08/07/2009

Caritas in veritate: que Deus olhe por nós!

Ai, meu Deus! Foi com grande peso no coração que li, muito rapidamente, a Caritas in veritate.

Meu primeiro impulso foi ficar calado, mudo. Mas alguns leitores me perguntam sobre a encíclica. O que dizer? Que ela mostra com clareza a profunda crise que a Igreja atravessa. Que ela mostra com clareza o quanto o modernismo foi deletério para a Igreja. O quanto ele continua sendo um instrumento do demônio.

Bento XVI diz: “Passados outros vinte anos, exprimo a minha convicção de que a Populorum progressio merece ser considerada como « a Rerum novarum da época contemporânea », que ilumina o caminho da humanidade em vias de unificação.”

Meu Deus! Como comparar a Rerum Novarum com a Populorum progressio? Façam apenas um exercício. Procurem quantas vezes ocorre a palavra comunismo na Populorum progressio. Ela foi escrita em 1967, quando o mundo já sabia de todo o poder assassínio do comunismo. Quando ele já tinha matado milhões de pessoas no mundo em tempos de paz. Compare com a Rerum Novarum e sua devastadora condenação do comunismo, que naquela época (1891) estava ainda em potência, e não em ato.

Depois de escolher a encíclica de Paulo VI em detrimento a de Leão XIII como modelo, a coisa desandou muito. Aliás, já na destinação da carta, é dito AOS HOMENS DE BOA VONTADE, coisa totalmente estranha à Tradição da Igreja, que virou moda depois do Concílio Vaticano II. Diga-se que essa destinação não aparece nem na Deus caritas est e nem na Spe salvi.

Daí para a defesa da liberdade religiosa foi um pulo. Todo o parágrafo 29 é sobre o tema. Sinto dizer, mas defender a liberdade religiosa é de duas uma: ou não se acredita que a Igreja é o único caminho da salvação, ou se está defendendo que as pessoas tenham a liberdade de perder suas almas.

Depois vem todo um interminável equívoco sobre economia, ambientalismo e, finalmente, para pasmo geral, a defesa de um governo mundial “o governo da globalização deve ser de tipo subsidiário, articulado segundo vários e diferenciados níveis que colaborem reciprocamente. A globalização tem necessidade, sem dúvida, de autoridade, enquanto põe o problema de um bem comum global a alcançar; mas tal autoridade deverá ser organizada de modo subsidiário e poliárquico[138], seja para não lesar a liberdade, seja para resultar concretamente eficaz.”

Há também coisas altamente confusas e até contraditórias, como esta: “Segundo os crentes, o mundo não é fruto do acaso nem da necessidade, mas de um projeto de Deus. Daqui nasce o dever que os crentes têm de unir os seus esforços com todos os homens e mulheres de boa vontade de outras religiões ou não crentes, para que este nosso mundo corresponda efetivamente ao projeto divino: viver como uma família, sob o olhar do seu Criador.”

Nossa Senhora, auxílio dos cristãos, rogai por nós!

23 comentários:

JB disse...

Caro Prof. Angueth,

Esta encíclica foi publicada como pronunciamento "ex cathedra" do papa?
Como sabemos quando um documento papal está com este "selo" ?
Gostaria de saber, pois também havia lido essas partes da "Caritas in veritate" sobre governo mundial, ecologia e fiquei bastante desapontado e preocupado.

Gederson disse...

Prezado Prof. Angueth,
Salve Maria!

Poucos dias antes do lançamento da Carta Encíclica "Caritas in veritate", falava com o José Carlos ao telefone. Dizia a ele que o Papa iria surpreender aqueles que acreditavam que ele retomaria pontos da Populorum Progressio. Minha esperança estava embasada na última audiência geral, onde o Papa dizia aos Padres que a função deles, era o Evangelho e os sacramentos, não a transformação do mundo. Eu fui o surpreendido, porque na Encíclica, ele diz exatamente o contrário do que afirmou na última audiência geral.

O pior de tudo, é que não adianta abordar outros problemas diretamente, sem antes resolver os problemas da Igreja. Não há como lembrar nesta hora, o livro do Pe Calderón. Isto por um motivo bem simples; enquanto a candeia estiver debaixo do alqueire, o mundo estará sempre em crise.

Analogamente, entre a economia de livre mercado e o espírito do CVII (condenado pelo Papa), existe a aversão a regra, o adogmatismo mesmo. Fruto do homem fanático por liberdade (como diz Pe Roussel).

Considerar estas coisas, traz a lembrança, o excelente artigo de Dom Nicola Bux “Por que o Papa não age? Não pode impor a obediência a estes prelados?”

