Nos últimos tempos, tem sido tão difícil nos orgulharmos de nosso país que eu já tinha até esquecido deste sentimento. Nosso país mergulhou num abismo tão profundo, aparentemente sem fundo, que toda a minha energia tem sido usada para não ser levado pelo redemoinho. Tenho tentado ficar, com a ajuda de Deus, na superfície e segurar, neste nível, o máximo de pessoas possíveis.
Tendo dedicado minha vida aos estudos, sou naturalmente propenso a admirar os feitos intelectuais de meus compatriotas. Estes feitos estão ausentes há algum tempo no Brasil, salvo raríssimas exceções. A universidade brasileira foi tomada por uma casta que não produz nada de que se orgulhar. O campo intelectual está devastado e a mediocridade é a lei da terra. Assim, “orgulho de ser brasileiro”, passou a ser uma expressão vazia para mim.
Recentemente, fui visitado por este sentimento, que trouxe à minha alma a brisa de tempos passados. É que temos um nosso compatriota, intelectual brasileiro com sotaque paulista, atualmente participando de um debate em que poucos intelectuais do mundo conseguiriam se inserir; suspeito que muito poucos intelectuais brasileiros atuais conseguiriam entender. Falo, claro, do debate que Olavo de Carvalho está tendo com Alexandr Dugin, grande mentor do Movimento Eurasiano e estrategista de Putin. O debate ainda está no início, mas o texto de abertura do filósofo brasileiro já traz coisas jamais ouvidas neste país de Lulas e Dilmas.
Orgulho-me porque, de qualquer forma, mesmo tendo se educado a despeito de viver no Brasil, Olavo é um brasileiro que conseguiu se elevar além da superfície do abismo que tenta nos engolfar, ao nível da comunidade dos grandes intelectuais do mundo. Orgulho-me porque ele está mostrando, dentro de suas possibilidades limitadas (uma andorinha só não faz verão), que alguma coisa valorosa resta do desastre intelectual de nosso país. Orgulho-me porque ele está mostrando que é possível lutar contra a mediocridade e a malícia intelectual tupiniquim. Orgulho-me, finalmente, porque a vitória intelectual de Olavo se torna, um pouco, a dos brasileiros que conseguem, pelo menos, acompanhar sua trajetória e entender seus escritos.
Quem quiser aprender algo sobre política, sobre poder mundial, sobre como está a luta para dominar o mundo, para dominar nossas consciências, não deixe de visitar a página do debate.
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P.S. Permitam-me, aproveitando o tema do post, compartilhar com todos uma passagem de Hereges, de Chesterton, sobre o orgulho: "O orgulho que, proporcionalmente falando, não fere o caráter, é o orgulho de coisas que não envolvem nenhum crédito pessoal. Assim, não faz nenhum mal se orgulhar de seu país, e faz comparativamente pouco mal se orgulhar de ancestrais remotos. Faz mais mal se orgulhar de ter ganhado dinheiro, porque nisso se tem um pouco mais de razão para se orgulhar. Faz ainda mais mal se orgulhar do que é mais nobre que dinheiro – o intelecto. E faz um mal extremo se orgulhar da coisa mais valiosa da terra – a bondade. O homem que se orgulha dos seus reais predicados é um fariseu, homem que o próprio Cristo nunca pôde abster-se de atacar."
13 comentários:
É uma pena que ele não é tomista.
O que tem de bom [em alguns aspectos da] na política, na retórica, na oratória e na guerra contra o comunismo, tem de péssimo na sua filosofia individualista e na sua visão de religião a la René Guénon.
Isso porque ninguém merece ler elogios à república russeauniana revolucionária americana.
Atenção, comentadores,
Não aceitarei comentários como este que publico como exemplo. Comentários críticos a Olavo, mas anônimos.
Aceitarei comentários com críticas ao filósofo, apenas se forem assinados. Conheço bem esta turma que fica falando do Olavo pelas costas. Não aqui! Não aqui no meu blog!
Para finalizar, será que o anônimo "corajoso" é tomista? Será que ele entende o que é ser tomista? Será que ele leu pelo menos umas duas páginas da Suma?
Em JMJ.
Obrigado, Angeth, pela dica. Realmente um debate interessantíssimo, de altíssimo nível (por causa do Olavo, é claro) e de importância cabal para quem quer saber o mínimo sobre estas "novas ordens mundiais". Tenho orgulho de ser um "olavete".
