1) Devemos padecer a opressão como verdadeiros cristãos: com discrição e paciência. Não devemos rebelar-nos como se rebelam as gentes em convulsões políticas destituídas de senso do sobrenatural; nem participar de protestos e de bravatas que antes desviam do reto caminho para a perfeição no sofrimento.
2) Não podemos afastar-nos um iota de confessar – sempre que necessário – a lei natural e a lei divina positiva. Mas, como dizia S. Tomás de Aquino, devemos padecer a tirania oferecendo-o a Cristo, e obedecendo-lhe a ela no que não fira centralmente aquelas leis (ainda que de foro interno não adiramos a tal).
3) Um coisa é votar num mal menor; outra, completamente diferente e contrária ao dever católico, é apoiá-lo, defender forças que, conquanto constituam mal menor, são todavia um mal – e, no caso brasileiro, grande mal. Aliás, do triste espetáculo a que acabamos de assistir também são responsáveis as forças menos más de uma sociedade arruinada.
4) Nossas armas: os sacramentos; a oração, o suplicar capacidade para suportar o mal e para resistir àquilo a que, sempre com prudentia ou frónesis, é preciso resistir; e estudo, e artes; e vida familiar, o mais recolhida possível. Afastar-se das vaidades públicas.
Perguntava-se S. Tomás de Aquino por que Deus permite que os povos padeçam tirania. Porque não têm fé – respondia o Santo do alto de sua lucidez realista – e porque cometem imensos pecados contra as leis divinas.
E a isto já nada tenho que acrescentar eu, um simples laico.
Que Deus nos proteja e fortaleça.
Em tempo. Pedimos a Deus que afastasse de nós um cálice amargo. Sempre que o pedimos, porém, devemos imediatamente dizer-Lhe: Mas seja feita a Vossa vontade.
C. N.