Prezado
Professor Antônio,
Desculpe-me,
a intenção não era ofender. Mesmo porque a discussão aqui é teórica e não
pessoal, ou seja não haveria motivo de ofensa. Mas novamente desculpe-me.
Fiquei feliz que você respondeu aos meus comentários e tenha certeza que li sua
resposta atentamente.
Não
vou criar mais atritos ou defender qualquer ponto de vista, contudo como meio
democrático que é a internet, gostaria de direito da treplica para esclarecer
melhor meus comentários.
A
razão do meu tom no comentário anterior foi em virtude de como seu post pode
chegar a população. Não necessariamente o que você escreveu, mas como as
pessoas podem interpretar.As Neurociências estão na moda e alguns acreditam que
ela possa responder a qualquer coisa. Mas isto é uma inverdade, primeiro porque
não há verdades absolutas na ciência e segundo que um bom discernimento cabe em
qualquer lugar.
Acho
(disse eu acho, isto não quer dizer que é uma ordem e nem uma verdade absoluta,
ok?) que você enquanto formador de opiniões deveria dialogar entre os pontos de
vista que escreve em seus textos. Por isso sugeri que você procurasse outras
referências. Não significa que você precise concordar com o outro ponto de
vista e sim que é interessante informar as pessoas que leem seus textos.
Novamente, só uma opinião, afinal aqui é um espaço de discussão, certo?!
Não sou contra palmadas, limites
ou qualquer outro tipo de coisa citada em sua resposta ou nos comentários, só
acredito que as coisas devem ser interpretadas com parcimônia e discernimento.
O que eu disse não são verdades absolutas e sim resultados de alguns estudos,
ok!?
Sobre
a discussão da Psicologia UFMG: não me interessa se é a melhor ou a pior, o
importante para mim é o trabalho ético fazendo o meu melhor que posso. Agora
tem muita coisa sendo feita na Psicologia da UFMG que é de qualidade e isto vai
além das neurociências. Eu mesma admiro o pessoal da Psi. Social; mesmo não
sendo a minha área aprendi a conviver e respeitar as diferenças. Isto é
cristão.
Percebi que ao longo da
discussão foi muito julgada pelos meu colegas católicos, mas não se preocupem
nenhuma pedra me atingiu. Fiquei só um pouco desapontada afinal gostaria de ter
instigado uma discussão sobre religião e neurociências e não sobre a minha
pessoa ou mesmo a Psicologia da UFMG.
Novamente
independente do meu lattes ou do lattes de qualquer outro estou sempre aberta a
discussões, pois são elas que me fazem crescer e ampliar meus horizontes.
Cara
Annelise,
Não
me ofendi com nada do que você disse. Entendi que você estava discutindo meus
argumentos acerca das declarações de Dom Walmor. Seu lattes, ou de qualquer
outro interlocutor, me interessa muito pouco. Só recorro a ele quando falo com
quem argumenta usando títulos acadêmicos: você começa seu comentário se dizendo
neurocientista. Não foi minha intenção ofendê-la e se o fiz, desculpo-me publicamente.
Não
conheço a Psicologia da UFMG e não posso analisar o que ocorre lá, detalhadamente. Tenho minhas
ideias sobre a universidade de um modo geral, inclusive sobre a Escola em que
eu trabalho. Estas ideias estão espalhadas aqui no blog. Reconheço que elas são muito pessimistas sobre o futuro desta instituição.
Se
você não é contra palmadas e reprimendas, certamente também deve ter se
assustado com as considerações de Dom Walmor sobre as mais recentes descobertas
da neurociência: “só elogios até oito anos de idade”. Foi sobre isto que
comentei naquele post anterior.
De
qualquer forma, Annelise, eu agradeço novamente seu interesse em meu blog e
também estas suas palavras de esclarecimento adicional. Os comentários dos
leitores, exceto se muito ofensivos ou mal educados (e eles existem aos
montões!) são todos publicados e alguns, como os seus, pela sua importância são
respondidos em posts individuais.
Espero
que o blog continue a merecer sua leitura e não hesite em postar comentários
quando julgar conveniente, como católica ou como neurocientista. Desejo-lhe também sucesso em seu mestrado!
11 comentários:
Luiz Fernando, Salve Maria!
O Olavo de Carvalho, sem dúvidas, é o maior filósofo brasileiro, e, se não estou enganado, utiliza dos palavrões (também não gosto) como técnica para atrair os jovens.
Você pode muito bem discernir ou separar o lado positivo dele (que é majoritário) do negativo. Ademais, podemos proceder da mesma maneira com o Orlando Fedeli, Sidney Silveira, Padre Paulo Ricardo e outros.
Afinal, Santo Agostinho e Santo Tomás fizeram o mesmo com Platão e Aristóteles, isto é, souberam separar o joio (erro) do trigo (Verdade).
