31/08/2012

Omnes Viae Romam Ducunt: palestra pela Internet, dia 03 de setembro.

Para quem não assistiu à palestra que proferi em Belo Horizonte, dia 19 de agosto, agora poderá assistir a palestra que proferirei dia 03 de setembro, próxima segunda-feira, via Internet. 

Na segunda, colocarei um link no blog para o acompanhamento da palestra. Quem se interessar poderá também acessar o site da Editora Ecclesiae.



29/08/2012

A Revista Permanência: Deus lhe pague, Dom Lourenço!


Para nós católicos nada pode ser comparado no campo literário ao relançamento da Revista Permanência. O impacto que esta revista teve, na sua existência anterior, pode ser aquilatado pelo pungente depoimento do Pe. João Batista (em pdf ou no Fratres). Veja aí a influência da revista na formação do Pe. João Batista e de sua família. Veja aí como ela contribuiu como antídoto ao Concílio Vaticano II.


Pois bem, Dom Lourenço, filho de um dos fundadores da revista juntamente com Gustavo Corção, Júlio Fleichman, relança agora a revista e já podemos adquirir os números 264, 265 e 266. É material de altíssima qualidade e catolicidade. É coisa para agradecermos a Deus e para O suplicarmos as graças necessárias para que a equipe liderada por Dom Lourenço consiga levar o projeto adiante. Nunca precisamos tanto de antídotos ao CVII como agora. Nunca precisamos influenciar a mocidade tanto quanto agora. Nunca Nosso Senhor precisou tanto de nós como agora. E esta revista será um alimento saborosíssimo e substancioso para que possamos continuar a luta. Não deixem de comprar as revistas; elas são fundamentais.

23/08/2012

Revista de Teologia nas bancas do Brasil


Guia Prático de Teologia, este é o título da revista que está nas bancas de todo o Brasil. A revista foi lançada pela Editora Minuano. O editor é Joel Cardoso, que em seu editorial afirma:

É dentro desta tradição cultural, cristã e católica – que formou e que é a viga mestra da civilização ocidental – que nasce esta publicação com o simples objetivo de ser um canal a mais na transmissão do pensamento e da cultura cristã, por meio dos escritos de seus articulistas, clérigos ou leigos; profissionais das diversas áreas do conhecimento humano como a educação, o direito, a filosofia, as artes etc., mas que inseridos no mundo carregam em suas almas o esplendor, a beleza e a força da tradição cristã, a aplicam em seu viver e labor, e a transmitem com seu conhecimento.

Não existe hoje ideal mais nobre que o de reviver, restabelecer, reensinar, repisar, reinserir e defender os valores da Civilização Ocidental, que não são outros senão os da Igreja Católica. Fora desta civilização só há barbárie, crueldade e sangue. Nela o Sangue de Nosso Senhor vivifica e sobrenaturaliza os empreendimentos humanos, dando-lhes a transcendência e transformando-os em obras que o Altíssimo, dentro de Sua Sabedoria infinita, possa usar para o bem de todos.

Em seu primeiro número, ainda nas bancas, a revista conta com gente de peso; nada menos que Sávio Leaet de Barros Campos, Carlos Ramalhete, L. Jean Lauand, Márcio Reiser, Carlos Aurélio Mota de Souza, Gabriel Perissé e Robinson Malkones.

O segundo número trará o grande Gilbert Keith Chesterton. Aguardem!

22/08/2012

Padre Brown, com Alec Guinness, de 1954 e legendado!

Conta-se que Alec Guinness (o Obi-Wan Kenobi de Star Wars) converteu-se finalmente ao catolicismo depois de um incidente que aconteceu durante as filmagens do filme em que ele fez o papel de Pe. Brown, em 1954 (o filme que vocês podem assistir abaixo). 

Este filme foi filmado numa pequena vila da França. Num determinado dia, Guinness sai do set de filmagem e vai para casa com a batina de padre. Um menino, pensando ser ele um padre de verdade, pega a sua mão e o acompanha confiantemente. "Continuando meu caminho", ele disse, "eu refletia que uma Igreja que inspirava tal confiança numa criança, fazendo de seus padres, mesmo desconhecidos, tão facilmente acessíveis, não poderia ser tão conspiradora ou tão apavorante quanto tão frequentemente se dizia. Comecei a me livrar de meus preconceitos há muito aprendidos e absorvidos."

