28/08/2010
Um aprendiz tentando aprender
21/08/2010
POR QUE SOU CATÓLICO
19/08/2010
Leitores melhores que blogueiro
14/08/2010
Wendy “strikes again”
Um leitor protestante, de nome Wendy, envia-me dois longuíssimos comentários aos posts Irmã católica puxa a orelha do blogueiro e Chesterton e a Ciência Cristã. Ele inicia ambos os conjuntos de comentários com palavras elogiosas ao blogueiro, pelas quais agradeço de coração.
Mas seus comentários são, desculpe-me a repetição, o lenga-lenga de sempre, que pode ser resumido assim: (1) a Igreja não existia nos tempos apostólicos e foi fundada por Constantino (a la Dan Brown); (2) a interpretação protestante das Escrituras é a única interpretação verdadeira.
A irritante ignorância histórica auto-imposta dos protestantes é algo que surpreende o mundo há milênios; eu disse milênios e não séculos, pois os protestantes são muito mais antigos que Lutero e Calvino. Estes são herdeiros pós-medievais dos hereges mais antigos, os gnósticos, dos quais não me canso de falar. Uma prova histórica disso (atenção Wendy!, se você quiser permanecer protestante, desconheça esta prova) se encontra no livro de Santo Irineu, Contra as Heresias [cito da 2ª. edição da Paulus, 1995], que diz, falando dos hereges gnósticos (Livro III: 2,2-2,3): “Quando, por nossa vez, os levamos à Tradição que vem dos apóstolos e que é conservada nas várias igrejas, pela sucessão dos presbíteros, então se opõem à tradição, dizendo que sendo mais sábios que os presbíteros, não somente, mas até dos apóstolos, foram os únicos capazes de encontrar a verdade. (...) Nossa batalha, caríssimo, é contra estes, que escorregadios como serpentes, tentam se esgueirar de todos os lados.” Cito propositadamente Santo Irineu, pois ele viveu antes de Constantino, uns 150 anos depois que Jesus foi crucificado. Ele foi aluno de Santo Policarpo, bispo de Esmirna, que foi discípulo de São Pedro, aquele sobre o qual Cristo edificou a sua Igreja.
Wendy diz: “É um típico exagero católico pegar uma doutrina ortodoxamente apostólica, que desconhecia a ICAR como a conhecemos, e expô-la como se os próprios apóstolos fossem fiéis católicos, o que é uma coisa risível.” A se acreditar no leitor protestante, deve ter acontecido um fato histórico extraordinário. Se os apóstolos não instituíram a “Igreja como a conhecemos”, todos os seus discípulos diretos dela falavam e nela se incluíam. E mais, tentavam converter todo mundo a esta Igreja.
Por exemplo, Clemente que viveu no primeiro século, foi o 3º Papa; Tertuliano afirma que ele foi consagrado bispo pelo próprio Pedro. Pois bem, ele escreveu uma carta aos coríntios que, calcula-se, foi escrita entre 81 e 96 d.C. e que começa assim: “A Igreja de Deus que vive como estrangeira em Roma, para a Igreja de Deus que vive como estrangeira em Corinto.” Então, como aconteceu que tanto Clemente como Irineu, falassem de Igreja de Roma, da Igreja em Corinto, de bispos, de presbíteros, etc., e que esta Igreja não fosse uma instituição como a que conhecemos hoje? São João talvez ainda estivesse vivo quando a carta de Clemente foi escrita. Como aconteceu que os discípulos diretos dos apóstolos estivessem falando de uma instituição em completa ruptura com a doutrina e os ensinamentos de Jesus Cristo, que os apóstolos tinham lhes ensinado? Qualquer um que examine a doutrina ensinada por estes homens, verá que é exatamente a doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo. E atenção!, isso tudo ANTES de Constantino.
É preciso ter uma ignorância auto-imposta para não saber que a Igreja antes de Constantino e a Igreja depois de Constantino são a mesma Igreja, como a conhecemos; não houve nenhuma ruptura. Para se convencer disto, basta ler a História Eclesiástica, de Eusébio de Cesárea. Neste livro, Eusébio dá toda a linha de sucessão de todas as sés apostólicas do mundo, desde os apóstolos até os bispos que então eram vivos. E notem os leitores: Eusébio viveu no tempo de Constantino.