Aproveitando o ensejo, eis um grande conselho de Pio XI:
“A todos quantos agora sentem sede da verdade, dizemos-lhes: ide a Tomás de Aquino”
Professor,
Muito legal sou comentário. Assim como o outro me fez refletir.
A comunicação pode ser a salvação ou a maldição da humanidade. Com suas palavras desapegadas pude entender melhor o que realmente quis dizer. Vi como minhas palavras foram afiadas, me expressei mal (partilho do comentário do colega Luiz Fernando).
As palavras de Dom Walmor podem ser mal interpretadas tanto do ponto de vista católico como neurocientífico. Católico, acho que você, Professor e alguns colegas comentaram muito e bem. Sobre a vista da neurociências o que acredito poder contribuir minimamente e de uma maneira mais adequada agora é dizendo que nunca li (pesquisei hoje por horas) qualquer coisa dizendo que afirmassem "só elogios até oito anos de idade”. Como eu disse anteriormente o que existe é como as frases postadas na forma afirmativa tem maiores índices de aprendizagem em crianças mais novas. A "sugestão" das neurociências é sobre como o "não" (enquanto limite) devem serem postados.(Melhor sugestão de estudo que eu conheço seria: C. van Duijvenvoorde, K. Zanolie, S. A. Rombouts, M. E. Raijmakers and E. A. Crone, “Evaluating the negative or valuing the positive? Neural mechanisms supporting feedback-based learning across development”, The Journal of Neuroscience, vol. 28, no. 38, pp. 9495-9503, 2008). Ninguém disse só elogiem. Bom, pelo menos não achei.
Por outro lado estudos clássicos, desde da década de 60, demonstram que o estilo parental relacionado ao melhor desenvolvimento infantil(escolar, psicológico, emocional e físico) é o autoritativo que equilibra exigência e controle com aceitação e responsividade. A autora do estudo de estilos parentais é a Diana Baumrind (http://www.devpsy.org/teaching/parent/baumrind_styles.html), mas muita coisa tem sido feita inclusive no Brasil (quem se interessar procure pode procurar coisas da pesquisadora Lidia Natalia Dobrianskyj Weber). Independente da cultura há diversos estudos demonstrando a importância de ambas as dimensões.
Enfim, pode-se usar a religião erroneamente na orientação das pessoas,e pior se isso tiver um fundamento científico deturpado. Como eu disse as neurociências estão na moda, mas isso não quer dizer que elas podem responder a tudo. Os neurocientistas precisam ajudar a sociedade fazendo o intermédio entre o que é "descoberto" em pesquisa e no que é exposto pela mídia.
A mídia, a meu ver, manipula muito como as informações chegam as pessoas. E isto é prejudicial a ciência, mas com certeza mais prejudicial ainda à vida das pessoa, criação dos filhos, etc...Mas isto é outro tema, porque como dizem na minha terra: "dá pano pra manga..." Já escreveu sobre isso, Prof. Antônio?
Att
Annelise
Fonte: Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)
Rio de Janeiro – A celebração do Conselho de Igrejas Cristãs do Estado do Rio de Janeiro (CONIC-Rio), oficiada na quarta-feira, dia 20 de junho, na Cúpula dos Povos, no Parque do Flamengo, destacou a esperança e o compromisso com a Paz na Criação de Deus.
A celebração foi dirigida pelo presidente do CONIC-Rio, dom Nelson Francelino, da Igreja Católica Apostólica Romana; pastora Christine Drini, segunda secretária, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, pastor José Roberto Cavalcante, primeiro secretário, da Igreja Presbiteriana Unida, e o reverendo Daniel Rangel, tesoureiro, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil. Eles contaram com a presença da teóloga Maria Clara Bingemer, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
O acolhimento invocou o poder de Deus Criador, pediu iluminação para as igrejas cristãs e que assumam o compromisso de responder aos apelos de Deus. Durante o canto do hino Louvado Seja Meu Senhor, foram trazidos os quatro elementos ao altar (terra, fogo, água e ar).
No ato penitencial, os mais 80 de participantes admitiram que também ajudaram, muitas vezes, a destruir a Criação em nome de ânsia de ter, aproveitar e consumir, agredindo a natureza. Pediram, cantando, que o Senhor tenha piedade deles.
O momento de escuta da Bíblia foi antecedido do cântico do hino “Quão grande És Tu”, seguido da Oração de Compromisso, pedindo que “nesta Cúpula dos Povos da Rio+20 nos convertamos e vejamos que a criação geme em dores de parto, para que possa renascer segundo o vosso plano de amor, por meio da nossa mudança de mentalidade e de atitudes”.
angheth isso ta no site deles.15
Caro professor,
Aproveitando a oportunidade e talvez ate fugindo um pouco do assunto, queria pedir gentilmente a sua opinião sobre os rumos que a escola de engenharia da UFMG tem tomado, especialmente o curso de engenharia elétrica, dentro deste cenário de destruição do ensino superior que estamos vivendo no Brasil.