Foi o começo da conversão de Guinness da Igreja Anglicana para a Igreja Católica, mesmo itinerário que Chesterton fez três décadas antes.



 

20/08/2012

A vida de São Policarpo

Proferi palestra sobre a vida de São Policarpo, no Colégio Monte Calvário (BH), dia 29 de julho passado, logo após a Missa Tridentina. O vídeo da palestra vai abaixo.

 

16/08/2012

Leitora esclarece seus pontos de vista: blog agradece.

Post de referência: Neurocientista (sic!) puxa orelha do blogueiro e ele responde.


Prezado Professor Antônio,
Desculpe-me, a intenção não era ofender. Mesmo porque a discussão aqui é teórica e não pessoal, ou seja não haveria motivo de ofensa. Mas novamente desculpe-me. Fiquei feliz que você respondeu aos meus comentários e tenha certeza que li sua resposta atentamente.
Não vou criar mais atritos ou defender qualquer ponto de vista, contudo como meio democrático que é a internet, gostaria de direito da treplica para esclarecer melhor meus comentários.
A razão do meu tom no comentário anterior foi em virtude de como seu post pode chegar a população. Não necessariamente o que você escreveu, mas como as pessoas podem interpretar.As Neurociências estão na moda e alguns acreditam que ela possa responder a qualquer coisa. Mas isto é uma inverdade, primeiro porque não há verdades absolutas na ciência e segundo que um bom discernimento cabe em qualquer lugar.
Acho (disse eu acho, isto não quer dizer que é uma ordem e nem uma verdade absoluta, ok?) que você enquanto formador de opiniões deveria dialogar entre os pontos de vista que escreve em seus textos. Por isso sugeri que você procurasse outras referências. Não significa que você precise concordar com o outro ponto de vista e sim que é interessante informar as pessoas que leem seus textos. Novamente, só uma opinião, afinal aqui é um espaço de discussão, certo?!
                Não sou contra palmadas, limites ou qualquer outro tipo de coisa citada em sua resposta ou nos comentários, só acredito que as coisas devem ser interpretadas com parcimônia e discernimento. O que eu disse não são verdades absolutas e sim resultados de alguns estudos, ok!?
Sobre a discussão da Psicologia UFMG: não me interessa se é a melhor ou a pior, o importante para mim é o trabalho ético fazendo o meu melhor que posso. Agora tem muita coisa sendo feita na Psicologia da UFMG que é de qualidade e isto vai além das neurociências. Eu mesma admiro o pessoal da Psi. Social; mesmo não sendo a minha área aprendi a conviver e respeitar as diferenças. Isto é cristão.
                Percebi que ao longo da discussão foi muito julgada pelos meu colegas católicos, mas não se preocupem nenhuma pedra me atingiu. Fiquei só um pouco desapontada afinal gostaria de ter instigado uma discussão sobre religião e neurociências e não sobre a minha pessoa ou mesmo a Psicologia da UFMG.
Novamente independente do meu lattes ou do lattes de qualquer outro estou sempre aberta a discussões, pois são elas que me fazem crescer e ampliar meus horizontes.

Cara Annelise,
Não me ofendi com nada do que você disse. Entendi que você estava discutindo meus argumentos acerca das declarações de Dom Walmor. Seu lattes, ou de qualquer outro interlocutor, me interessa muito pouco. Só recorro a ele quando falo com quem argumenta usando títulos acadêmicos: você começa seu comentário se dizendo neurocientista. Não foi minha intenção ofendê-la e se o fiz, desculpo-me publicamente.
Não conheço a Psicologia da UFMG e não posso analisar o que ocorre lá, detalhadamente. Tenho minhas ideias sobre a universidade de um modo geral, inclusive sobre a Escola em que eu trabalho. Estas ideias estão espalhadas aqui no blog. Reconheço que elas são muito pessimistas sobre o futuro desta instituição.
Se você não é contra palmadas e reprimendas, certamente também deve ter se assustado com as considerações de Dom Walmor sobre as mais recentes descobertas da neurociência: “só elogios até oito anos de idade”. Foi sobre isto que comentei naquele post anterior.
De qualquer forma, Annelise, eu agradeço novamente seu interesse em meu blog e também estas suas palavras de esclarecimento adicional. Os comentários dos leitores, exceto se muito ofensivos ou mal educados (e eles existem aos montões!) são todos publicados e alguns, como os seus, pela sua importância são respondidos em posts individuais.
Espero que o blog continue a merecer sua leitura e não hesite em postar comentários quando julgar conveniente, como católica ou como neurocientista. Desejo-lhe também sucesso em seu mestrado!

