O Evangelho deste domingo, 28/12/2008, na Missa de Paulo VI, é Lc. 2, 22-40, o quarto dos Mistérios Gozosos. É o Evangelho do Nunc dimittis: “Agora, Senhor, despedi em paz o vosso servo, segundo a vossa palavra. Porque os meus olhos viram a salvação que nos destes. Que preparastes, diante de todos os povos. Luz para esclarecer as nações, e para a glória de Israel, vosso povo”. Isso é o que diz Simeão ao ver o Messias. Diz ainda a Maria: “Eis que Ele é destinado a ser ocasião de queda e de ressurgimento para muitos em Israel e para ser sinal de contradição, e tu mesma terás a alma transpassada por uma espada, a fim de se revelarem os pensamentos de muitos corações”.
Acaso Simeão diz que Ele será motivo de paz para todos? Acaso diz que Ele trará o fim da pobreza para todos, o fim dos poderosos que exploram os fracos, o estabelecimento do Reino de Deus aqui na terra?
Pois é esse o entendimento de Pe. Paulo Bazaglia, no seu texto “Olhos para ver a salvação de Deus”, no folheto "O Domingo". Diz o padre: “Mas aqueles olhos de Simeão e Ana [a profetisa] ansiaram por algo bem mais profundo: a libertação concreta para todo o povo de Deus. Libertação que Jesus veio realizar, sendo ‘sinal de contradição’ ao elevar os pobres e abaixar os poderosos. Libertação da miséria, que faz as pessoas morrerem de fome, libertação de preconceitos e mentalidades que impedem às pessoas ser elas mesmas.”
Viram o que o padre considera mais profundo: libertação da miséria, dos preconceitos. O legal para o padre é a gente ser a gente mesmo! Para esse padre modernista, nossa Redenção é algo menor frente a libertação da miséria e dos preconceitos, coisa que aliás Jesus não veio trazer; “pobres sempre os terão entre vós”. Os fariseus também achavam mais profundo curar doentes do que perdoar os pecados (Lc. 5, 17-26). Ou seja, colocavam as coisas sensíveis acima das sobrenaturais. Esse é o estilo de quem nunca teve ou já perdeu a fé.
E o que é a libertação dos preconceitos de que fala o Pe. Bazaglia? É achar tudo legal, tudo aceitável, tudo um barato? É considerar toda religião válida; aquela história de que todas salvam? Raça de víboras! Jesus é sinal de contradição justamente por isso: Ele nos ensina a ser preconceituosos contra vocês, contra o mal. Essa é a divisão do mundo: os bons de um lado e os maus de outro, as ovelhas de um lado e os cabritos de outro. De que lado o senhor está, padre?
Para ver outros comentários, clique: Parte I, Parte II, Parte III, Parte IV, Parte V, Parte VI, Parte VII, Parte VIII, Parte IX, Parte X, Parte XI, Parte XII
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30/12/2008
Lições das Missas dominicais pós-Vaticano II – Parte XIII
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Lições das Missas de Paulo VI
21/12/2008
Lições das Missas dominicais pós-Vaticano II – Parte XII
O Evangelho deste domingo, 21/12/2008, na Missa de Paulo VI é Lc. 1, 26-38, a Anunciação. “O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo’. Maria ficou perturbada com essas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.”
Pe. Nilo Luza, em seu artigo ao final do folheto, diz: “Ela é convidada a colaborar com Deus na geração de um filho. Obediente e atenta aos projetos de Deus, embora inicialmente relutasse um pouco, aceita a proposta do anjo.”
O que chama a atenção é o entendimento de pe. Luza sobre Maria relutar em aceitar a “proposta” de Deus. Será que Maria relutou em aceitar ser mãe do Salvador?
O versículo 29 na Vulgata é “quae cum vidisset turbata est in sermone eius et cogitabat qualis esset ista salutatio”. Assim, o verbo é turbada, do verbo turbar (turvar, perturbar, agitar, revolver). Maria ficou agitada, confusa com as palavras do anjo (sermone eius).
Dois comentários da Catena Áurea nos ajudam a entender a situação.
“Conheceu-se a Virgem por seu pudor, porque se turbou. Agitar-se é próprio das virgens, o sobressaltar-se quando um homem se aproxima e o temer todo contato com homens. Aprendam, todas as virgens, a evitar toda licenciosidade de palavras. Maria se perturbava até com a saudação do anjo”. (Santo Ambrósio)
“Como ela estava acostumada àquele tipo de aparições, o evangelista não atribui a turbação ao que ela vê, mas ao que ouve, dizendo: ‘Se turbou com as palavras do anjo.’ O evangelista considerava o pudor e a prudência da Virgem, ao mesmo tempo que a voz do anjo. Ouvida a alegra notícia, ela examina o que se havia dito e não resiste abertamente por incredulidade, nem se submete apressadamente, evitando a pressa de Eva e a resistência de Zacarias. Por isso continua: ‘E pensava que saudação seria esta’, não sobre a concepção. Pois ignorava a profundidade do mistério. Mas será a saudação libidinosa, como a que um homem dirige a uma virgem? É Divino, pois se faz menção a Deus, dizendo: ‘O Senhor está contigo’.” (Griego)
Assim, Maria não reluta em aceitar a “proposta” de Deus. Ela “pensava que saudação seria esta”. Ela não pensava “sobre a concepção”. Em toda a Escritura, os homens saúdam os anjos. Agora um anjo veio saudar Maria. Quem, em pleno uso da razão, não se turbaria na situação de Maria? Maria, além do pudor virginal, estava exercitando o “discernimento dos espíritos”. E, claro, quando ela compreendeu a situação, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra.”
Para ver outros comentários, clique: Parte I, Parte II, Parte III, Parte IV, Parte V, Parte VI, Parte VII, Parte VIII, Parte IX, Parte X, Parte XI
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Pe. Nilo Luza, em seu artigo ao final do folheto, diz: “Ela é convidada a colaborar com Deus na geração de um filho. Obediente e atenta aos projetos de Deus, embora inicialmente relutasse um pouco, aceita a proposta do anjo.”
O que chama a atenção é o entendimento de pe. Luza sobre Maria relutar em aceitar a “proposta” de Deus. Será que Maria relutou em aceitar ser mãe do Salvador?
O versículo 29 na Vulgata é “quae cum vidisset turbata est in sermone eius et cogitabat qualis esset ista salutatio”. Assim, o verbo é turbada, do verbo turbar (turvar, perturbar, agitar, revolver). Maria ficou agitada, confusa com as palavras do anjo (sermone eius).
Dois comentários da Catena Áurea nos ajudam a entender a situação.