Um abraco,
Leonardo
Prezado Luiz Fernando,
Nas aulas recentes do Seminário de Filosofia o Prof. Olavo de Carvalho, respondendo aos seus alunos, afirmou que reza o Terço diariamente há muitos anos, que reza todos os dias, que deveria rezar mais. Respondendo a um aluno que queria saber o que é servir a Deus e fazer a sua vontade, disse: “não tenho nenhuma fórmula para você (o aluno não é Católico)”. Tenho uma fórmula pessoal, mas ela só serve para Católicos. Eu sugiro para aqueles que podem fazer isso (...) que rezem o terço diariamente, todos os dias pedindo o dom do perfeito arrependimento. Peça somente isto e por muito tempo (...) um dia o Espirito Santo nos mostrará exatamente quais são os nossos pecados (...)
Como deve saber o Professor Olavo abre seu programa de rádio invocando a proteção da Santíssima Virgem Maria e do Padre Pio. Sua obra filosófica é inspirada em Santo Agostinho e é desenvolvida quase que em tom confessional, de forma profundamente honesta e sincera. Ele não só defende a confissão individual como esclarece a forma de fazê-la.
A confissão é muito importante para a salvação das almas e deve ser precedida de perfeito exame de consciência. Acho muito difícil fazer isto, pois tenho tendência a minimizar a gravidade dos meus erros com justificativas muito parecidas com a sua: fiz isso por causa daquilo, ou isto me levou a fazer aquilo. Olavo de Carvalho não só me encoraja a ser sincera comigo mesma, como dá exemplos de como fazer isto ou do caminho para se chegar a isto.
Desculpe-me pelo juízo que vou fazer, mas te achei muitíssimo severo consigo mesmo e com os outros. Começa puxando a orelha do administrador do blog e termina culpando o filósofo.
Acho que o Professor Olavo de Carvalho é sim muito Católico. É também um grande filósofo e um erudito. Diante de tudo que já escreveu e ensinou das conversões ao catolicismo que provocou, os palavrões tem pouca importância.
Cristina.
Caro Luiz,
Eu não puxei sua orelha, apenas lhe sugeri publicar um comentário externando suas desculpas e ampliando-as à Annelise, desculpas estas que estavam em seu e-mail a mim endereçado.
Confesso que estranhei também seu comentário sobre eu ter o poder de vetar qualquer comentário. Isto é claro que tenho e o exerço permanentemente. Isto, contudo, não tira a responsabilidade de quem comenta. Às vezes escapa comentários ao meu escrutínio e às vezes eu concordo com eles, mesmo os que são mais incisivos.
Mas, depois de tudo que você escreveu, não há como discordar de você quando diz: "admito que tenho sérios problemas com a minha língua, com aquilo que brota do meu coração e sai de modo atabalhoado pela boca, pela escrita, etc."
Quanto ao Olavo eu concordo plenamente com Tiago Moreira e Cristina. Olavo é hoje o maior pensador brasileiro e isto de ficar monitorando se ele é ou não é católico é coisa completamente ociosa. Todos nós católicos temos defeitos, falamos coisas contra a Igreja, cometemos os maiores pecados, damos exemplos horrorosos para os nossos irmãos católicos e para os não-católicos, deixamos de rezar quando deveríamos ser mais aplicados, cometemos injustiças, ofendemos, etc. O Olavo é, tenho certeza, o primeiro a admitir todos esses erros! Na verdade, o catolicismo do Olavo me preocupa menos que o meu catolicismo! A Confissão do Olavo me preocupa menos que a minha. As missas que ele frequenta me preocupam menos que as que eu assisto.
A opinião dele sobre o Concílio é muito mais real do que você imagina. É só ler, por exemplo, sobre o golpe que padres conciliares deram em Nossa Senhora para se ver lá a atuação do Maligno. Antes de ler isto, não dá para ter opinião sobre o CVII. Leia o capítulo X (The Mother of the Church), do livro de Michael Davies, Pope John's Council, ou o capítulo "Segunda Sessão - O esquema sobre a Santíssima Virgem", do livro de Ralph Wiltgen, O Reno se Lança sobre o Tibre.
A pior reação às afirmações de Olavo de Carvalho é a de espernear. Devemos ler, ler muito, antes de tentar compreender o que ele fala. Ele fala de um posto muito alto. Nós aqui embaixo devemos ter de um lado o maior cuidado em criticá-lo e de outro o maior empenho em tentar entendê-lo.
Agora, isto de copiar os palavrões que Olavo fala, se você me permite, Luiz, isto é coisa de adolescente!
Ad Iesum per Mariam.
Tem que ter muita Fé para ser blogueiro!
Luiz Fernando,
Salve Maria!
Dispense o seu psicoterapeuta e procure um confessionário!
Na terra dos PTralhas e do Escritório de Advocacia dos Vermelhos (STF), a quem você vai procurar?
Tudo com Jesus! Nada sem Maria!
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