14/08/2012

Purgatório: Segunda visão - Parte III (O ensinamento de Santa Catarina de Genova - I)


Pe. Faber

Leia também:


Não antes que a alma, sem culpa de pecado mortal, mas ainda com o débito para com Deus da pena temporal, seja libertada deste mundo e julgada, ela pode perceber que está confirmada na graça e na caridade. É então incapaz de pecar e também acumular méritos; e está destinada, por um eterno e imutável decreto, a entrar um dia como rainha no reino dos Bem-Aventurados, a ver, amar e desfrutar de Deus, a Fonte perpétua de toda a felicidade.

Neste instante, todos os pecados da vida passada são apresentados à alma, sejam mortais ou veniais, mesmo que tenham sido remidos durante a vida por contrição e pelo Sacramento da Penitência. Mas depois dessa visão transitória e instantânea, a alma não mais se lembra deles. As palavras da Santa são: “A causa do Purgatório, que essas almas têm em si mesmas, elas veem uma vez por todas na passagem desta vida para outra, e em nenhum outro momento.” A razão dessa exibição dos pecados, ela nos ensina, é possibilitar à alma, naquele momento, por um ato – não mais realmente meritório, mas ainda assim um ato real da vontade – detestar todos os seus pecados uma vez mais, e especialmente aqueles pecados veniais pelos quais ela não teve nenhuma contrição durante a vida, ou por causa de fraqueza de coração, ou por causa de uma morte súbita. Isto porque é estritamente verdade que nenhum pecado é perdoado sem um ato formal de detestação dele.

Depois dessa visão momentânea dos pecados e de sua destestação, a alma percebe em si mesma suas (dos pecados) más consequências e “legados malignos”, que formam o que os santos chamam de “impedimentos para a visão de Deus”. “A ferrugem do pecado”, ela diz, “é o impedimento, e o fogo passa a consumir a ferrugem; e como uma coisa que está coberta não consegue corresponder à reverberação dos raios do sol, assim se a cobertura é consumida, a coisa é finalmente exposta ao sol.” É assim que o Purgatório esgota, na alma, o débito (reatus) do pecado venial, e também o débito da pena temporal pelos pecados mortais já remidos. Esta última afirmação, meus leitores perceberão, não está, como alguns pensaram, em desacordo com o ensinamento de Suarez e outros escolásticos, que mantêm que não há mancha deixada na alma pelo pecado que exija uma ação de limpeza daquele fogo. A santa fala em todo o tratado como se o Purgatório fosse não tanto um lugar de limpeza de manchas, mas de pagamento de débitos.

DESEJO DE PURIFICAÇÃO

Tão logo a alma se percebe aceita por Deus e constituída em herdeira do Paraíso, mas incapaz, por causa desse impedimento, de tomar imediata possessão de sua herança, ele desenvolve um intenso desejo de se livrar desse impedimento, dessa dupla obrigação de culpa e pena. Mas sabendo que apenas o Purgatório pode consumir essas obrigações, e que é exatamente com esse objetivo que Deus condena a alma a esse fogo, ela deseja suportar essa pena. “A alma separada do corpo (estas são as próprias palavras da santa), não encontrando em si mesma toda a pureza necessária, e vendo em si esse impedimento que não pode ser tirado exceto pelo Purgatório, imediatamente nele se joga com uma vontade firme. Ora, se a alma não considerasse o Purgatório uma instância apropriada para a remoção desse impedimento, surgiria imediatamente em seu interior um inferno muito pior que o Purgatório, visto que ela perceberia que esse impedimento não a permitiria aproximar-se de Deus, que é seu fim último. Por conseguinte, se a alma pudesse encontrar outro purgatório mais cruel, em que ela pudesse se livrar mais rapidamente desse impedimento, ela velozmente nele se precipitaria, por causa da impetuosidade do seu amor por Deus.”