Prezado Professor Angueth
Salve Maria
Tomista ou não, o Olavo de Carvalho tem muito para ensinar, especialmente aos muitos freqüentadores do blog do senhor que não têm coragem nem mesmo de escrever o nome.
Para quem discordar de tudo o que ele disser fica o exemplo da coragem de disser o que disse para o homem da KGB.
Não sei como o senhor suporta esse monte de anônimos. Parabéns pela paciência!
Opinião de um empresário-filósofo
Outro dia conversei com um empresário-filósofo (não está na mídia) que me afirmou:
1. a inteligência está fazendo o seu papel, produzindo cada vez mais bens de consumo;
2. porém, a sabedoria anda curta, o que faz com que a inteligência assuma o controle sem estar qualificada para tal;
3. nas Universidades, os doutores ensinam o que sabem, e não o que é necessário;
4. a educação moral e cívica foi colocada na berlinda como coisa do regime militar;
5. corre-se cada vez mais sem saber aonde se quer chegar;
6. compete a cada pessoa consciente posicionar-se, começando pelo óbvio;
7. a educaçao mais avançada, hoje, consiste em voltar a ensinar as crianças a tomar a bênção, a dizer muito obrigado, a arrumar suas camas e a se tornarem ricas não pelo possuir mais, mas pelo necessitar de menos.
"Nosso país mergulhou num abismo tão profundo, aparentemente sem fundo, que toda a minha energia tem sido usada para não ser levado pelo redemoinho."
Já foi muito pior. O povo brasileiro nasceu do estupro e da escravidão, mas tem saído melhor do que a encomenda. Já aprendeu até a fabricar avião competitivo no mercado global!
Quanto ao aspecto moral, era pior quando os senhores de escravo mandavam. Eles pareciam de boa moral, mas eram pais de filhos sem pais.
No livro Pioneiros e Bandeirantes, Vianna Moog descreve o tipo de brasileiro produzido pela colonização, paralelamente à colonização americana feita pelos puritanos ingleses que migraram para os Estados Unidos em busca de liberdade religiosa. Leiam e vejam as razões do desastre.
A situação atual é ruim, não pelo fato de não haver intelectuais brasileiros globais. Ela é ruim pelo fato de não ter sido dado prioridade á educação moral de base, esta sim, o sustentáculo da decência.
Por outro lado, há uma decadência generalizada e progressiva do mundo ocidental. As razões da queda de uma civilização estão assinaladas na coleção A História da Cîvilização, de Will Durante: riqueza acompanhada de devassidão moral; rejeição da religião, etc..
ja tive aulas com o Olavo mas parei. O grande problema é que ele é o típico filosofo moderno. A questao religiosa sempre esta em segundo plano e o foco dele é so politica e marxismo. O reinaldo azevedo tb e assim
Alexandre
Alexandre,
O Olavo não é assim, no Curso On-Line de Filosofia. Não se vira apenas para um ou dois assuntos. Ele fala de Filosofia tradicional, Literatura Universal, Ontologia, Epistemologia, etc. Ele vai além do marxismo e da política. No True Out Speak o que você disse pode até ser verdade, mas não no COF. As aulas do Olavo são super completas e abrangem todos os assuntos possíveis de Filosofia (inclusive o assunto da religião). E o Olavo coloca Deus acima das religiões. Deve ser esse o motivo de ele não ser tão religioso.
Alguém já leu o último artigo do Olava para o Diário do Comércio, "Sociedade justa?"
Eu gostaria que o Prof. Angueth desse a sua visão sobre o tema.
Penso que o primeiro passo seria retomar a definição de justiça segundo Tomás de Aquino.
Estudante de Filosofia
Estudante de filosofia, curioso e anônimo,
Vamos fazer o seguinte: você se identifica primeiro e depois eu dou minha opinião.
Suspeito de que você é o mesmo anônimo que se lamentava:"É pena que ele não é tomista."
Falem do Olavo o quanto quiserem. Quero ver alguém FAZER 1/10 do que ele faz!
Tô com a Raquel!
Julgar o Olavo por suas análises e comentários político-conjunturais sugere desconhecimento de suas contribuições filosóficas, como por exemplo, sua Teoria dos Quatro Discursos. Para mim, o Olavo é o maior filósofo vivo do Brasil.
Walmor
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