“Conheceu-se a Virgem por seu pudor, porque se turbou. Agitar-se é próprio das virgens, o sobressaltar-se quando um homem se aproxima e o temer todo contato com homens. Aprendam, todas as virgens, a evitar toda licenciosidade de palavras. Maria se perturbava até com a saudação do anjo”. (Santo Ambrósio)
“Como ela estava acostumada àquele tipo de aparições, o evangelista não atribui a turbação ao que ela vê, mas ao que ouve, dizendo: ‘Se turbou com as palavras do anjo.’ O evangelista considerava o pudor e a prudência da Virgem, ao mesmo tempo que a voz do anjo. Ouvida a alegra notícia, ela examina o que se havia dito e não resiste abertamente por incredulidade, nem se submete apressadamente, evitando a pressa de Eva e a resistência de Zacarias. Por isso continua: ‘E pensava que saudação seria esta’, não sobre a concepção. Pois ignorava a profundidade do mistério. Mas será a saudação libidinosa, como a que um homem dirige a uma virgem? É Divino, pois se faz menção a Deus, dizendo: ‘O Senhor está contigo’.” (Griego)
Assim, Maria não reluta em aceitar a “proposta” de Deus. Ela “pensava que saudação seria esta”. Ela não pensava “sobre a concepção”. Em toda a Escritura, os homens saúdam os anjos. Agora um anjo veio saudar Maria. Quem, em pleno uso da razão, não se turbaria na situação de Maria? Maria, além do pudor virginal, estava exercitando o “discernimento dos espíritos”. E, claro, quando ela compreendeu a situação, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra.”
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17/12/2008
Capítulo III – Sobre o Sr. Rudyard Kipling e Fazendo o Mundo Pequeno: Parte I
Gilbert Keith Chesterton
Não há assunto desinteressante sobre a terra; a única coisa que existe são pessoas desinteressadas. Nada há tão necessário quanto uma defesa dos entediantes. Quando Byron dividiu a humanidade em entediantes e entediados,[1] ele deixou de notar que as mais altas qualidades pertencem aos entediantes e as mais baixas, aos entediados, dentre os quais ele se encontrava. O entediante, por seu brilhante entusiasmo, por sua solene felicidade, pode, de alguma forma, ter se tornado poético. O entediado provou-se certamente prosaico.
Podemos, sem dúvida, considerar inoportuno contar todas as folhas da grama ou das árvores; mas isso não seria por causa de nossa ousadia ou alegria, mas por causa de nossa falta de ousadia ou alegria. O entediante seguiria em frente, ousado e alegre, e consideraria as folhas da grama tão esplêndidas quanto espadas de um exército. O entediante é mais forte e mais contente do que nós; é um semideus – não, ele é um deus. Pois, são os deuses que não se cansam da iteração das coisas; para eles, o entardecer é sempre novo, e a última rosa é tão vermelha quanto a primeira.
O sentimento de que tudo é poético é uma coisa sólida e absoluta; não é uma mera questão de fraseologia ou persuasão. Não é meramente verdade, é averiguável. Os homens podem ser desafiados a negá-lo; os homens podem ser desafiados a mencionar qualquer coisa que não seja poética. Lembro-me que, há muito tempo, um sensível subeditor se aproximou de mim com um livro nas mãos intitulado “Sr. Smith” ou “A família Smith”, ou algo parecido. Ele disse, “Bem, tu não conseguirás tirar, deste livro, nada do teu miserável misticismo,” ou palavras semelhantes. Fico contente em dizer que o decepcionei; mas a vitória foi tão óbvia e fácil! Na maioria dos casos, o nome não é poético, mas o fato é. No caso de Smith, o nome é tão poético que deve ser árdua e heróica a tarefa de suportá-lo. O nome de Smith é o nome de uma profissão[2] que mesmo os reis respeitavam, nome que pode cobrar a metade da glória daquela arma virumque que todos os épicos aclamaram. O espírito do ferreiro [smithy] é tão próximo do espírito da canção que eles se misturam em milhões de poemas, e cada ferreiro é um harmonioso ferreiro.
Mesmo a criança do vilarejo sente que, de algum modo obscuro, o ferreiro é poético – da mesma forma que não o são o dono da mercearia e o sapateiro – quando ele dança em meio a fagulhas e ensurdecedoras marteladas na caverna daquela violência criativa. O repouso bruto da Natureza, o perspicácia apaixonada do homem, o mais resistente dos metais da terra, o mais estranho dos elementos da terra, o inconquistável ferro subjugado pelo seu único conquistador, a roda e o arado, a espada e o martelo, a ordenação dos exércitos e todas as histórias das armas, todas essas coisas estão escritas – brevemente, é verdade, mas bem legíveis – no cartão de visitas do Sr. Smith. Mesmo assim, nossos romancistas chamam seus heróis de “Aylmer Valence,” que não significa nada, ou ainda “Vernon Raymond,” que também não significa nada, quando está em seu poder dar a eles esse sagrado nome de Smith – este nome feito de ferro e chama. Seria natural que certa arrogância, certo maneio de cabeça, certo gesto nos lábios, distinguissem cada um dos que tem o nome de Smith. Talvez seja assim; eu acredito. Mas dentre os novos-ricos não estão os Smiths. Desde o mais obscuro alvorecer da história, esse clã se lançou na batalha; seus troféus estão em cada mão; seu nome está em todo o lugar; é mais antigo que as nações e seu signo é o Martelo de Thor. Mas, como também observei, esse não é o caso usual. É bastante comum que coisas comuns sejam poéticas; não é tão comum que nomes comuns sejam poéticos. Na maioria dos casos, é o nome que é o obstáculo. Um grande número de pessoas fala como se essa nossa alegação, que todas as coisas são poéticas, fosse uma mera criatividade literária, um jogo de palavras. Precisamente o contrário é verdade. É a idéia de que algumas coisas não são poéticas que é literária, que é um mero produto das palavras. A palavra “signal-box” [cabine de comando de sinal[3]] não é poética. Mas a coisa cabine de comando de sinal é poética; é um local onde homens, numa agonia de vigilância, acendem luzes vermelho-sangue e verde-marinho a fim de evitar a morte de outros homens. Essa é a descrição simples e genuína do que ela é; a prosa aparece apenas na descrição da coisa. A palavra “pillar-box” não é poética. Mas a coisa pillar-box o é; ela é o lugar a que amigos e amantes confiam suas mensagens, conscientes de que quando assim o fizerem, elas serão sagradas, e não poderão ser tocadas, não somente por outros, mas nem mesmo (toque religioso!) por eles mesmos. Aquela torre vermelha [lugar das cabines de comando ao longo da ferrovia] é um dos últimos templos. Postar uma carta ou se casar estão dentre as poucas coisas inteiramente românticas; pois para ser inteiramente romântica, uma coisa dever ser irrevogável. Pensamos que pillar-box é prosaica, porque não há rima para ela. Pensamos que pillar-box não é poética, porque nunca a vimos num poema. Mas o fato ousado está inteiramente do lado da poesia.
Uma signal-box é chamada apenas uma signal-box; ela é a casa da vida e da morte. Uma pillar-box é chamada apenas uma pillar-box; ela é um santuário das palavras humanas. Se você acha o nome “Smith” prosaico não é porque você seja prático e sensível; é porque você é excessivamente afetado por refinamentos literários. O nome grita poesia a você. Se você acha o contrário, é porque você está impregnado, encharcado, com reminiscências verbais, porque você lembra tudo de Punch[4] (e suas tirinhas cômicas) sobre o Sr. Smith estar bêbado ou intimidado. Todas essas coisas lhe foram apresentadas poéticas. Foi somente por um longo e elaborado processo de esforço literário que você as fez prosaicas.
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[1] “Society is now one polish'd horde, / Form'd of two mighty tribes, the Bores and Bored.” Don Juan, Canto XIII, estrofe 95. (N. do T.)