Mas isso não é tudo. No capítulo seguinte a santa continua a ensinar que se a alma, trabalhando sob esse impedimento, fosse livre para escolher entre acender imediatamente da situação em que se encontra para o Paraíso, e descer para sofrer no Purgatório, ela escolheria sofrer, embora os sofrimentos sejam quase tão terríveis quanto aqueles do Inferno. Estas são suas palavras: “Acerca da enorme importância do Purgatório nenhuma língua pode dizer, nenhuma mente conceber. Pelo que vi, suas penas são quase como se fossem as do Inferno; e, mesmo assim, vejo também que a alma que percebe em si o mais tênue defeito ou partícula de imperfeição preferiria se lançar em milhares de infernos a se encontrar na presença de Divina Majestade com esse defeito à mostra; e portanto, percebendo que o Purgatório está ordenado a tirar essas imperfeições, ela de imediato se lança nele e parece, pelo que vejo de sua compostura, considerar que tal lugar é de grande misericórdia, pois permite que ela se livre desse impedimento.”

PENA DE DANO

Quando a alma justa chega ao Purgatório, perdendo de vista tudo o mais, vê diante dela apenas duas coisas: o extremo sofrimento e a extrema alegria. Uma dor tremenda é causada pelo conhecimento de que Deus a ama como um amor infinito, que Ele é o Principal Bem, que Ele considera a alma como Sua filha, e que Ele a predestinou a desfrutar d’Ele para sempre em companhia dos Bem-Aventurados; e, assim, a alma O ama com uma caridade pura e perfeita. Ao mesmo tempo, ela percebe que não pode vê-Lo ou desfrutá-Lo ainda, embora anseie isso tão intensamente; e sua aflição aumenta ainda mais com a incerteza de quando terminará seu exílio, longe de seu Senhor e do Paraíso. Essa é a pena de dano do Purgatório, da qual a santa diz que é “uma pena tão extrema que nenhuma língua pode descrevê-la, nenhuma inteligência conceber a menor porção dela. Embora Deus em Sua bondade me mostrasse uma pequena centelha dela, não consigo expressá-la com minha língua de modo algum.”

Ela compara a pena de dano ao anseio por um pedaço de pão. “Se em todo o mundo houvesse apenas um pedaço de pão que fosse capaz de satisfazer a fome de todas as criaturas, quem ficaria saciado apenas por contemplá-lo, quais seriam os sentimentos de um homem que possuísse, por natureza, o instinto de comer, quando saudável; quais, repito, seriam seus sentimentos se não fosse nem capaz de comer, nem estivesse doente ou a beira da morte? Sua fome seria sempre crescente e, sabendo que nada havia exceto aquele pedaço para satisfazê-lo e ainda assim não sendo capaz de consegui-lo, ele permaneceria em insuportável tortura.” Essa semelhança, contudo, nos mostra tão somente uma sombra do que a alma realmente sofre. Ela é continuamente arrastada por um imperceptível e violento amor por Deus, único que pode satisfazê-la. Essa violência cresce incessantemente enquanto a alma faminta fica privada de seu Divino Objeto, pelo qual ela se mostra indescritivelmente voraz; e sua tortura continuaria assim também aumentando, não fosse mitigada pela esperança – ou antes, pela certeza de que está cada vez mais perto da eterna felicidade. Nas palavras do profeta, o sofredor sabe que “verá o fruto do que sua alma trabalhou e ficará satisfeito.” (Is. 53:13).

08/08/2012

Neurocientista (sic!) puxa orelha do blogueiro e ele responde.



