Comento aqui uma afirmação que
poderia estar num artigo final d’O DOMINGO, panfleto revolucionário
distribuídos nas Missas de Paulo VI. Ela poderia ter sido dita pelos padres
Nilo Luza, Paulo Bazaglia, ou mesmo pela nossa missionária da Amazônia,
ex-prefeita de Campinas pelo PT, a Sra. Izalene Tiene. Poderia ter sido escrita
em qualquer domingo, mas principalmente na Semana Santa.
Eis a frase: “Quem se aglomerava
em torno de Jesus para ouvir as suas palavras? O povo. E quem O crucificou? Os
escribas, os fariseus, os doutores da lei, o governo romano, os príncipes dos
sacerdotes”.
Podemos imaginar uma sequência de
um dos padres mencionados, ou outros: “Pois Jesus veio com um projeto para os
pobres, para os desvalidos, e não para os poderosos. Veio para desafiar a ordem
estabelecida, veio para fundar um reino de justiça e de paz social,
fundamentado na dignidade da pessoa humana”. Esta frase imaginária seria um bom
complemento da frase inicial, que é verdadeira. Já-já revelo o seu indigitado
autor.
Eu responderia à frase real
perguntando o seguinte: e o povo todo gritando “Barrabás, Barrabás”? Houve uma
consulta popular feita por Pilatos; houve a expressão da democracia direta.
Sim, Pilatos poderia ter salvado Jesus. Mas ele era um democrata (como o são
todos os padres modernistas) avant la
lettre: afinal, a voz do povo é a voz de Deus, ou não é? E o que dizer de
Iscarites, que vendeu Jesus por trinta dinheiros. Era também príncipe, era
também poderoso, era doutor da lei? O que dizer de José de Arimatéia, que ouvia
Jesus, era um dos seus discípulos, mas não era do povo? Esse padre está
tentando nos enganar, como fazem os Luzas e Bazaglias da vida! É tão asqueroso
quanto estes.
Mas a surpresa toda vem agora.
Esse padre, esse revolucionário, falou isso em 1834, antes do manifesto
comunista, antes do apogeu de Marx, pouco mais de trinta anos depois da
Revolução Francesa. Seu nome? Esse infeliz é Felicité de Lamennais, o fundador
do catolicismo liberal. Ele publicou essa frase em seu livro, estrondoso
sucesso, e referência de todos os modernistas, Paroles d’un Croyant. Sim de um croyant,
crente, não de um católico. Crente num deus que não existe, num deus construído
conforme suas convicções, como o deus de Lutero.
Lamennais era também homossexual
e, aos 33 anos, teve uma relação amorosa com um jovem, Harry Moorman, estudante
de 13 anos, em Londres. Hoje, isso seria considerado pedofilia! A relação foi
tão tórrida que Lamennais queria levar Harry, à força, para Paris, mas desistiu
do intento por aconselhamento do Padre Carron. Será que existe uma relação mais
estreita entre catolicismo liberal e homossexualismo? Será que Lamennais foi
precursor de outros “movimentos” que também hoje infestam a Igreja? Não sei.
Mas fica a observação.
O mal não é definitivamente o
comunismo, mas o liberalismo. Eis a minha modesta opinião.
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