[2] Ferreiro, forjador. (N. do T.)
[3] Para controle de tráfego ferroviário. (N. do T.)
[4] Revista britânica de humor e sátira publicada de 1841 a 1992. (N. do T.)
Ver também Hereges de G.K. Chesterton e Hereges - Capítulo I. Observações Iniciais sobre a Ortodoxia: Parte I, Hereges - Capítulo I. Observações Iniciais sobre a Ortodoxia: Parte II, Capítulo I. Observações Iniciais sobre a Ortodoxia: Final, Hereges - Capítulo II – Sobre o espírito negativista: Parte I, Hereges - Capítulo II – Sobre o espírito negativista: Final
Não há assunto desinteressante sobre a terra; a única coisa que existe são pessoas desinteressadas. Nada há tão necessário quanto uma defesa dos entediantes. Quando Byron dividiu a humanidade em entediantes e entediados,[1] ele deixou de notar que as mais altas qualidades pertencem aos entediantes e as mais baixas, aos entediados, dentre os quais ele se encontrava. O entediante, por seu brilhante entusiasmo, por sua solene felicidade, pode, de alguma forma, ter se tornado poético. O entediado provou-se certamente prosaico.
Podemos, sem dúvida, considerar inoportuno contar todas as folhas da grama ou das árvores; mas isso não seria por causa de nossa ousadia ou alegria, mas por causa de nossa falta de ousadia ou alegria. O entediante seguiria em frente, ousado e alegre, e consideraria as folhas da grama tão esplêndidas quanto espadas de um exército. O entediante é mais forte e mais contente do que nós; é um semideus – não, ele é um deus. Pois, são os deuses que não se cansam da iteração das coisas; para eles, o entardecer é sempre novo, e a última rosa é tão vermelha quanto a primeira.
O sentimento de que tudo é poético é uma coisa sólida e absoluta; não é uma mera questão de fraseologia ou persuasão. Não é meramente verdade, é averiguável. Os homens podem ser desafiados a negá-lo; os homens podem ser desafiados a mencionar qualquer coisa que não seja poética. Lembro-me que, há muito tempo, um sensível subeditor se aproximou de mim com um livro nas mãos intitulado “Sr. Smith” ou “A família Smith”, ou algo parecido. Ele disse, “Bem, tu não conseguirás tirar, deste livro, nada do teu miserável misticismo,” ou palavras semelhantes. Fico contente em dizer que o decepcionei; mas a vitória foi tão óbvia e fácil! Na maioria dos casos, o nome não é poético, mas o fato é. No caso de Smith, o nome é tão poético que deve ser árdua e heróica a tarefa de suportá-lo. O nome de Smith é o nome de uma profissão[2] que mesmo os reis respeitavam, nome que pode cobrar a metade da glória daquela arma virumque que todos os épicos aclamaram. O espírito do ferreiro [smithy] é tão próximo do espírito da canção que eles se misturam em milhões de poemas, e cada ferreiro é um harmonioso ferreiro.
Mesmo a criança do vilarejo sente que, de algum modo obscuro, o ferreiro é poético – da mesma forma que não o são o dono da mercearia e o sapateiro – quando ele dança em meio a fagulhas e ensurdecedoras marteladas na caverna daquela violência criativa. O repouso bruto da Natureza, o perspicácia apaixonada do homem, o mais resistente dos metais da terra, o mais estranho dos elementos da terra, o inconquistável ferro subjugado pelo seu único conquistador, a roda e o arado, a espada e o martelo, a ordenação dos exércitos e todas as histórias das armas, todas essas coisas estão escritas – brevemente, é verdade, mas bem legíveis – no cartão de visitas do Sr. Smith. Mesmo assim, nossos romancistas chamam seus heróis de “Aylmer Valence,” que não significa nada, ou ainda “Vernon Raymond,” que também não significa nada, quando está em seu poder dar a eles esse sagrado nome de Smith – este nome feito de ferro e chama. Seria natural que certa arrogância, certo maneio de cabeça, certo gesto nos lábios, distinguissem cada um dos que tem o nome de Smith. Talvez seja assim; eu acredito. Mas dentre os novos-ricos não estão os Smiths. Desde o mais obscuro alvorecer da história, esse clã se lançou na batalha; seus troféus estão em cada mão; seu nome está em todo o lugar; é mais antigo que as nações e seu signo é o Martelo de Thor. Mas, como também observei, esse não é o caso usual. É bastante comum que coisas comuns sejam poéticas; não é tão comum que nomes comuns sejam poéticos. Na maioria dos casos, é o nome que é o obstáculo. Um grande número de pessoas fala como se essa nossa alegação, que todas as coisas são poéticas, fosse uma mera criatividade literária, um jogo de palavras. Precisamente o contrário é verdade. É a idéia de que algumas coisas não são poéticas que é literária, que é um mero produto das palavras. A palavra “signal-box” [cabine de comando de sinal[3]] não é poética. Mas a coisa cabine de comando de sinal é poética; é um local onde homens, numa agonia de vigilância, acendem luzes vermelho-sangue e verde-marinho a fim de evitar a morte de outros homens. Essa é a descrição simples e genuína do que ela é; a prosa aparece apenas na descrição da coisa. A palavra “pillar-box” não é poética. Mas a coisa pillar-box o é; ela é o lugar a que amigos e amantes confiam suas mensagens, conscientes de que quando assim o fizerem, elas serão sagradas, e não poderão ser tocadas, não somente por outros, mas nem mesmo (toque religioso!) por eles mesmos. Aquela torre vermelha [lugar das cabines de comando ao longo da ferrovia] é um dos últimos templos. Postar uma carta ou se casar estão dentre as poucas coisas inteiramente românticas; pois para ser inteiramente romântica, uma coisa dever ser irrevogável. Pensamos que pillar-box é prosaica, porque não há rima para ela. Pensamos que pillar-box não é poética, porque nunca a vimos num poema. Mas o fato ousado está inteiramente do lado da poesia.
Uma signal-box é chamada apenas uma signal-box; ela é a casa da vida e da morte. Uma pillar-box é chamada apenas uma pillar-box; ela é um santuário das palavras humanas. Se você acha o nome “Smith” prosaico não é porque você seja prático e sensível; é porque você é excessivamente afetado por refinamentos literários. O nome grita poesia a você. Se você acha o contrário, é porque você está impregnado, encharcado, com reminiscências verbais, porque você lembra tudo de Punch[4] (e suas tirinhas cômicas) sobre o Sr. Smith estar bêbado ou intimidado. Todas essas coisas lhe foram apresentadas poéticas. Foi somente por um longo e elaborado processo de esforço literário que você as fez prosaicas.
___________________________________________________________________
[1] “Society is now one polish'd horde, / Form'd of two mighty tribes, the Bores and Bored.” Don Juan, Canto XIII, estrofe 95. (N. do T.)
[2] Ferreiro, forjador. (N. do T.)
[3] Para controle de tráfego ferroviário. (N. do T.)
[4] Revista britânica de humor e sátira publicada de 1841 a 1992. (N. do T.)
