particulares.
A vontade de Deus não é anterior às decisões humanas. É simultânea a elas e, assim, permite que elas aconteçam. Quando os católicos celebram o sacrifício da Missa, por exemplo, imaginamos que nosso momento de participação nessa Missa – como em cada outro momento de nossas vidas – é, aos olhos de Deus, simultâneo com a sangrenta morte de Seu Filho no Calvário. Aos nossos olhos, parece uma “encenação”, mas aos olhos de Deus ambos os momentos são um único. Sem dúvida, para alguns isso é excessivamente místico, e sua filosofia subjacente excessivamente sofisticada, especialmente para aqueles de gostos literais e puramente empíricos. Nossos três autores, de qualquer forma, apresentam uma idéia muito primitiva de Deus. Se nós tivéssemos tal visão, seríamos também, quase certamente, ateus.
O mundo interior de alerta e autoquestionamento das pessoas religiosas parece ser um território inexplorado por nossos autores. Em torno deles estão milhões de pessoas que despendem muitos momentos a cada dia (e horas a cada semana) em comunhão com Deus. Apesar disso, dessa parte interior e silenciosa dessas vidas – e por que esse silêncio interior toca aqueles que o considera verdadeiro, e parece mais real do que qualquer coisa em suas vidas – nossos escritores parecem inconscientes. Certamente, se nossos amigos ateus fossem reconsiderar seus métodos, e aprofundar sua compreensão de termos como “experiência” e “empírico”, eles poderiam chegar próximo a se colocarem no lugar de seus muitos companheiros religiosos, que consideram o teísmo mais satisfatório intelectualmente – menos autocontraditório, menos alienante de sua própria natureza – do que o ateísmo.
A única forma de os seres humanos chegarem a compreender uns aos outros é pelo aprendizado de se colocar no lugar do outro. Se essa máxima de Habermas é verdadeira, podíamos desejar que nossos três autores tivessem feito mais para diminuir o grande fosso que separa o crente do incréu no nosso tempo presente. Mesmo assim, devemos ser gratos que nossos autores tenham aberto uma janela na alma dos ateus, de tal forma que podemos, o resto de nós, entender melhor o que é o mundo do ponto de vista deles – e mesmo nos ver, por breves momentos, como eles nos vêem.
Ver também "Ateus solitários da Aldeia Global" - Parte I, Parte II, Parte III e Parte IV
9 comentários:
"For this reason its acquisition might justly be supposed to be beyond human power, since in many respects human nature is servile; in which case, as Simonides says, "God alone can have this privilege," and man should only seek the knowledge which is within his reach.Indeed if the poets are right and the Deity is by nature jealous, [983a] it is probable that in this case He would be particularly jealous, and all those who excel in knowledge unfortunate. But it is impossible for the Deity to be jealous (indeed, as the proverb says, "poets tell many a lie"), nor must we suppose that any other form of knowledge is more precious than this; for what is most divine is most precious.Now there are two ways only in which it can be divine. A science is divine if it is peculiarly the possession of God, or if it is concerned with divine matters. And this science alone fulfils both these conditions; for (a) all believe that God is one of the causes and a kind of principle, and (b) God is the sole or chief possessor of this sort of knowledge. Accordingly, although all other sciences are more necessary than this, none is more excellent."
Aristotle, Methaphysics
Olá Editor, gostei e sua matéria e do seu site, está de parábens!Gostária de convida-lo para conhecer o meu blog: www.revistadoprotestante.blogspot.com, estou esperando a sua visita!
Abraço
Sr. Aristóteles, :-))
Sei que o sr. acreditava em Deus. É que Ele era muito diferente do Deus judaico-cristão. Assim, o sr. deve entender a posição de Michael Novak de lhe chamar de pagão e ateu.
Mas não fique triste. Um dos maiores cristãos de todos os tempos nos ajudou, e muito, a entender que, com um pequeno empurrãozinho, o sr. se tornaria um cristão de grande valia. O que esse grande cristão e santo nos mostrou foi que o sr. fez o máximo que se podia fazer antes que o Filho de Deus viesse ao mundo. Entretemos uma cara idéia de que se o sr. tivesse sido contemporâneo de Cristo, o sr. se prostaria a Seus pés e O adoraria.
Claro, nós também entendemos que o sr. vivia em outra parte do mundo e que o Deus judaico não lhe tinha sido apresentado.
Mesmo assim o sr. nos ensina constantemente muita coisa sobre nosso próprio Deus. Portanto, peço desculpas em nome do sr. Novak.
Antônio Emílio.
Caro Editor da Revista Protestante,
Muito obrigado por suas palavras e pelo seu convite. Vou visitar, sem dúvidas, sua revista.
Antônio Emílio.
Opa, desculpa, professor, sou eu mesmo que postei :S
Compreende-se que Michael Novak o chame de ateu: Aristóteles jamais poderia supor que Deus amasse Sua Criação, pois, como se diz: "não se sabia o que era o amor". Não se sabia no que o amor consistia até o advento de Jeus Cristo. É como se diante da Filosofia houvesse uma parede, e que a intuição do Evangelho passasse por ela. Como diz o mestre de Aristóteles, Platão: "As verdades supremas só podem vir até nós por revelação divina". O discípulo sempre esteve consciente de que pelas faculdades de sua razão, não alcançaria a essa perfeição da verdade. Mas deixou passagens primorosas, como:
" Such, then, is the first principle upon which depend the sensible universe and the world of nature. And its life is like the best which we temporarily enjoy. It must be in that state always (which for us is impossible), since its actuality is also pleasure.(And for this reason waking, sensation and thinking are most pleasant, and hopes and memories are pleasant because of them.) Now thinking in itself is concerned with that which is in itself best, and thinking in the highest sense with that which is in the highest sense best. [20] And thought thinks itself through participation in the object of thought; for it becomes an object of thought by the act of apprehension and thinking, so that thought and the object of thought are the same, because that which is receptive of the object of thought, i.e. essence, is thought. And it actually functions when it possesses this object. Hence it is actuality rather than potentiality that is held to be the divine possession of rational thought, and its active contemplation is that which is most pleasant and best. If, then, the happiness which God always enjoys is as great as that which we enjoy sometimes, it is marvellous; and if it is greater, this is still more marvellous. Nevertheless it is so. Moreover, life belongs to God. For the actuality of thought is life, and God is that actuality; and the essential actuality of God is life most good and eternal. We hold, then, that God is a living being, eternal, most good; and therefore life and a continuous eternal existence belong to God; for that is what God is."
Aristotle, Metaphysics
Ah, claro: já que estamos falando do Amor de Deus pela Sua Criação e da Sua amizade,
Feliz Páscoa
Caro Antônio,
Cheguei ao seu blog pelo Mídia Sem Máscara. Gostei muito do que pouco que li. Comecei a ler o primeiro texto de "Ateus solitários da Aldeia Global". Estarei por aqui frequentemente.
Grande abraço,
Caro Alexandre Core,
Muito obrigado pela visita. Espero suas visitas posteriores e também suas opiniões.
Um abraço. Antônio Emílio.
Caro Antonio,
Dou o endereço de uma História do Pensamento Filosófico, bastante profunda e abrangente (inclui desde os filósofos antigos até os 'pós-modernos'), com artigos primorosos de Julián Marías e outros autores importantes.
É do site Mercabá... :-)
História del Pensamiento Filosófico
Espero que estes artigos e exposições abonem os seus estudos de Filosofia.
Com meus melhores votos,
Pedro
Pedro,
Obrigado pelo link. Muito bom. Recomendo a todos.
Um abraço. Antonio Emilio.
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