II – Negação da sobrenaturalidade da fé
4. O deslocamento da autoridade de que gostaríamos de falar
é um dos movimentos de inspiração racionalista, humanista e naturalista dos
mais enraizados. Seu grande princípio: as verdades da fé têm sua origem na
atividade do intelecto humano.
5. Na doutrina tradicional, a fé excede a razão; segundo a
doutrina da Igreja Católica, para crer deve-se sair da esfera da razão, ir além
da razão, pois o que está além da razão lhe é extrínseco. Estar no exterior não
significa estar em oposição; significa, sobretudo, que é um complemento, um
auxílio necessário e é justamente por isso que está fora. Ao contrário, segundo
a doutrina moderna, a fé é uma forma de razão, isto é, que ela é algo que lhe é
intrínseco. Isto significa que para crer não é necessário de sair da esfera da
razão.
6. A função do Magistério da Igreja é de inculcar no espírito dos fiéis
as convicções sobrenaturais: aprender, se ligar, aderir. A palavra “ensinar”
significa “agir de modo que alguém saiba o que não sabia”. Além do mais, a
função do Magistério é também apologética, pois o mestre deve defender o que
ensina. Deve defender alegando seja os motivos oferecidos pela autoridade
bíblica, portanto os motivos de ordem sobrenatural, ou ainda os motivos de
ordem natural. Em terceiro lugar, ensinar uma coisa significa também fazê-la
ser retida pelos espíritos aos quais é ensinada, pois o mestre deve garantir
que o seu ensinamento não seja nem perdido nem modificado.
CONTINUA...
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