Ver também Hereges de G.K. Chesterton e Hereges - Capítulo I. Observações Iniciais sobre a Ortodoxia: Parte I, Hereges - Capítulo I. Observações Iniciais sobre a Ortodoxia: Parte II, Capítulo I. Observações Iniciais sobre a Ortodoxia: Final, Hereges - Capítulo II – Sobre o espírito negativista: Parte I, Hereges - Capítulo II – Sobre o espírito negativista: Final
14/12/2008
Duas notas de um católico perplexo
Editora Vozes: uma editora católica?
Sempre que visito uma livraria da Editora Vozes (e também da Paulus) me entristeço com os livros de comunistas confessos publicados pela editora ou vendidos pela livraria. É um desfile de betos e boffs que enjoa o estomago.
No caminho de casa até a livraria, vou me preparando, prometendo-me não olhar as estantes e me concentrar no livro que quero adquirir. Digo a mim mesmo: “Chegue lá e peça o livro ao atendente; verifique se é isso que você quer, pague e vá embora.”
Outro dia, fui com meu filho comprar, para ele, o “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, de São Luis Maria Grignion de Montfort. Muito auto-disciplinado, pedi ao atendente o livro e fui direto ao caixa. Chega o meu filho e me diz: “Pai, naquela estante ali tem um livro de Calvino.” Disse a ele: “Não filho, a Editora Vozes é católica e nunca publicaria um livro de Calvino.” Pensei comigo mesmo: “Vá lá, betos e boffs, mas Calvino não!” “Pai, está ali o livro de Calvino. Ele não chama João Calvino?”, insistiu meu filho. Fui lá e vi, com meus próprios olhos, “A Instituição da Religião Cristã”. O significado desse livro nos explica Belloc, em As Grandes Heresias: “Não havia nenhuma doutrina construtiva externa em oposição ao antigo corpo doutrinal sob o qual nossos pais viveram, até que um homem de gênio surgiu com um livro como seu instrumento, e um poder pessoal violento de raciocínio e de pregação para atingir seu fim. Este homem era francês, Jean Cauvin (ou Calvino) ...qualquer que tenha sido sua motivação, ele foi certamente o fundador de uma nova religião. Pois foi João Calvino que estabeleceu uma anti-Igreja.”
Expliquei para meu filho o estado lastimável em que se encontra o dito “catolicismo” no Brasil e fui embora, muito mais triste do que tinha antecipado que ficaria ao sair de casa. O livro de São Luis Montfort se tornou ainda mais necessário de ser lido. Rezemos à Santíssima Virgem e a seu Santo Esposo pela Igreja.
A consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria
Lemos no texto do Prof. Orlando Fedeli, Fátima: um "segredo" contendo um enigma envolto em um mistério, o seguinte:
“No primeiro segredo, Nossa Senhora mostrou aos três pastorinhos de Aljustrel ‘o inferno para onde vão os pecadores’, e explicou-lhes que foram os pecados dos homens que provocaram o castigo da I Guerra Mundial (1914-1917).
‘Nossa Senhora mostrou-nos um grande mar de fogo que parecia estar debaixo da terra. Mergulhados em esse fogo os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou bronzeadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que delas mesmas saíam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das fagulhas nos grandes incêndios, sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros. Esta vista foi um momento, e graças à nossa boa Mãe lá do céu, que antes nos tinha prevenido com a promessa de nos levar para o céu (na primeira aparição). Se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor. Em seguida, levantamos os olhos para Nossa Senhora, que nos disse com bondade e tristeza: 'Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para salvá-las, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz.’
“O segundo segredo: ‘A guerra vai acabar, mas, se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite iluminada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para impedi-la, virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas, por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz.’
Todos sabemos que a Rússia não foi consagrada e estamos sabendo, pouco a pouco, desde a abertura dos arquivos de Moscou, quais foram os erros que ela “espalhará pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja ...” A mais recente notícia que temos é comentada por Olavo de Carvalho em seu artigo, URSS, a mãe do nazismo. Vejam lá de que Nossa Senhora estava falando.
Sempre que visito uma livraria da Editora Vozes (e também da Paulus) me entristeço com os livros de comunistas confessos publicados pela editora ou vendidos pela livraria. É um desfile de betos e boffs que enjoa o estomago.
No caminho de casa até a livraria, vou me preparando, prometendo-me não olhar as estantes e me concentrar no livro que quero adquirir. Digo a mim mesmo: “Chegue lá e peça o livro ao atendente; verifique se é isso que você quer, pague e vá embora.”
Outro dia, fui com meu filho comprar, para ele, o “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, de São Luis Maria Grignion de Montfort. Muito auto-disciplinado, pedi ao atendente o livro e fui direto ao caixa. Chega o meu filho e me diz: “Pai, naquela estante ali tem um livro de Calvino.” Disse a ele: “Não filho, a Editora Vozes é católica e nunca publicaria um livro de Calvino.” Pensei comigo mesmo: “Vá lá, betos e boffs, mas Calvino não!” “Pai, está ali o livro de Calvino. Ele não chama João Calvino?”, insistiu meu filho. Fui lá e vi, com meus próprios olhos, “A Instituição da Religião Cristã”. O significado desse livro nos explica Belloc, em As Grandes Heresias: “Não havia nenhuma doutrina construtiva externa em oposição ao antigo corpo doutrinal sob o qual nossos pais viveram, até que um homem de gênio surgiu com um livro como seu instrumento, e um poder pessoal violento de raciocínio e de pregação para atingir seu fim. Este homem era francês, Jean Cauvin (ou Calvino) ...qualquer que tenha sido sua motivação, ele foi certamente o fundador de uma nova religião. Pois foi João Calvino que estabeleceu uma anti-Igreja.”
Expliquei para meu filho o estado lastimável em que se encontra o dito “catolicismo” no Brasil e fui embora, muito mais triste do que tinha antecipado que ficaria ao sair de casa. O livro de São Luis Montfort se tornou ainda mais necessário de ser lido. Rezemos à Santíssima Virgem e a seu Santo Esposo pela Igreja.
A consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria
Lemos no texto do Prof. Orlando Fedeli, Fátima: um "segredo" contendo um enigma envolto em um mistério, o seguinte:
“No primeiro segredo, Nossa Senhora mostrou aos três pastorinhos de Aljustrel ‘o inferno para onde vão os pecadores’, e explicou-lhes que foram os pecados dos homens que provocaram o castigo da I Guerra Mundial (1914-1917).
‘Nossa Senhora mostrou-nos um grande mar de fogo que parecia estar debaixo da terra. Mergulhados em esse fogo os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou bronzeadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que delas mesmas saíam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das fagulhas nos grandes incêndios, sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros. Esta vista foi um momento, e graças à nossa boa Mãe lá do céu, que antes nos tinha prevenido com a promessa de nos levar para o céu (na primeira aparição). Se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor. Em seguida, levantamos os olhos para Nossa Senhora, que nos disse com bondade e tristeza: 'Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para salvá-las, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz.’
“O segundo segredo: ‘A guerra vai acabar, mas, se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite iluminada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para impedi-la, virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas, por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz.’
Todos sabemos que a Rússia não foi consagrada e estamos sabendo, pouco a pouco, desde a abertura dos arquivos de Moscou, quais foram os erros que ela “espalhará pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja ...” A mais recente notícia que temos é comentada por Olavo de Carvalho em seu artigo, URSS, a mãe do nazismo. Vejam lá de que Nossa Senhora estava falando.