Efetivamente, o Papa não pode impor uma obediência direta “aos homens de boa vontade”, aos políticos, aos economistas, socialistas, etc, eles estão fora de sua jurisdição. No entanto ele age, e como vemos, a obediência pode ser imposta indiretamente, através da pregação (no campo social).

Mesmo aos albigenses que estavam sob a jurisdição da Igreja, não lhes foi imposta a obediência direta. Primeiramente foram enviados Santos, como São Domingos, isto, antes da força cruzada. Quando Nestório foi refutado, restou-lhe apenas renunciar a seus erros, ou ser anatematizado. O mesmo se deu com todos os hereges que foram confrontados em Concílios Ecumênicos.

Na Igreja, sempre a imposição da obediência, é precedida pela exposição da verdade. Onde toda imposição de obediência, se deu e se dá, na intenção de persuadir pela e para verdade. Neste sentido, a ação pode ser indireta pela pregação, ou direta pelas sanções. Isto é o que vimos acontecer com Dom Lefebvre, Dom Mayer e a FSSPX. Onde sempre tentou-se as vias diretas de persuasão, mas nunca se respondeu eficazmente aos envolvidos. Contudo, no que diz respeito à crise conciliar os últimos avanços que assistimos, foram os que de alguma forma envolvem a FSSPX. No entanto, não temos nenhuma análise no campo religioso, que possa ser comparada à análise feita no campo social, ou seja, ainda não temos uma “Caritas in Veritate”, sobre a crise conciliar. Se as abordagens da crise conciliar fossem feitas como as abordagens das questões externas, a crise já teria cessado.

Esperamos por 4 décadas pela condenação de 80% das interpretações conciliares, através da simples distinção entre a hermeneutica da continuidade e da ruptura. Imagine se tivéssemos uma Encíclica abordando objetivamente os problemas conciliares?

E a esperança de uma análise da crise conciliar ao nível da “Caritas in Veritate” no campo religioso, esta nos debates com a FSSPX.

No mesmo artigo de Dom Nicola Bux, ele afirma faz uma analogia entre a passagem na qual Cristo dorme no barco, e os apóstolos enfrentam a tormenta. O Papa dorme, mas quando acordar, conseguirá acalmar a tempestade.

Enquanto a tempestade não cessa, o jeito é seguir o ensinamento de S. Diádoco;"a fé ensina a desprezar as coisas que se vêem", conjuntamente a regra de São Vicente de Lérins. Fique com Deus.

Abraço

Anônimo disse...

Senhor, por que nos abandonaste? por que somos de uma geração amaldiçoada?

Ricardo2

Reanto Salles disse...

Prezado "JB",
Permita-me responder a sua pergunta. Esta encíclia não é um pronunciamento ex-cathedra. Para haver um pronunciamento deste tipo são necessários, pelo que me recordo, 3 itens:
1 - Que seja sobre Fé e Moral;
2 - Que seja para toda a Igreja;
3 - Tem-se que ter a intenção clara de querer formular um dogma.
Saudações em Cristo Nosso Senhor

Rodrigo disse...

Professor, repito a pergunta do JB: encíclicas sociais são pronunciamentos ex-cathedra do papa?

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Caros JB e Rodrigo,
Salve Maria!


O problema da infalibilidade do Magistério da Igreja está extraordinariamente bem explicado num artigo do SIM SIM NÃO NÃO e pode ser acessado aqui. Vale a pena ler com cuidado, pois é uma pérola e dá perfeito entendimento sobre matéria muito complexa.

Que Nossa Senhora nos proteja.

Antônio Emilio Angueth de Araújo

Anônimo disse...

Caro Prof. Angueth,

Creio que esta mensagem foi um recado para o senhor. Leia também os comentários:

http://sucessaoaapostolica.blogspot.com/2009/07/nova-enciclica-acarreta-novos-insultos.html

Paulo

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Caro anônimo,

É até possível que um comentarista do post que você enviou tenha se referido a mim. Se foi, a coisa está equivocada. Primeiro, eu não insultei o Papa. Apenas não concordo com vários aspectos da nova encíclica, e tenho completo direito a isso, como católico que sou. É comum, no Brasil, com a pobreza intelectual que graça aqui, que toda vez que criticamos as idéias de alguém, a coisa é encarada como insulto.

Em segundo lugar, eu mesmo disse que li rapidamente a encíclica. Pode haver, e certamente há, muita coisa nela que merceria ser comentada, e até elogiada. Eu não vou fazer isso, porque não a lerei mais. O que eu li, ja basta.

Há ainda uma menção à um post no meu blog em que eu comento o discurso de Bento XVI sobre o papel sacerdotal. Ou seja, lá eu festejo o Papa falando, quase ex-cathedra sobre o sacerdócio. Não entendem que, no momento seguinte, tendo o Papa dito outra coisa, eu possa discordar dele.

