Recebi um
comentário, no post Dia 8 de março: o que comemorar?,
de uma anônima (imagino que seja mulher!) que não publicarei, mas que
responderei brevemente aqui.
Ela diz:
“Professor, é com muito orgulho que comemoro o dia da mulher. Agradeço todas as conquistas obtidas por outras mulheres ao longo da história que me permitiram hoje ter liberdade para escolher como me vestir, agir ou estudar.
“A luxuria e a crueldade obviamente são inerentes ao ser humano e não ao paganismo ou à mulher. Muitos mataram e torturam em nome de Deus e da moral, queimando "bruxas". Hoje, muitos continuam a fazer isso por meio do discurso.”
É de pasmar
que com tantas conquistas uma mulher se esconda atrás do anonimato para se
dizer orgulhosa do dia da mulher. Leitora anônima, será que dentre todos os
direitos da mulher se esconde a covardia? Mas ela se mostra completamente
doutrinada nas mentiras que se conta sobre a Inquisição e a caça às bruxas (ela
coloca a palavra entre aspas como se elas não existissem!).
Depois ela
finge que leu o post, ou se leu não entendeu, ao dizer que a luxúria e a
crueldade são inerentes ao ser humano. Ela está a ensinar a um católico
acerca do Pecado Original, vejam só que empáfia! É claro que eu não disse que a
crueldade e a luxúria é obra do paganismo, pois li o Gênesis e, com a graça de
Deus, entendi bem o recado. Eu disse apenas que o paganismo faz desses dois
pecados um sistema, tanto o paganismo anterior quanto o atual.
Bastava a essa
moça ler um pouquinho mais, além das besteiras que lê, para se informar de como
a situação da mulher melhorou na Idade Média, em relação à antiguidade, e
piorou muito a partir da Renascença, desembocando no que é hoje. Para não
esgotar as energias mentais da leitora, sugiro que ela leia um texto curto,
escrito por uma pesquisadora, grande historiadora, que não tinha motivos para
enaltecer o sistema medieval católico, pois era protestante. Refiro-me ao texto
Mulher sem Alma, de
Regine Pernoud. Lá a orgulhosa e anônima leitora encontrará informações
históricas precisas que poderão até causar-lhe uma exaustão mental: por
exemplo, a mulher (inclusive e principalmente as casadas) medieval votava e
exercia profissões das mais variadas (professora, médica, boticária,
estucadora, tintureira, copista, miniaturista, encadernadora, etc.) Saberá
ainda que foi na Renascença, esta época pintada pelas mentiras históricas
clássicas como da liberdade e emancipação, que a mulher começou a ser considerada
inferior ao homem. De lá para cá, com o iluminismo e a Revolução Industrial a
situação piorou muito e só o catolicismo pode salvar a mulher do naufrágio completo.
Pois é, a
leitora ainda me dá uma “lição” quando diz: “Não cabe mais a pessoas conscientes
pensar que a mulher é uma "santa" ou um "víbora", pois esse
pensamento maniqueísta não explica a complexidade que nós- humanos- possuímos.”
Viram como ela
me chama de maniqueísta? Ai, ai, ai! Será que ela já leu alguma sobre o maniqueísmo,
meu Deus? Ela acha que maniqueísmo é um sistema que classifica as pessoas entre
santas e víboras e levanta contra esse “sistema” a complexidade dos seres
humanos. Meu Deus!, quanta ignorância numa só frase (ou duas)! É incrível como
as heresias antigas conseguem ter sobrevida na atualidade! Viva o profeta persa
Mani! À leitora sugiro uma leitura de maior fôlego do que a que sugeri acima: lei
Santo Agostinho contra os maniqueístas. Leia Santo Ireneu contra os hereges.
Leia As
Grandes Heresias, de Hilaire Belloc.
Vou
poupar os leitores das asneiras mais candentes que a leitora consigna no comentário, razão pela qual não o publico.
Um comentário:
É impressonante o quanto, nessa nova era pagã, onde o homem é deus e o relativismo é seu dogma máximo, as pessoas se auto imponham a mentira e a ignorância, e a defendem com unhas e dentes! O marxismo cultural realmente é um lixo alienante.
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