10/12/2008
Olavo descreve previsão de Belloc
No artigo A Elite que Virou Massa, Olavo de Carvalho descreve o estado de coisas que vemos hoje no mundo e que Hilaire Belloc chamava escravidão. Vamos ao texto de Olavo. Transcrevo um trecho abaixo. Os negritos são meus.
“Em 1939, Eric Voegelin observava que as condições essenciais para a democracia, tal como haviam sido concebidas no século XVIII, já não existiam mais. De um lado, a economia e a administração pública tinham se tornado tão complexas que o cidadão comum já não preenchia as condições mínimas para formar uma opinião racional a respeito: sua razão refluíra para o círculo estreito das atividades profissionais e familiares, deixando suas escolhas políticas à mercê de apegos emocionais, desejos pueris, sonhos e fantasias que o tornavam presa fácil da propaganda totalitária. De outro lado, as novas classes surgidas na sociedade moderna – o proletariado urbano, o baixo funcionalismo público, os empregados de escritório – eram bem diferentes dos pequenos proprietários que criaram a democracia iluminista: eram exemplares do “homem massa” de Ortega y Gasset, menos inclinados à busca da independência pessoal do que a confiar-se cegamente à mágica do planejamento estatal e da disciplina coletiva. Tudo, no mundo, convidava ao totalitarismo.
“Passados setenta anos, a composição da sociedade tornou-se ainda mais vulnerável à manipulação totalitária. O advento de massas imensas de subempregados, dependentes em tudo da proteção estatal, somada à destruição da intelectualidade superior por meio da transformação global das universidades em centros de propaganda revolucionária, reduziu praticamente o eleitorado inteiro à condição de massa de manobra.”
Olavo segue enumerando as conseqüências da situação descrita acima para a democracia. Vale a pensa ler o artigo.
Vamos agora a Belloc. Em seu livro “As Grandes Heresias”[1], escrito em 1938, ele descreve uma das características do que ele chama de Ataque Moderno à Igreja Católica. É a volta da escravidão. Os negritos são meus.
“Em primeiro lugar, estamos testemunhando um renascimento da escravidão, o resultado necessário da negação da liberdade quando essa negação vai um passo além de Calvino e nega a responsabilidade perante Deus tanto quanto a falta de poder no interior do homem. Duas formas de escravidão que estão gradualmente aparecendo, e que amadurecerão mais e mais com o passar do tempo sob o efeito do ataque moderno contra a Fé, são a escravidão ao Estado e às corporações privadas e indivíduos.”
(...)
“Quando o papa reinante[2], em sua Encíclica[3] falou do homem reduzido “a uma condição não muito longe da escravidão”, ele quis dizer simplesmente o que foi dito acima. Quando as famílias num Estado não possuem propriedades, então aqueles que antes eram cidadãos, se tornam escravos. Quanto mais o Estado interfere para garantir condições de segurança e suficiência, quando mais regula os salários, provê seguro compulsório, plano de saúde, educação – em geral assumindo o controle da vida dos assalariados, em benefício das companhias e homens que empregam os assalariados – mais a condição de semi-escravidão é acentuada. E, se a situação continuar por, digamos, três gerações, ela se tornará tão completamente estabelecida como um hábito social e um padrão mental que não haverá dela escapatória nos países onde um Socialismo de Estado desse tipo tenha sido forjado e incrustado ao corpo político.
“Na Europa, a Inglaterra em particular (mas muitos outros países em menor grau) adotou esse sistema. Abaixo de certo nível salarial, um homem tem garantida uma subsistência mínima, caso perca o emprego. Um salário desemprego é dado a ele pelas autoridades públicas as custa da perda de sua dignidade humana. Cada circunstância de sua família é examinada; ele fica ainda mais nas mãos dessas autoridades, quando desempregado, do que estava nas mãos de seu empregador, quando empregado. A coisa está ainda em transição; a massa de homens ainda não percebeu para qual objetivo ela tende; mas o desprezo pela dignidade humana, a potencial, senão a real, negação da doutrina do livre arbítrio, tem levado, por uma conseqüência natural, ao que são as instituições semi-servis. Estas se tornarão totalmente servis com o tempo.
“Contra o mal do sistema salário-escravidão, há tempos foi proposto, e já está agora em pleno funcionamento, certo remédio. Seu nome mais breve é comunismo: escravidão ao Estado, muito mais avançada e integral do que a primeira forma, escravidão ao capitalismo.”
Como se vê, Olavo (e também Eric Voegelin) e Belloc se aproximam do assunto de perspectivas diferentes. Belloc toma como ponto de partida o fato de o Ataque Moderno ser uma heresia religiosa, contra a Igreja. Isso lhe dá um ângulo de visão diferente, mais profundo, mais elementar, mais radical. Vale pena ler o livro.
__________________________________________
[1] A ser publicado em 2009, pela Editora Permanência.
[2] Pio XI.
[3] Quadragesimo anno.
“Em 1939, Eric Voegelin observava que as condições essenciais para a democracia, tal como haviam sido concebidas no século XVIII, já não existiam mais. De um lado, a economia e a administração pública tinham se tornado tão complexas que o cidadão comum já não preenchia as condições mínimas para formar uma opinião racional a respeito: sua razão refluíra para o círculo estreito das atividades profissionais e familiares, deixando suas escolhas políticas à mercê de apegos emocionais, desejos pueris, sonhos e fantasias que o tornavam presa fácil da propaganda totalitária. De outro lado, as novas classes surgidas na sociedade moderna – o proletariado urbano, o baixo funcionalismo público, os empregados de escritório – eram bem diferentes dos pequenos proprietários que criaram a democracia iluminista: eram exemplares do “homem massa” de Ortega y Gasset, menos inclinados à busca da independência pessoal do que a confiar-se cegamente à mágica do planejamento estatal e da disciplina coletiva. Tudo, no mundo, convidava ao totalitarismo.
“Passados setenta anos, a composição da sociedade tornou-se ainda mais vulnerável à manipulação totalitária. O advento de massas imensas de subempregados, dependentes em tudo da proteção estatal, somada à destruição da intelectualidade superior por meio da transformação global das universidades em centros de propaganda revolucionária, reduziu praticamente o eleitorado inteiro à condição de massa de manobra.”
Olavo segue enumerando as conseqüências da situação descrita acima para a democracia. Vale a pensa ler o artigo.
Vamos agora a Belloc. Em seu livro “As Grandes Heresias”[1], escrito em 1938, ele descreve uma das características do que ele chama de Ataque Moderno à Igreja Católica. É a volta da escravidão. Os negritos são meus.
“Em primeiro lugar, estamos testemunhando um renascimento da escravidão, o resultado necessário da negação da liberdade quando essa negação vai um passo além de Calvino e nega a responsabilidade perante Deus tanto quanto a falta de poder no interior do homem. Duas formas de escravidão que estão gradualmente aparecendo, e que amadurecerão mais e mais com o passar do tempo sob o efeito do ataque moderno contra a Fé, são a escravidão ao Estado e às corporações privadas e indivíduos.”
(...)