Mas voltemos a Santo Irineu que, repito, é anterior a Constantino. Ele diz (Livro III: 3,1-3,2): “Portanto, a tradição dos apóstolos, que foi manifestada no mundo inteiro, pode ser descoberta em toda a Igreja por todos os que queiram ver a verdade. Poderíamos enumerar aqui os bispos que foram estabelecidos nas Igrejas pelos apóstolos e os seus sucessores até nós. (...) Mas visto que seria coisa bastante longa elencar, numa obra como esta, as sucessões de todas as igrejas, limitar-nos-emos à maior e mais antiga e conhecida por todos, à igreja fundada e constituída em Roma, pelos dois gloriosíssimos apóstolos Pedro e Paulo.” Ele continua, então, enumerando a sucessão de Roma. A quem está Santo Irineu se dirigindo aqui? Aos “protestantes” do século II d.C., claro! Aos hereges que estavam alegando exatamente o que Wendy alega hoje, dois milênios depois; são os mesmos hereges, e mesma deve ser a resposta: vai estudar história, ignorante!
São Vicente de Lerins lança, em seu Comunitório, o que talvez seja o alerta mais pungente contra os “protestantes” de sua época, século V. Falando de como os hereges de então recorriam à Escritura para suas “exalações pestilentas” que eles procuram perfumar com “o aroma da palavra celestial”, ele, com acerto, identificou a “tática pérfida de seu autor e mestre”, satanás. Em seguida, ele diz (cito da edição da Permanência, 2010): “Mas alguém poderá perguntar-me: onde se prova que o demônio costuma usar os textos da Sagrada Escritura? Então leiamos os Evangelhos, nos quais está escrito: ‘Então o demônio transportou-o e pô-lo sobre o pináculo do templo e disse-lhe: Se és filho de Deus lança-te daqui abaixo. Porque está escrito: Porque mandou seus anjos em teu favor, que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te levarão nas suas mãos, para que o teu pé não tropece em alguma pedra.’ [Mt, 4, 5s]” Então o demônio protestante está dizendo a Jesus para que Ele se lance “daqui abaixo”; por quê? “Porque está escrito!” Este é o profundo conhecedor da Escritura, este é a víbora, este o nosso inimigo; mas ele é versado nas Escrituras, não nos enganemos.
E assim, inspirado pelo “seu mestre” os hereges de todos os tempos procuram nos enganar com suas “exalações pestilentas” misturadas ao “aroma da palavra celestial”. A eficácia da estratégia demoníaca, que os hereges de todos os tempos usaram, não é tanto a novidade da heresia (pois todas são, em essência, muito antigas), mas a insistência de seu discurso. Lenin, o russo comunista, sabia bem disso quando dizia que uma mentira repetida muitas vezes torna-se verdade.
Mas já vai longo este post. Não publicarei os comentários de Wendy, pois eles contêm tantas confusões e tantas inverdades que, para desfazê-las, eu teria de gastar um tempo que não tenho. Seus comentários têm, meu Word me informa, 9.754 toques, enquanto que minha resposta a apenas duas mentiras já se aproxima dos 7.000 toques. Fiquemos, assim, por aqui.
09/08/2010
Chesterton e a Ciência Cristã
O Sr. Jackson Guterres encaminha a este blogueiro um e-mail com uma resposta a um artigo de Chesterton publicado pelo blog: Um artigo comum. Agradeço os esclarecimentos e a visita a meu blog. Faço abaixo alguns comentários a respeito da missiva do Sr. Guterres, de que cito alguns trechos.
Na introdução ao artigo de Chesterton eu dizia: com este texto, Chesterton usa seu magistral conjunto de instrumentos literários para, de uma forma simples, talvez até simplória – dada a audiência a que ele se dirigia – para nos mostrar que qualquer sistema mais ou menos auto-sustentável de crença – seja ele político ou religioso –, usa, senão todos, alguns procedimentos do único sistema realmente auto-sustentável e indestrutível de crença jamais criado, a Igreja Católica – pois Quem a criou é a fonte da sua sustentação e força. Todos eles se reúnem em concílios, todos editam seus anátemas, todos excomungam hereges, todos são altamente sensíveis às heresias. Contudo, só a Igreja é acusada de fazer tudo isso.