Prezado,
 Sou neurocientista E católica. Acredito que você teve uma interpretação equivocada e está dizendo grandes besteiras. 
Mas vamos aos fatos de uma forma bem simples: crianças pequenas aprendem mais facilmente quando a informação passada vem na forma POSITIVA e não NEGATIVA. Isto não significa que as crianças não precisem de limites, mas influencia em como os limites serão estabelecidos, certo!?
Troque o "isto não pode" por "faça desta outra maneira", por exemplo.
 Outra coisa, já foi demonstrado cientificamente que o estilo parental mais eficiente é o autoritativo e não o autoritário. Você já escutou/pesquisou sobre o assunto!?!?
 Acredito que você como (de alguma maneira) formador de opiniões deveria se inteirar melhor do assunto e MELHORAR SUAS FONTES de busca antes de escrever/falar palavras ao vento.
 Caso tenha interesse estou a disposição para discutirmos o assunto do ponto de vista de uma neurocientista católica e sensata.
 Att. Annelise


Cara Annelise,
Salve Maria!

Obrigado pela visita ao blog e pelo comentário (não muito educado!), que pelas suas supostas credenciais é autoritário, ou seja, de uma autoridade no assunto que decide usá-la com firmeza.

Eu, como você já deve suspeitar, não sou neurocientista, mas sou católico, como você.

Quando trato com um cientista, e que fala do alto de seu saber, assim como você, vou logo à plataforma Lattes para saber com quem falo. Não ligo a mínima para o Lattes quando estou em discussão normal, pois discussões se travam em torno de argumentos, não de titulações acadêmicas. Mas você mostrou logo suas credenciais e aí não há escapatória!

Encontrei nove Annelise’s doutoras (e portanto cientistas): uma doutora em Ciências da Linguagem; duas doutoras em Engenharia (Metalúrgica e Minas); uma bolsista de produtividade em Química; uma doutora em Química; uma doutora em Sociologia e Antropologia; uma doutora em Saúde Pública; uma doutora em Medicina Veterinária; e a última doutora em Biociências e Biotecnologia. Li o pequeno resumo do perfil de cada uma e não encontrei ninguém na área de neurociências.

Continuando no Lattes, pesquisei também o banco de dados de “Demais Pesquisadores (Mestres, Graduandos, Estudantes, Técnicos, etc.)” e acho que achei você, Annelise! Acho que você é da UFMG, a minha instituição! Seu perfil nos informa que você é mestranda em Neurociências. Parabéns e boa sorte! Mas você ainda tem muito caminho pela frente para se tornar uma cientista, Annelise. Vá com calma e com humildade.

Bem, mas você disse que: “Mas vamos aos fatos de uma forma bem simples: crianças pequenas aprendem mais facilmente quando a informação passada vem na forma POSITIVA e não NEGATIVA. Isto não significa que as crianças não precisem de limites, mas influencia em como os limites serão estabelecidos, certo!? Troque o ‘isto não pode’ por ‘faça desta outra maneira’, por exemplo.”

Gostei da “forma bem simples”, pois mostra que você sabe tratar com crianças. Gostei também das maiúsculas. Lembrei-me que Chesterton tem alguns textos memoráveis sobre o uso de letras grandes pela mídia impressa (veja um deles aqui) e uma das observações do gênio inglês talvez se aplique a seu texto. Ele dizia que “Os editores usam esse alfabeto gigante ao tratar com os leitores, pela mesma exata razão que pais e professoras usam um alfabeto gigante similar ao ensinar as crianças a soletrar.”

Mas vamos aos fatos, Annelise, aos fatos! Eu criei dois filhos e sempre fiz isto que você chama de “fato”, embora não seja neurocientista. Aliás, o ser humano normal sempre faz isso, sem precisar de neurociência. Às vezes dava certo. Muitas vezes não. Pois, criança pequena, às vezes, Annelise, não tem a capacidade de compreensão das situações corriqueiras. Aí o “faça desta outra maneira” não funciona e aí, Annelise, quem detém a autoridade deve exercê-la integralmente. E aí, Annelise, uma palmada, um castigo ou uma repreensão mais forte são as únicas maneiras de solucionar o impasse e educar nosso rebento. Bem mais tarde, quando a criança não for mais pequenininha, a coisa muda de figura. O entendimento do mundo já está mais amadurecido na cabecinha dela e então um nível de diálogo mais avançado já é bem mais possível. Aí, e só aí, entra, como norma geral, o “faça desta outra maneira”. Antigamente, Annelise, quando não existia a neurociência, e quando o homem ainda utilizava o senso comum que Deus lhe deu (homem sensato, como você chama a si mesma!), as coisas se passavam assim. Excetuando-se os desequilibrados, pais amorosos (e católicos) sempre abordam os filhos com amor e carinho, mesmo quando têm de usar da autoridade máxima!