“Quando o papa reinante[2], em sua Encíclica[3] falou do homem reduzido “a uma condição não muito longe da escravidão”, ele quis dizer simplesmente o que foi dito acima. Quando as famílias num Estado não possuem propriedades, então aqueles que antes eram cidadãos, se tornam escravos. Quanto mais o Estado interfere para garantir condições de segurança e suficiência, quando mais regula os salários, provê seguro compulsório, plano de saúde, educação – em geral assumindo o controle da vida dos assalariados, em benefício das companhias e homens que empregam os assalariados – mais a condição de semi-escravidão é acentuada. E, se a situação continuar por, digamos, três gerações, ela se tornará tão completamente estabelecida como um hábito social e um padrão mental que não haverá dela escapatória nos países onde um Socialismo de Estado desse tipo tenha sido forjado e incrustado ao corpo político.
“Na Europa, a Inglaterra em particular (mas muitos outros países em menor grau) adotou esse sistema. Abaixo de certo nível salarial, um homem tem garantida uma subsistência mínima, caso perca o emprego. Um salário desemprego é dado a ele pelas autoridades públicas as custa da perda de sua dignidade humana. Cada circunstância de sua família é examinada; ele fica ainda mais nas mãos dessas autoridades, quando desempregado, do que estava nas mãos de seu empregador, quando empregado. A coisa está ainda em transição; a massa de homens ainda não percebeu para qual objetivo ela tende; mas o desprezo pela dignidade humana, a potencial, senão a real, negação da doutrina do livre arbítrio, tem levado, por uma conseqüência natural, ao que são as instituições semi-servis. Estas se tornarão totalmente servis com o tempo.
“Contra o mal do sistema salário-escravidão, há tempos foi proposto, e já está agora em pleno funcionamento, certo remédio. Seu nome mais breve é comunismo: escravidão ao Estado, muito mais avançada e integral do que a primeira forma, escravidão ao capitalismo.”
Como se vê, Olavo (e também Eric Voegelin) e Belloc se aproximam do assunto de perspectivas diferentes. Belloc toma como ponto de partida o fato de o Ataque Moderno ser uma heresia religiosa, contra a Igreja. Isso lhe dá um ângulo de visão diferente, mais profundo, mais elementar, mais radical. Vale pena ler o livro.
__________________________________________
[1] A ser publicado em 2009, pela Editora Permanência.
[2] Pio XI.
[3] Quadragesimo anno.
03/12/2008
Uma terrível mensagem de Natal: SE ELE NÃO TIVESSE VINDO
Nota: Neste Natal, o presente do blog aos seus leitores é TERRÍVEL, mas absolutamente necessária. Gustavo Corção nos alerta sobre a responsabilidade que o Natal nos trouxe, há mais de 2000 anos. “Se Eu não tivesse vindo ...”
Gustavo Corção
“Se Eu não tivesse vindo e não lhes tivesse dirigido a palavra,
eles não teriam pecado; mas agora não há desculpas
para o pecado deles” (Jo. XV, 2).
Estas palavras terríveis ditas por Jesus na noite da Ceia, devem ser lidas e meditadas com especial atenção nos atuais tempos litúrgicos, para bem apreendermos o nexo entre a Natividade e a Paixão, e sobretudo para aprendermos um vislumbre das dimensões trágicas da vinda de Jesus para a nossa Salvação. Costumamos pensar que Jesus recém-nascido trouxe ao mundo, para nos salvar, uma atmosfera com perfumes dos céus e cânticos dos anjos; costumamos associar a idéia de Natal à de um socorro da divina misericórdia, pousado no regaço da Virgem Santíssima e todo feito de delicadezas e fragrâncias; ora, é Ele mesmo, no momento supremo em que nos ensinará na última estação o segredo de Sua vinda. E diz-nos estas palavras das quais inferimos que, se não se pode dizer sem absurdo e blasfêmias que Ele nos trouxe o pecado, pode-se entretanto dizer que, a este mundo já marcado pelo pecado mal definido, cinzento, misturado ao bem de um modo desordenado, Jesus trouxe a Ordem que discrimina mal e bem, e trouxe aos homens, com preço e condição da Salvação, um sentimento mais agudo, uma responsabilidade abismal. Essa iluminação moral, que nos mostra que todo mal é uma ofensa a Deus, já estava anunciada nos clamores proféticos, mas o mundo inteiro, na confusão da cinzenta mistura muito vagamente sentia a Vontade de Deus contrariada. De uma maneira cósmica, nas catástrofes, nos incêndios e nas inundações, tinham uma vaga intuição de que os elementos irritados traduziam a irritação de uma alta instância. Mas esse vago panteísmo mais eclipsava do que elucidava o transcendental contraste do bem e do mal, e principalmente a noção de pecado pessoal cometido contra um Deus pessoal.
“Se Eu não tivesse vindo...” diz-nos Jesus na hora da Paixão não se teria realizado o plano eterno de Deus: o de oferecer aos homens um alvo, um blanco, contra o qual, nitidamente, com inacreditável ferocidade se concentrasse a maldade difusa para que o cinzento desse lugar ao claro-escuro, e o bem fosse chamado bem, e o mal, mal. “Se o mundo vos odeia, sabei que a Mim Me odiou primeiro”. E também: “Aquele que me odeia, odeia também meu Pai”.
Então, retornando pela terceira vez a terrível declaração de Jesus, diríamos que o Natal, Sua vinda, foi também a vinda do ódio mais consciente, mais nítido e mais cruel. Mas para que a humanidade pudesse abrir os olhos para essa consciência do mal como ofensa a Deus, como ódio a Deus, o Pai inventou esse recurso extremo de se tornar acessível às mãos dos homens: “Se és Deus, adivinha quem Te bateu!” Coroara de espinhos: “Salve o Rei dos Judeus!”.
E assim, por Sua vinda e por Sua Paixão, Jesus trouxe a Ordem que da ao mal o nome de mal, e ao bem o nome de bem.
“Agora já não poderão esquivar-se: Se Eu não tivesse vindo, e não lhes tivesse falado, eles não teriam pecado; mas agora o pecado que cometem, chama-se pecado, sem subterfúgios, sem pseudônimos”.
Por isso, quis o Pai, desde o princípio, que a Religião de nosso perdão fosse a Religião que por isso mesmo dá ao pecado o nome de pecado. Mas também, se na divina invenção todos os homens que se levantam contra Deus, contra Sua Vontade, contra Sua Lei são participantes da flagelação de Jesus, este com a sua bofetada, aquele com sua martelada nos pregos da cruz, aquele outro com o escarro na Santa Face, sim, sim, se a humanidade inteira, agora sem desculpas, tem participação de verdugo na Paixão, também está incluída na invenção de Deus os santos recursos que oferecem a todos os homens a participação de vítima, a participação de sacrifício oferecido ao Pai.
Na verdade, na verdade, não sei como pode um coração humano, sem estalar de dor, suportar a lembrança da profundidade de seu pecado, e a lembrança da altura de sua esperança. Nem entendo como é possível pensar na Ceia do Senhor como um ameno e festivo encontro de onde os padres e bispos tiram modelo para brincadeirinhas mais ou menos sexuadas entre jovens! Nem entendo a frivolidade com que se mexeu e remexeu no Santo Sacrifício da Missa para agradar aos heréticos, aos frívolos e aos anormais.