No artigo, Chesterton usa como exemplos tanto a Igreja Anglicana quanto a Ciência Cristã. Eu sugiro que se leia o artigo antes de continuar a leitura deste post.
O Sr. Guterres, para corrigir Chesterton (ai, meu Jesus Cristinho!) e talvez a mim, e falando em nome de um Comitê de Publicação da Ciência Cristã no Brasil, diz: A Igreja da Ciência Cristã é uma igreja de leigos, não há sacerdotes, nem credos, encíclicas, excomunhão e heresias num movimento religioso aberto, engajado com a cura cristã e com o Cristianismo primitivo. Sua teologia está explicitada no livro: Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras; os detalhes organizacionais e essenciais, aos membros e à instituição, estão no Manual d'A Igreja Mãe - ambos de autoria da Sra. Eddy.
Não percebe o Sr. Guterres a ironia da situação. Com o trecho acima, ele declara exatamente o credo e os dogmas da sua religião. Quem concordar com isso é membro da religião, quem discordar é de outra religião. Agora, quem discordar disso e ainda assim afirmar ser um cientista cristão, quem discordar da Sra. Eddy e ainda assim afirmar que professa a verdadeira ciência cristã, este é um herege e será declarado assim por todos os comitês que lá existirem. Eu afirmo isso, mesmo sem conhecer profundamente a tal denominação dita cristã, porque assim acontece com qualquer religião no mundo. Nenhuma delas consegue conviver com quem, em seu seio, negue seus principais dogmas. Por isso, não acredito quando o Sr. Guterres diz que não há hereges para a Ciência Cristã; isso não pode ser verdade. Sobre dissidentes (hereges?) da Ciência Cristã, ver aqui e aqui.
Há, é verdade, uma menção ao cristianismo primitivo. Todos os hereges cristãos falam de cristianismo primitivo, querendo se referir a uma pureza que existia antes e não existe mais. Mas, antes de quê? Eles responderiam sem pestanejar: antes de o malvado Constantino ter criado a Igreja Católica, que pôs tudo a perder. É a mesma lenga-lenga de sempre. E note que a Ciência Cristã, tendo nascido em 1866, fala com toda a pompa de cristianismo primitivo. Bem, o que ela tem a ver com o cristianismo primitivo é só o fato de ser uma heresia moderna que tem ligações com as heresias do tempo do cristianismo primitivo, sobretudo o gnosticismo. O gnosticismo apareceu na história dos ataques à Igreja Católica com vários nomes e tendências. Apareceu, em primeiro lugar, como maniqueísmo, depois como catarismo, apareceu ainda, depois da Reforma, como puritanismo principalmente, embora todas as denominações protestantes tenham sabores gnósticos; e a Ciência Cristã é apenas mais uma filha da Reforma.
O Sr. Guterres não informa, não se sabe a razão, que a Sra. Eddy, depois de afirmar ter tido uma revelação de Deus para escrever seu manual teológico, começou a dar aulas a US$300 (dólar de 1881, que equivale a aproximadamente U$S 6.000, a preço de hoje) por 12 lições sobre sua metafísica. Não informa também que ela morreu milionária em 1910.
É curioso que o Sr. Guterres se mobilize para responder Chesterton no citado artigo, pois ele faz alusão a esta religião em um sem número de escritos. Por exemplo, para citar livros dele traduzidos para o português, em Ortodoxia, o grande católico inglês diz, ao final do capítulo “Paradoxos do Cristianismo”: “Ser arrastado por qualquer dessas teorias novas, desde o Gnosticismo até a Ciência Cristã, teria, sem dúvida, sido óbvio e fácil.” Cito o trecho da edição de 2001 da LTr, trad. de Cláudia A. Tavares. Há uma nota de rodapé (nota 162), não sei se da tradutora ou do editor, que diz apropriadamente: “O gnosticismo foi uma das primeiras heresias no cristianismo, contra o qual já alertava S. João, por pregar que os ensinamentos de Cristo eram apenas para determinados eleitos, como uma ciência superior e secreta, revelada só a uns privilegiados. A Ciência Cristã é uma variação moderna da mesma doutrina.”
