10/01/2011

Leitor pergunta sobre C.S. Lewis

Professor: Queria saber a respeito do escritor C.S. lewis. Sobre seus escritos e sobre seu pensamento e influências. Pois bem, sei que ele foi "influenciado" por Chesterton. Mas em matéria de escritos do mesmo, de idéias. Por exemplo: Andei lendo um artigo dele sobre o casamento, que por minha análise é esplendoroso, a não ser quando o mesmo fala da parte do divórcio9tenho discordância), mas de resto achei importante. obrigado! Pedro Felipe.

Caro Pedro,

Gosto muito dos escritos de C.S. Lewis. Até já respondi uma pergunta parecida com a sua: Duas perguntas e duas respostas. Recentemente, assisti a um pequeno vídeo no RealCatholicTv.com em que Simon Rafe emite uma opinião muito interessante sobre C.S. Lewis. O contexto é um comentário geral das Crônicas de Narnia em cuja introdução é feito então o comentário a que me referi. Ele afirma em síntese que a teologia de Lewis é muito próxima da teologia católica. Lewis não emite comentários, nem negativos nem positivos, sobre o papado e Nossa Senhora.Veja abaixo o que diz Simon Rafe.




This program is from RealCatholicTV.com

5 comentários:

William Campos da Cruz disse...

E quanto ao George Macdonald, um autor por quem o próprio Chesterton demonstrou grande admiração?
***
A propósito, o blog ChestertonBrasil.org publicou a introdução de Chesterton à biografia de George Macdonald, escrita por Greville MacDonald, filho do George.

A tradução é minha e gostaria de saber se consegui fazer um trabalho minimamente razoável ou se acabei estragando (ou pior, traindo) o texto do Chesterton.
Se puder me dar um retorno, agradeço muitíssimo!

http://chestertonbrasil.blogspot.com/2011/01/introducao-de-chesterton-ao-livro.html?utm_source=BP_recent

***
PS: Sou mais um dos seus leitores protestantes filocatólicos.

Se preferir comentar por e-mail, pode escrever para williamccruz@hotmail.com

Antonio Emilio Angueth de Araujo disse...

Caro William,

Quem sou eu para emitir opinião sobre traduções alheias? Vou ler sua tradução, mas creia-me, luto com minhas próprias limitações ao traduzir qualquer texto, ainda mais Chesterton.

Continue a traduzi-lo; precisamos muito de Chesterton neste nosso país.

Rezo pela conversão de todos os meus leitores protestantes. Peço a Virgem Maria que traga esta graça a todos vocês.

Um grande abraço.

juliana kramer disse...

O valor de C. S. Lewis, bem como o de G. K Chesterton, George MacDonald e tantos outros, está acima de uma discursão sobre religião. Um ateu que ler Lewis, por exemplo, terá muito a aprender sobre pintura, música, literaura e filosofia. Apreciará um pensamento "limpo", surpreendente, sensato e convincente. Verá belos raciocínios e a arte da oratória. O mesmo vale a quem ler Chesterton.

Antes de tratarem da vida religiosa devocional, esses homens trataram da vida. E se a religiosidade não é um consenso, a vida é comum a todos os homens.

Chesterton e Lewis foram homens livres, no próprio conceito de Chesterton:"O homem livre é aquele que vê os erros com a mesma claridade que a verdade. O homem livre é quem pode imaginar o plano completo de um erro, a completa lógica de uma falácia, e ainda que não acredite nelas, é igualmente capaz de concebê-las". E com sua maneira fabulosa de sempre, disse também que "O fanatismo consiste em um homem convencer-se de que outro deve estar errado em tudo, pelo fato de estar errado em alguma coisa".

Não estou respondendo a nada, me detive na pergunta que foi feita: "se só a Igreja Católica Apostólica Romana pode salvar, por que dar destaque em seu blog aos textos de C.S. Lewis, escritor anglicano e portanto protestante?" Acho que essa seria a minha resposta.

Sempre com estima.
Um abraço.

PS: Sou um protestante que ama Lewis e ama Chesterton.

Agnon Fabiano

http://agnonfabiano.blogspot.com/

WRamiro disse...

Caro Agnon

C.S.Lewis embora protestante é sem nenhum favor, um grande escritor cristão, com um pequeno tropeço no terceiro capítulo de Milagres e sua tentativa de justificar, num embrate com Elizabeth Anscombe no mais é ótimo.

do prefácio de Cristianismo puro e simples.
"...a quatro clérigos (um anglicano, um católico, um metodista e outro presbiteriano), pedindo suas opiniões.
O clérigo metodista achou que não falei o suficiente sobre a Fé, e o católico achou que fui longe demais
ao taxar de relativamente pouco importantes as teorias que explicam a Expiação. Fora isso, nós cinco estivemos
de acordo. ..."

juliana kramer disse...

"C.S.Lewis embora protestante é sem nenhum favor, um grande escritor cristão".

WRamiro, é mais ou menos o que eu disse.

com um pequeno tropeço no terceiro capítulo de Milagres e sua tentativa de justificar, num embrate com Elizabeth Anscombe no mais é ótimo.

Fala-se muito de tal episódio, mas os comentários a esse respeito são, na sua maioria, ou muito especulativos, que resulta no uso imprórpio da situação para respaldar algum pensamento totalmente diverso, ou muito acadêmico, o que resulta num complexo desenvolvimento do problema filosófico, em vez de apenas descrever o ocorrido.

No fundo, o problema foi mais de conceituação (principalmente do termo "irracional", para se referir à natureza). Lewis sabia o que queria dizer, Elizabeth concordava com ele, mas o uso que ele fez de alguns termos traziam um problema filosófico o qual ela demonstrou.

Não há nada de errado no capítulo III de Miragres, se considerarmos esse episódio. Treze anos depois, Lewis resolveu deixar as coisas mais claras e reescreveu tal capítulo, que passou a ter o dobro de páginas que tinha antes. Ele tentou explicar melhor o que estava tentando dizer e mudou o título do capítulo, para usar mais apropriadamente os termos filosoficamente sutis.

Elizabeth era católica, concordava com a exposição de Lewis, mas levantou alguns problemas, principalmente conceituais, como eu já disse, que poderiam confundir e até minar todo o resto da exposição.

Já estive preparando um texto falando sobre esse episódio, mas não tive tempo de terminar. Vou tentar concluir e postar no meu blog.

Abraço a todos.