Que posso fazer?

Antônio Emílio Angueth de Araújo

Anônimo disse...

Li em um blogue que a encíclica teria sido escrita a mais de uma mão. Ou seja, nem tudo seria do Papa. Será que a informação procede?

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Caro Luiz,

Não sei se alguém escreveu partes da encíclica. Sei que Bento XVI assinou-a e isso basta.

Rezemos pelo Papa!

Antônio Emílio Angueth de Araújo

MilitiaJesuChristi disse...

Primeiramente gostaria de alertar quanto ao blog indicado pelo Paulo, o mesmo não merece nem ser levado em consideração, afinal, a senhora que o administra é uma completa descontrolada, além de modernista.

Segundo, como bem disse o Angheth: "O que eu li, já basta"!

Não me surpreende que o modernismo apareça na Encíclica do Papa Bento XVI, o que me surpreende mais é o número de neo-tradicionalistas que insistem em viver no mundo da Alice, no país das maravilhas, pensando ser Bento XVI um tradicionalista...

Rezemos pelo Papa, pois é o dever de todo Católico. Mas devemos ter os pés no chão para não nos iludirmos, parafraseando Dom Tissier, estamos lidando com um perfeito liberal, triste mas é a mais pura verdade.

Kyrie Eleison!

Portal União disse...

Governo mundial: Nunca o Papa vai apoiar isso. Penso que se enganaram na leitura.

Sobre Liberdade religiosa, ainda não entenderam... que pena!

Acho que farei um artigo sobre a verdadeira Liberdade Religiosa que tanto Bento XVI defende!

DFLD

Anônimo disse...

Como é fácil julgar!

Falei com a autora do blogue e ela disse que nem conhecia o Blog do Angueth. Ademais, não é modernista.

Mais prudência, por favor!

Anônimo disse...

Caríssimo senhor Antônio Emílio Angueth de Araújo, Salve Maria Santíssima!

Meu nome é Ana Maria Nunes, sou a dona do Blogue Sucessão A Apostólica, aqui citado maldosamente, duas vezes por leitores do senhor.

Gostaria de lhe informar, que nunca li seu blogue, estive aqui uma vez pq meu amigo Cardini me indicou livros que aqui tinha, e que n consegui abrir o link.

Nunca tive qualquer tipo de contato com suas ideias ou opiniões, de forma que n me referi ao senhor quando fiz o texto no Sucessão. sinceramente, n tenho hábito de ler os blogues e depois postar no meu, eu posto no meu e pronto. Quando pego texto alheio, coloco o link.

Quando fiz o texto e post, do qual o senhor achou ser para sua pessoa, me referia a várias opiniões que tinha lido em comus do orkut, de forma que repito, n me referi ao senhor.

Permita-me tb mais duas considerações:

Paulo: vc creu errado rapaz, eu n sou mulher de recado, quando quero falar, falo na cara. O meu blogue n se presta a folhetim, obrigada por ler o Sucessão.

Brother Piu V: no orkut, Católico Tradicionalista ou Inácio: se tem mais fakes, n sei, mas os que sei foi um desprazer conhecer.

Postei um vídeo do Papa João Paulo II e ele foi me xingar no orkut. Respondi e ele acha isso descontrole, se o senhor está acostumado com mulher de cabeça baixa, fica somente dentro de sua casa.

É por essas e outras que tenho horror de sedevacantista é uma raça muito baixa!

************************************

N sou modernista, acato a Sucessão Apostólica se isso incomoda aos jumentólogos, paciência!

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Cara Ana,
Salve Maria!

Obrigado por seu comentário que elucida sua posição. Obrigado também por sua visita.

Compartilho com você a total repulsa ao sedevacantismo, mas não aos sedevacantistas. Sou também completamente obediente à sucessão apostólica. Rezo todas as noites para o Papa Bento XVI e espero muitíssmo de seu pontificiado, sobretudo que ele inicie logo as conversações com a FSSPX.

Contudo, mantenho minhas críticas à nova encíclica.

Em Jesus, Maria e José.

Antônio Emílio Angueth de Araújo.

Anônimo disse...

Caríssimo senhor Antônio Emílio Angueth de Araújo, Salve Maria Santíssima!

O senhor tem razão, expressei-me erradamente, horror ao sedevacantismo e n as pessoas, embora tenha alguns que me dão motivos para lhes ter repulsa tb.


Creia, n li a postagem do senhor falando sobre a Encíclica.

Caso o senhor queira falar comigo deixo meu email: anamaria.nunes30@yahoo.com.br

Abraço

MilitiaJesuChristi disse...

Muita cautela com essa Ana Maria meu caro Angueth, essa Ana Maria é uma tremenda descontrolada.

Uma caluniadora das mais traiçoeiras...