Em “O Homem Eterno”, Chesterton diz: “Todos temos ouvido dizer que o cristianismo levantou-se em uma época de barbarismo. O mesmo se podia afirmar que a Ciência Cristã ergueu-se, nasceu, em uma época de barbárie. Podem pensar que o Cristianismo foi um sintoma de decadência social, como eu penso que a Ciência Cristã é um sintoma de decadência mental.” (Cito este trecho de uma edição sem data, sem editora e sem tradutor que adquiri da Editora Quadrante).
Não só Chesterton se refere à Ciência Cristã. Hilaire Belloc, em seu livro As Grandes Heresias, diz, referindo-se à heresia de nosso tempo, que ele chama de ataque moderno: “O ataque moderno é materialista porque em sua filosofia só considera causas materiais. É supersticioso somente como um subproduto desse estado mental. Nutre, em sua superfície, os tolos caprichos do espiritualismo, o contra-senso vulgar da “Ciência Cristã,” e, sabe Deus quantas outras fantasias.”
O Sr. Guterres informa ainda que: “Os cientistas cristãos amam e praticam a regra áurea, alteridade e boas relações com as diferentes religiões e crenças. A fé na onipotência divina, cumpre o primeiro mandamento e pode ser vivenciada em bons frutos e no amor ao próximo.”
Toda heresia, nos ensina Belloc, toma uma verdade católica, a exagera ao máximo, e a adorna com outras coisas não católicas. A heresia só sobrevive pela verdade católica que mantém. Parece que é o caso da onipotência divina dos cientistas cristãos.
O Sr. Guterres também não nos informa que a Ciência Cristã, embora se diga cristã, nega (ver aqui):
1. A Trindade;
2. A Encarnação;
3. A Ressurreição;
4. A Redenção, portanto;
5. A existência do Inferno;
6. Etc.
Com esta lista de negações, não admira que tanto Chesterton quanto Belloc tenham escrito, como bons católicos, contra a Ciência Cristã.
05/08/2010
Irmã católica puxa a orelha do blogueiro
Caro Sr. Angueth...Os caçadores de heresias na época de Jesus eram os fariseus e não os seguidores de Cristo, que eram exortados a irem viver o Evangelho como experiência. Acredito que os seus posicionamentos se aproximem mais do fanatismo que, propriamente, do catolicismo. Espero, sinceramente, que você possa dar um apoio real a alguém que sofre, em lugar de perder o seu tempo com essas vaidosas tagarelices. Em Cristo. De sua irmã Católica.
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Cara irmã católica,
Salve Maria Santíssima!
Há três aspectos em seu comentário que é bom considerar:
1. Os caçadores de heresias na época de Jesus eram os fariseus e não os seguidored de Cristo;
2. Os seguidores de Cristo eram exortados a irem viver o Evangelho como experiência;
3. Espero, sinceramente, que você possa dar um apoio real a alguém que sofre, em lugar de perder o seu tempo com essas vaidosas tagarelices.
Em primeiro lugar, agradeço o seu interesse em meu blog e em postar um comentário que demonstra uma preocupação comigo enquanto católico. Todo católico deve chamar a atenção de um católico vaidoso. Eu agradeço por me lembrar que não sou humilde, pois é verdade. Falta muito para eu caminhar nesta trilha virtuosa. Agradeço também por me sugerir fazer mais caridade: “dar apoio real a alguém que sofre”. Agradeço por me lembrar que não sou caridoso como deveria, pois é verdade.
Dito isso, permita-me também preocupar-me com a senhora como católicae falar também algumas verdades para a senhora. Em primeiro lugar, ao ler sua mensagem, não pude deixar de lembrar um trecho de um livro de Chesterton sobre sua conversão (A Igreja Católica e a Conversão). Diz o autor, muito provavelmente descrevendo sua própria experiência: “Há muitos convertidos que alcançaram um estágio que nenhuma palavra de qualquer protestante pode fazê-lo retroceder. Somente a palavra de um católico pode mantê-lo longe do catolicismo. Uma palavra tola desde dentro é mais danosa que milhares desde fora.” Devemos cuidar com o que sai da nossa boca. Lembro-me que Jesus disse algo parecido aos fariseus.
