08/09/2009

Palavras duras de Bento XVI para a CNBB

O Santo Padre, dirigindo-se a bispos brasileiros (regionais oeste 1 e 2 da CNBB), usa de palavras duras para descrever a situação da Igreja no Brasil e, para mais uma vez, fazer uma crítica ao Concílio Vaticano II. Ele diz que depois do Concílio Vaticano II, “insensivelmente caiu-se na auto-secularização de muitas comunidades eclesiais”. Recentemente escrevi aqui sobre as famigeradas CEB’s (Comunidades Eclesiais de Base) e de um tal Encontro Intereclesial. Disse que estas CEB’s são um antro de comunismo dentro da Igreja. O Santo Padre, muito mais cuidadoso, disse que dentro de muitas comunidades eclesiais (que dirá das “de base”?) “caiu-se na auto-secularização”.

O Santo Padre diz mais. Diz que alguém que procure a Igreja, quer encontrar Jesus ressuscitado dentro de nossos corações compassivos. O que ele não disse, por ser sempre cauteloso, é que quem procura a Igreja não quer encontrar Marx redivivo em nossa língua afiada.

Disse ainda que “jovens sedentos de transcendência” batem às portas dos seminários e que a Igreja deve recebê-los “segundo o modelo do Cristo Bom Pastor”. O que ele não disse, por ser sempre cauteloso, é que é no seminário que acontece exatamente a auto-secularização da Igreja. O que ele não disse é que é aí que os jovens sedentos de transcendência aprendem a ser marxistas da mais baixa qualidade. O que ele não disse é que é nos seminários que se estuda Kant, Hegel, Marx, Wittgenstein etc., mas não se estuda Santo Tomás de Aquino, por exemplo.

Ou seja, neste discurso o que o Santo Padre diz é tão significativo quanto o que ele, sendo papa, não pode dizer tão claramente. Seguem as parte mais significativas do discurso. Os negritos são meus.

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(...) Prezados Irmãos, nos decênios sucessivos ao Concílio Vaticano II, alguns interpretaram a abertura ao mundo, não como uma exigência do ardor missionário do Coração de Cristo, mas como uma passagem à secularização, vislumbrando nesta alguns valores de grande densidade cristã como igualdade, liberdade, solidariedade, mostrando-se disponíveis a fazer concessões e descobrir campos de cooperação. Assistiu-se assim a intervenções de alguns responsáveis eclesiais em debates éticos, correspondendo às expectativas da opinião pública, mas deixou-se de falar de certas verdades fundamentais da fé, como do pecado, da graça, da vida teologal e dos novíssimos. Insensivelmente caiu-se na auto-secularização de muitas comunidades eclesiais; estas, esperando agradar aos que não vinham, viram partir, defraudados e desiludidos, muitos daqueles que tinham: os nossos contemporâneos, quando vêm ter conosco, querem ver aquilo que não vêem em parte alguma, ou seja, a alegria e a esperança que brotam do fato de estarmos com o Senhor ressuscitado.

Atualmente há uma nova geração já nascida neste ambiente eclesial secularizado que, em vez de registrar abertura e consensos, vê na sociedade o fosso das diferenças e contraposições ao Magistério da Igreja, sobretudo em campo ético, alargar-se cada vez mais. Neste deserto de Deus, a nova geração sente uma grande sede de transcendência.

São os jovens desta nova geração que batem hoje à porta do Seminário e que necessitam encontrar formadores que sejam verdadeiros homens de Deus, sacerdotes totalmente dedicados à formação, que testemunhem o dom de si à Igreja, através do celibato e da vida austera, segundo o modelo do Cristo Bom Pastor. Assim esses jovens aprenderão a ser sensíveis ao encontro com o Senhor, na participação diária da Eucaristia, amando o silêncio e a oração, procurando, em primeiro lugar, a glória de Deus e a salvação das almas. Amados Irmãos, como sabeis, é tarefa do Bispo estabelecer os critérios essenciais para a formação dos seminaristas e dos presbíteros na fidelidade às normas universais da Igreja: neste espírito devem ser desenvolvidas as reflexões sobre este tema, objeto da assembléia plenária da vossa Conferência Episcopal, em abril passado.

Certo de poder contar com o vosso zelo no tocante à formação sacerdotal, convido todos Bispos, seus sacerdotes e seminaristas a reproduzirem na vida a caridade de Cristo Sacerdote e Bom Pastor, como fez o Santo Cura d’Ars. E, como ele, tomem por modelo e proteção da própria vocação a Virgem Mãe, que correspondeu de um modo único ao chamado de Deus, concebendo no seu coração e na sua carne o Verbo feito homem para doá-lo à humanidade. Às vossas dioceses, com uma cordial saudação e a certeza da minha oração, levai uma paterna Bênção Apostólica.

Um comentário:

Lisardo disse...

Estas são palavras do papa a esta nova igreja (pós-Vaticano II).

A apostasia já está ai. Só não enxerga quem não quer!

Apocalipse now!