Provas disso é mais uma alucinação (leia-se calúnia, pois ela sabe da verdade) expelida por ela quando diz:

"Brother Piu V: no orkut, Católico Tradicionalista ou Inácio: se tem mais fakes, n sei, mas os que sei foi um desprazer conhecer."

Assim como a língua bifurcada da serpente, ela sabe misturar bem a mentira com verdades...

Meu nome é Inácio, Brother Pius V é meu nome religioso (sou terciário Dominicano), e isso nunca foi segrado algum.

Não faço a mínima idéia quem seja "Católico Tradicionalista" e desafio essa caluniadora provar o que diz...

Portanto, é MENTIRA dessa víbora modernista dizer que eu seja o tal "Católico Tradicionalista", ou que eu seja sedevacantista (desafio-a trazer uma só prova disso) ou que eu tenha qualquer fake... Fake é o "catolicismo" dela.

Se ela tivesse o mínimo senso de Catolicismo, ela evitaria o GRAVE pecado da calúnia.

Esperando por "provas" me despeço.

Anônimo disse...

Caro Prof. Angueth,

Não seria melhor tirar estes posts conflituosos entre a Ana e o Ignácio?

Pelo que vejo, é uma destas discussões que nem deveriam ter começado. Seu blogue definitivamente não merece este tipo de comentário.

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Caro Luiz,

Vou seguir parcialmente seu conselho. Não vou aceitar mais comentários nem da Sra. Ana nem do Sr. Ignácio. Os que foram aceitos serão mantidos.

Fique com Deus e obrigado pela sugestão.

Antônio Emílio Angueth de Araújo

Aprendiz disse...

Angueth

Coloco esta pergunta apenas para minha informação, pois não sou católico. No seu texto você condena a liberdade de religião. Qual o significado disto, dentro do contexto católico? O que você defende é que todas as pessoas sejam obrigadas a seguir a religião católica, pela coerção e violência, se for preciso?

Se for este o caso, supondo que a religião católica seja a correta, isto levaria à salvação das pessoas que, sem fé, fossem obrigadas a confessar o que não creem?

Não se ofenda se entendi de forma errada. Realmente não sei o que isso significa no seu contexto.

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Caro Aprendiz,

Os católicos acreditamos que só há salvação na Igreja. Isso foi assim desde os tempos apostólicos até o Concílio Vaticano II. O concílio não mudou nada neste aspecto, apenas pareceu que mudou. Portanto, é dogma de fé que só há salvação na Igreja Católica.

Sendo assim, não podemos pregar a liberdade religiosa, pois, não há liberdade para a salvação. Jesus não disse "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" e depois disse: vão por aí, com plena liberdade, e escolham o caminho, a verdade e a vida que vocês quiserem. Ele é tudo isso, e só Ele. Seu Corpo Místico é a Igreja e assim, devemos dizer apenas isso: ninguém tem liberdade de escolher a religião que quiser se o assunto for a salvação da alma. Se for discurso político, se for para agradar, bem, aí sim, podemos falar em liberdade religiosa.

Se eu sei que entre a cidade A e a cidade B só há um caminho, eu tenho de lhe dizer, se você quer ir de A para B, qual é esse caminho, e não que haja muitos caminhos entre A e B. Se você percorre este caminho, sua liberdade não diminui nem um centímetro. Aliás, ela aumenta, pois você sabe que vai chegar lá com facilidade. Se eu lhe digo que você pode pegar qualquer caminho, eu estou lhe engando, estou lhe desviando de seus objetivos, estou fazendo o trabalho de satanás.

Fique com Deus.

Antônio Emílio Angueth de Araújo

jorge dias disse...

Mas quão apertados são os parâmetros neste espaço! E eu eu que vinha à procura de mentalidades dialogantes, embora críticas, como podemos e devemos ser, se o entendermos e desejarmos.Tenho críticas a esta encíclica e bem que gostaria de as partilhar, mas reconheço que, não obstante todo o seu tradiocionalismo e marca germánica, o pastor Alemão Bento XVI, é bem mais aberto na sua mentalidade que o seu Blog caríssimo Angueth. As minhas críticas, de crente e constructor com Cristo de uma nova humanidade,por isso, nem seriam entendíveis neste espaço. Mas dá que pensar...

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Sr. Jorge Dias,

O senhor que procura mentalidades dialogantes e também procura construir uma nova humanidade deve saber que este espaço é MEU. Não é um espaço democrático, não é uma espaço para construir uma nova mentalidade. Os "parâmetros deste espaço" são os que eu defino, apenas estes.

Se o senhor quiser um espaço dialogante e construtor de uma nova humanidade, sugiro que o senhor construa um.

Antônio Emílio Angueth de Araújo.