* * *
Uma das características de nosso tempo é justamente aquele cinzento informe, desordenado, anárquico, onde bem não é bem e mal não é mal, ou tanto faz como tanto fez. Este estado de toda uma civilização é o estuário de erros trazidos e acumulados por séculos de Revolução contra Deus, contra a Igreja, para a reconquista do ameno charco inconseqüente, que era o mundo depois do Pecado, e antes da Vinda de Cristo.
“Se não fosse minha vinda...” O Demônio para bem persegui-la, conhece melhor a Sagrada Doutrina às avessas do que os bispos modernistas ou simplesmente modernos que querem fazer da Igreja uma barraca atraente, agradável, divertida. Essa Igreja persegue Jesus pela degradação, pela inflação, pela vulgarização a fim de que, com seu apagamento, se apaguem da memória dos homens aquelas palavras: “Se Eu não tivesse vindo...” e então voltava ao mundo a mistura de mal e bem, e o tranqüilo esquecimento de Deus.
E nessa direção que trabalham todos os ditos progressistas que se esforçam por fazer da Igreja um circo, um cassino, um lupanar qualquer coisa onde possam agradar aos homens, até o desprezo de Deus.
Artigo tirado do site da Permanênca
Gustavo Corção
“Se Eu não tivesse vindo e não lhes tivesse dirigido a palavra,
eles não teriam pecado; mas agora não há desculpas
para o pecado deles” (Jo. XV, 2).
Estas palavras terríveis ditas por Jesus na noite da Ceia, devem ser lidas e meditadas com especial atenção nos atuais tempos litúrgicos, para bem apreendermos o nexo entre a Natividade e a Paixão, e sobretudo para aprendermos um vislumbre das dimensões trágicas da vinda de Jesus para a nossa Salvação. Costumamos pensar que Jesus recém-nascido trouxe ao mundo, para nos salvar, uma atmosfera com perfumes dos céus e cânticos dos anjos; costumamos associar a idéia de Natal à de um socorro da divina misericórdia, pousado no regaço da Virgem Santíssima e todo feito de delicadezas e fragrâncias; ora, é Ele mesmo, no momento supremo em que nos ensinará na última estação o segredo de Sua vinda. E diz-nos estas palavras das quais inferimos que, se não se pode dizer sem absurdo e blasfêmias que Ele nos trouxe o pecado, pode-se entretanto dizer que, a este mundo já marcado pelo pecado mal definido, cinzento, misturado ao bem de um modo desordenado, Jesus trouxe a Ordem que discrimina mal e bem, e trouxe aos homens, com preço e condição da Salvação, um sentimento mais agudo, uma responsabilidade abismal. Essa iluminação moral, que nos mostra que todo mal é uma ofensa a Deus, já estava anunciada nos clamores proféticos, mas o mundo inteiro, na confusão da cinzenta mistura muito vagamente sentia a Vontade de Deus contrariada. De uma maneira cósmica, nas catástrofes, nos incêndios e nas inundações, tinham uma vaga intuição de que os elementos irritados traduziam a irritação de uma alta instância. Mas esse vago panteísmo mais eclipsava do que elucidava o transcendental contraste do bem e do mal, e principalmente a noção de pecado pessoal cometido contra um Deus pessoal.
“Se Eu não tivesse vindo...” diz-nos Jesus na hora da Paixão não se teria realizado o plano eterno de Deus: o de oferecer aos homens um alvo, um blanco, contra o qual, nitidamente, com inacreditável ferocidade se concentrasse a maldade difusa para que o cinzento desse lugar ao claro-escuro, e o bem fosse chamado bem, e o mal, mal. “Se o mundo vos odeia, sabei que a Mim Me odiou primeiro”. E também: “Aquele que me odeia, odeia também meu Pai”.
Então, retornando pela terceira vez a terrível declaração de Jesus, diríamos que o Natal, Sua vinda, foi também a vinda do ódio mais consciente, mais nítido e mais cruel. Mas para que a humanidade pudesse abrir os olhos para essa consciência do mal como ofensa a Deus, como ódio a Deus, o Pai inventou esse recurso extremo de se tornar acessível às mãos dos homens: “Se és Deus, adivinha quem Te bateu!” Coroara de espinhos: “Salve o Rei dos Judeus!”.
E assim, por Sua vinda e por Sua Paixão, Jesus trouxe a Ordem que da ao mal o nome de mal, e ao bem o nome de bem.
“Agora já não poderão esquivar-se: Se Eu não tivesse vindo, e não lhes tivesse falado, eles não teriam pecado; mas agora o pecado que cometem, chama-se pecado, sem subterfúgios, sem pseudônimos”.
Por isso, quis o Pai, desde o princípio, que a Religião de nosso perdão fosse a Religião que por isso mesmo dá ao pecado o nome de pecado. Mas também, se na divina invenção todos os homens que se levantam contra Deus, contra Sua Vontade, contra Sua Lei são participantes da flagelação de Jesus, este com a sua bofetada, aquele com sua martelada nos pregos da cruz, aquele outro com o escarro na Santa Face, sim, sim, se a humanidade inteira, agora sem desculpas, tem participação de verdugo na Paixão, também está incluída na invenção de Deus os santos recursos que oferecem a todos os homens a participação de vítima, a participação de sacrifício oferecido ao Pai.
Na verdade, na verdade, não sei como pode um coração humano, sem estalar de dor, suportar a lembrança da profundidade de seu pecado, e a lembrança da altura de sua esperança. Nem entendo como é possível pensar na Ceia do Senhor como um ameno e festivo encontro de onde os padres e bispos tiram modelo para brincadeirinhas mais ou menos sexuadas entre jovens! Nem entendo a frivolidade com que se mexeu e remexeu no Santo Sacrifício da Missa para agradar aos heréticos, aos frívolos e aos anormais.
* * *
Uma das características de nosso tempo é justamente aquele cinzento informe, desordenado, anárquico, onde bem não é bem e mal não é mal, ou tanto faz como tanto fez. Este estado de toda uma civilização é o estuário de erros trazidos e acumulados por séculos de Revolução contra Deus, contra a Igreja, para a reconquista do ameno charco inconseqüente, que era o mundo depois do Pecado, e antes da Vinda de Cristo.
“Se não fosse minha vinda...” O Demônio para bem persegui-la, conhece melhor a Sagrada Doutrina às avessas do que os bispos modernistas ou simplesmente modernos que querem fazer da Igreja uma barraca atraente, agradável, divertida. Essa Igreja persegue Jesus pela degradação, pela inflação, pela vulgarização a fim de que, com seu apagamento, se apaguem da memória dos homens aquelas palavras: “Se Eu não tivesse vindo...” e então voltava ao mundo a mistura de mal e bem, e o tranqüilo esquecimento de Deus.
E nessa direção que trabalham todos os ditos progressistas que se esforçam por fazer da Igreja um circo, um cassino, um lupanar qualquer coisa onde possam agradar aos homens, até o desprezo de Deus.