O que me espantou nas afirmações de Dom Walmor foi que ele disse o seguinte: “que a neurociência afirma que ‘até os oito anos cabem somente elogios’.” Veja, Annelise, nem o seu “faça de outra maneira” é sugerido: “somente elogios” é a nova lei da neurociência, segundo o arcebispo. E isto é uma grandíssima besteira! Não só besteira, mas mentira! Não só mentira, mas uma má sugestão. Não só má sugestão, mas uma receita para o fracasso. Não só receita para o fracasso, mas um desrespeito das Sagradas Escrituras e da lei de Deus! Este foi o assunto de meu post.

Mas você se dispõe a discutir o assunto. Qual assunto? Não quero discutir com você neurociência, da qual não dependi para criar meus filhos, graças a Deus, e da qual nada conheço. Mas quero muito sua opinião sobre os versículos das Sagradas Escrituras que eu citei. Agora, Annelise, não me venha com embromação. Quero que você interprete as Sagradas Escrituras sob o ponto de vista do “faça desta outra maneira”. Defenda o seu lado neurocientista contra o seu lado católico!

Para finalizar (falo agora para a Annelise católica), quando faço meu exame de consciência, antes de me confessar, leio as obrigações que os pais têm para com os filhos, relativas ao quarto mandamento da Lei de Deus. Uma delas é: “Deixei de discipliná-los quando necessitassem de tal?” Deixar de fazer isto é pecado contra o quarto mandamento, Annelise. Disciplinar é algo muito autoritário, como é autoritário promulgar os Dez Mandamentos. Deus e Moisés não eram neurocientistas!

06/08/2012

Sidney Silveira pede ajuda!

Todos que, como eu, se beneficiam permanentemente dos textos do ContraImpugnantes e dos livros da Sétimo Selo e do Instituto Angelicum, e que puderem ajudar, estão convocados! 

O trabalho do Sidney é hercúleo e seu coração está fraco. Estamos vivendo tempos negros para o catolicismo e não podemos perder nossos melhores guerreiros, ou pelo menos não podemos perdê-los por questões financeiras, que são as menos importantes. Sobretudo não podemos perdê-los por falta de caridade!

Mas lembremos que tão importante quanto doações financeiras são as nossas orações cotidianas; não esqueçamos pois de incluir o nome do Sidney nas intenções de nossos Terços ou Rosários cotidianos. 

E que Deus olhe por sua Igreja e seus defensores!

São Pedro e São Paulo: os dois pilares da Igreja.


SÃO PEDRO, APÓSTOLO

Nasceu em Betsaida, cidade da Galiléia. Seu pai chamava-se Jonas, nome que por singular coincidências significa "pomba". Em certo sentido, todos os Papas são filhos da pomba, porque na eleição dos mesmos influi o Espírito Santo. E S. Pedro havia de ser o primeiro Papa.

Tinha ele um irmão chamado André, e dois primos, Tiago e João, filhos de Zebedeu e pescadores, como eles, no lago de Tiberíades. Casara-se Pedro em Cafarnaum, porto famoso daquele lago, e vivia muito bem com os seus. Prova disso é que Jesus, sem dúvida a pedido de Pedro, curou-lhe a sogra. Não só era bom esposo, mas - coisa menos frequente - era também bom genro.

Um dia entrou Jesus na barca de Pedro e seus companheiros e mandou que remassem para o alto mar e lançassem as redes.

- Mestre, (disse Pedro), trabalhamos a noite inteira e não pegamos nem um peixinho; mas, já que assim o queres, em teu nome lançarei as redes.

A pesca foi tão abundante que Pedro se lançou aos pés de Jesus, suplicando:_ - Afasta-te de mim, Senhor; eu não sou mais que um miserável pescador.

- Tem confiança e segue-me. De hoje em diante serás pescador de homens.