Vamos analisar as palavras que saíram da boca da senhora, num contexto em que estou discutindo com um leitor que se diz estudante sincero que, tendo tido uma criação protestante, está com o coração aberto para ouvir minhas palavras. A senhora diz que os fariseus caçavam heresias e nós não. Um dia alguém disse isso para a senhora, talvez um padre modernista, destes que não usam batina e não confessam os fiéis em confessionário; destes que pregam o comunismo como se fosse cristianismo. Não há outra fonte possível para a inverdade que a senhora disse.
Para provar que o que a senhora disse é uma inverdade basta consultar o Novo Testamento. Vamos lá! Eu vou ajudá-la a conhecer a Doutrina da Igreja. Sei que eu devia estar ajudando os que sofrem, mas o que se me apresenta agora é uma católica que não sabe a Doutrina da Igreja e minha obrigação é ensinar o pouco que sei.
Vou começar com São Paulo falando dos hereges e das heresias:
· “... combatas o bom combate, conservando a fé e a boa consciência, repelida a qual por alguns, naufragaram na fé: desse número são Himeneu e Alexandre, os quais eu entreguei a satanás, para que aprendam a não blasfemar.” (1 Tim. 1:19-20) Aqui Paulo chega a dar o nome dos hereges e diz para Timóteo lutar contra eles.
· “Ora, o Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, dando ouvido a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, que com hipocrisia propagam a mentira e têm cauterizada a sua consciência, que proíbem o matrimônio e o uso dos alimentos” (1 Tim. 4:1-3). Aqui Paulo dá uma definição precisa do que viria a ser os cátaros: contra o matrimônio e vegetarianos.
Vamos passar agora a São João:
· “Todo o que se aparta e não permanece na doutrina de Cristo, não tem Deus consigo; o que permanece na doutrina, este tem consigo o Pai e o Filho. Se alguém vem a vós e não traz esta doutrina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis, porque quem o saúda, participa das suas obras más.” (2 Jo. 9-11) Alguém duvida de que São João, o discípulo muito amado, esteja falando de hereges aqui?
· “assim tens tu também sequazes da doutrina dos nicolaítas. Faze igualmente penitência; do contrário virei a ti brevemente, e pelejarei contra eles com a espada da minha boca.” (Apoc. 2: 15-15) Aqui São João fala de uma seita herética, dos nicolaítas, que ele vai combater.
Passemos agora a São Pedro:
· “Ora, assim como entre o povo houve falsos profetas, do mesmo modo haverá entre vós falsos doutores, que introduzirão seitas de perdição e renegarão aquele Senhor que os resgatou, atraindo sobre si mesmos uma pronta ruína.” (2 Ped. 2:1)
· “Sabei antes de tudo que nos últimos tempos virão embusteiros zombadores, vivendo segundo as suas concupiscências e dizendo: Onde está a promessa, ou a vinda dele?” (2 Ped. 3:3-4)
Deixemos, por último, que Nosso Senhor nos fale:
· “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêem a vós com vestes de ovelhas mas por dentro são lobos rapazes” (Mat. 7:15)
· “Porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e seduzirão muitos.” (Mat. 24:5)
Há muitas outras citações do Novo Testamento que mostram tanto Jesus Cristo quanto seus apóstolos extremamente preocupados com os hereges e suas heresias. Assim, caríssima irmã católica, pare imediatamente de falar inverdades sobre assuntos que a senhora desconhece.
Estou aqui matutando o que a senhora entende por viver o Evangelho como experiência. Os trechos que citei acima mostram que fazia parte da experiência cotidiana de Jesus e os apóstolos alertarem e lutarem contra as heresias. De outro lado, não há como viver o Evangelho senão como experiência. Mas suspeito que essa coisa de viver o Evangelho como experiência pode querer dizer outra coisa: vivê-lo na base do “paz e amor”, na base do vale tudo religioso, na base de “toda religião é boa”. Se for isso, minha irmã católica, a senhora está muito longe do catolicismo, tenho a obrigação de lhe dizer. Digo até que, se a senhora realmente considerar que viver o Evangelho é praticar o ecumenismo dos padres sem batina, aí a senhora terá de se converter ao catolicismo!
Dou-lhe um conselho, para terminar. Compre e leia As Grandes Heresias, de Hilaire Belloc; este livro fará bem à senhora.