E Pedro, abandonando tudo, seguiu, prontamente a Jesus. Cristo distinguiu-o muito e prometeu-lhe que o faria seu Vigário e chefe supremo da Igreja. Pedro, por sua vez, foi o primeiro a afirmar categoricamente que  Jesus era o Filho de Deus.

Durante a última ceia, Pedro mostrou-se excessivamente confiado nas próprias forças. Jesus, porém, disse a ele e aos outros que, quando o vissem preso e maltratado, todos o abandonariam. Pedro replicou impetuosamente: - Ainda que todos te abandonem, eu não te abandonarei.

Nosso Senhor repreendeu-o suavemente, porque sabia que o ardoroso Apóstolo o havia de negar três vezes. E assim foi. Mas Pedro, segundo contam os antigos, chorou tanto esse pecado, que as lágrimas abriram dois sulcos em suas faces.

Depois da Ressurreição foi por Jesus Cristo nomeado solenemente Chefe supremo da lgreja, que governou até à morte.

Em Jerusalém, o rei mandou prendê-lo para, depois da páscoa, dar-lhe a morte. Mas, ouvindo as preces dos fiéis pelo primeiro Pontífice, enviou Deus um anjo à prisão e o Apóstolo foi libertado.

Depois de ter estado em Antioquia, fixou Pedro a sua sede em Roma, de onde governava toda a Igreja.

Quando Nero decretou a primeira perseguição contra os cristãos, S. Pedro foi encerrado na prisão Mamertina, onde permaneceu vários meses em companhia de S. Paulo.

A 29 de junho do ano 67, o príncipe dos apóstolos foi crucificado sobre uma colina às margens do rio Tibre. Pediu e obteve que o pregassem na cruz de cabeça para baixo, por se julgar indigno de morrer da mesma forma que seu divino Mestre. No lugar do glorioso martírio de S. Pedro levanta-se hoje o Vaticano, onde reside o seu sucessor, o Papa. 


DIALOGO COM SÃO PAULO 

Jesus Cristo diz de si mesmo: "Eu sou a luz do mundo". Nos lábios seus e nos lábios de seus apóstolos, em poucos anos, viu o mundo a formosura dessa luz e ficou envolvido em seus raios. 

Duvidais? Interrogai S. Paulo, o gigante da verdade e do amor, o apóstolo que não descansa, a boca que não cala, as mãos que não desmaiam, o coração que nunca se apaga. Aí o tendes: interrogai-o.

- Santo Apóstolo, donde vens?
- Da Grécia.
- Percorreste a Arábia?
- Toda.
- Estiveste na Ásia?
.- Cheguei às suas praias mais remotas.
- E visitaste Atenas?
- Falei no Areópago, bem como nas ruas de Corinto, de Tessalonica e Éfeso.
- Pensas em ir a Roma?
- Até lá chegarei. Tenho ardentes desejos de avistar-me com os césares do mundo.
- Estiveste na prisão?
- Muitas vezes.
- Sofreste naufrágios?
- Três vezes me vi nos abismos do mar.
- Estiveste em perigo de morte?
- Em muitos; a cada passo.
- Sofreste fome?
- Sim.
- Frio?
- Também.
- Ódios e calúnias?
- lsso, toda a vida; prego a verdade e não me crêem; prego o amor e odeiam-me.
- Santo Apóstolo, descansa!
- Não posso.
- Modera tuas energias.
- Tudo me parece pouco.
- És incompreensível.
- Sou  a lógica, a lógica da verdade, a lógica do amor.

O Apóstolo cala-se um instante. Pensa. Levanta a cabeça e prossegue:

- Vi o meu divino Mestre. Conheci-o na estrada de Damasco. Compreendi que é a verdade, a luz. Levo-o no coração: é um fogo que me abrasa. Levo-o nos lábios: é uma luz que me guia e me arrebata. Poucos anos faz que andamos pelo mundo, eu e os demais Apóstolos, pregando a sua doutrina, anunciando a sua lei. Erguei os olhos e vede: a fé tem sido pregada em todo o universo. Jesus Cristo conquista toda a terra, porque Ele é a luz, é o sol da verdade.Viva Jesus Cristo!

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Tesouro de Exemplos, Pe. Francisco Alves, Editora Vozes (quando ainda católica!).