Artigo tirado do site da Permanênca
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Gustavo Corção,
Mensagens de Natal
01/12/2008
Dioceses se mobilizam em favor das vítimas de Santa Catarina
Notícia que acaba de sair no site da CNBB
Dioceses de todo o Brasil prestam solidariedade às vítimas das enchentes de Santa Catarina, que acontecem desde o penúltimo fim de semana, deixando até agora, de acordo com a Defesa Civil de Santa Catarina, oito cidades isoladas, 114 mortos, 78 mil desabrigados e desalojados.
A arquidiocese do Rio de Janeiro, por meio da Cáritas Arquidiocesana recebe doações em dinheiro que serão enviadas às dioceses catarinenses afetadas pelas chuvas. Da mesma forma agem a arquidiocese de São Paulo e a diocese de Santo André (SP), que abriram campanha até o próximo dia 31 de dezembro. Toda a arrecadação será destinada à Mitra Diocesana de Florianópolis.
A Rede Cáritas Brasileira, também reforça o apelo de solidariedade às vítimas das enchentes daquele Estado. As entidades-membro da entidade, localizadas nas áreas mais atingidas pelas chuvas, abriram três contas bancárias para receber doações em dinheiro. A Cáritas diocesana de Colatina (ES), em parceria com a Cáritas Brasileira, também está na mobilização para ajudar os catarinenses. Ainda no Espírito Santo, o bispo de Cachoeiro do Itapemirim (ES), dom Célio de Oliveira Goulart, por meio da Cáritas diocesana, da Defesa Civil e outros grupos da cidade, também deu início, neste fim de semana, a uma campanha para arrecadação de alimentos não perecíveis, roupas e calçados que serão doados aos flagelados das enchentes.
No município catarinense de Itajaí, onde 90% das casas foram atingidas pelas enchentes, as seis paróquias e os colégios católicos da cidade tornaram-se abrigos para acolher os desabrigados e desalojados. São mais de 2 mil famílias acolhidas pela Igreja de Itajaí e que permanecerão nos colégios e paróquias por um bom tempo. Um caminhão está coletando roupas, água e alimentos nas paróquias e uma conta foi aberta para receber as doações em dinheiro.
“A flagelação sensibiliza, mas a solidariedade também comove"
A Cúria diocesana de Curitiba (PR) montou um esquema para receber donativos às vítimas. Segundo o arcebispo, dom Moacyr José Vitti, “a flagelação sensibiliza, mas a solidariedade também comove”. O arcebispo alertou que é preciso rapidez e organização para atender a população desabrigada. E completou: “O coração aberto dos paranaenses e brasileiros vai amenizar os prejuízos e tornar o Natal um pouco mais feliz para centenas de milhares de pessoas atingidas”.
Na arquidiocese de Campinas (SP) as paróquias e comunidades intensificaram as iniciativas de ajuda ao povo de Santa Catarina. O arcebispo, dom Bruno Gamberini, divulgou nota ás paróquias para que não se omitam neste momento de dor: “Não podemos, neste momento, nos omitir frente ao sofrimento de tantos irmãos e irmãs”, diz o texto.
Contas Bancárias divulgadas pela Cáritas Brasileira
Florianópolis
Banco do Brasil, agência 3174-7, conta 17611-7.
Em nome de Ação Social Arquidiocesana/Flagelados SC 2008.
Informações pelo telefone (48) 3224.8776 ou pelo e-mail
asa@arquifln.org.br
Joinville
Banco BESC, agência 014, c/c 130.786-2.
A campanha é promovida pela Associação Diocesana de Promoção Social.
Informações pelo telefone (47) 3451.3715 ou pelo e-mail
adipros@diocesejlle.com.br
Blumenau
Banco Itaú, agência 6407, c/c 07004-1.
Campanha “Diocese de Blumenau - Emergência”.
Informações pelos telefones (47) 3323.6952 ou 3322.4435 (cúria) ou pelo e-mail dioceseblumenau@terra.com.br.
Dioceses de todo o Brasil prestam solidariedade às vítimas das enchentes de Santa Catarina, que acontecem desde o penúltimo fim de semana, deixando até agora, de acordo com a Defesa Civil de Santa Catarina, oito cidades isoladas, 114 mortos, 78 mil desabrigados e desalojados.
A arquidiocese do Rio de Janeiro, por meio da Cáritas Arquidiocesana recebe doações em dinheiro que serão enviadas às dioceses catarinenses afetadas pelas chuvas. Da mesma forma agem a arquidiocese de São Paulo e a diocese de Santo André (SP), que abriram campanha até o próximo dia 31 de dezembro. Toda a arrecadação será destinada à Mitra Diocesana de Florianópolis.
A Rede Cáritas Brasileira, também reforça o apelo de solidariedade às vítimas das enchentes daquele Estado. As entidades-membro da entidade, localizadas nas áreas mais atingidas pelas chuvas, abriram três contas bancárias para receber doações em dinheiro. A Cáritas diocesana de Colatina (ES), em parceria com a Cáritas Brasileira, também está na mobilização para ajudar os catarinenses. Ainda no Espírito Santo, o bispo de Cachoeiro do Itapemirim (ES), dom Célio de Oliveira Goulart, por meio da Cáritas diocesana, da Defesa Civil e outros grupos da cidade, também deu início, neste fim de semana, a uma campanha para arrecadação de alimentos não perecíveis, roupas e calçados que serão doados aos flagelados das enchentes.
No município catarinense de Itajaí, onde 90% das casas foram atingidas pelas enchentes, as seis paróquias e os colégios católicos da cidade tornaram-se abrigos para acolher os desabrigados e desalojados. São mais de 2 mil famílias acolhidas pela Igreja de Itajaí e que permanecerão nos colégios e paróquias por um bom tempo. Um caminhão está coletando roupas, água e alimentos nas paróquias e uma conta foi aberta para receber as doações em dinheiro.
“A flagelação sensibiliza, mas a solidariedade também comove"
A Cúria diocesana de Curitiba (PR) montou um esquema para receber donativos às vítimas. Segundo o arcebispo, dom Moacyr José Vitti, “a flagelação sensibiliza, mas a solidariedade também comove”. O arcebispo alertou que é preciso rapidez e organização para atender a população desabrigada. E completou: “O coração aberto dos paranaenses e brasileiros vai amenizar os prejuízos e tornar o Natal um pouco mais feliz para centenas de milhares de pessoas atingidas”.
Na arquidiocese de Campinas (SP) as paróquias e comunidades intensificaram as iniciativas de ajuda ao povo de Santa Catarina. O arcebispo, dom Bruno Gamberini, divulgou nota ás paróquias para que não se omitam neste momento de dor: “Não podemos, neste momento, nos omitir frente ao sofrimento de tantos irmãos e irmãs”, diz o texto.
Contas Bancárias divulgadas pela Cáritas Brasileira
Florianópolis
Banco do Brasil, agência 3174-7, conta 17611-7.
Em nome de Ação Social Arquidiocesana/Flagelados SC 2008.
Informações pelo telefone (48) 3224.8776 ou pelo e-mail
asa@arquifln.org.br
Joinville
Banco BESC, agência 014, c/c 130.786-2.
A campanha é promovida pela Associação Diocesana de Promoção Social.
Informações pelo telefone (47) 3451.3715 ou pelo e-mail
adipros@diocesejlle.com.br
Blumenau
Banco Itaú, agência 6407, c/c 07004-1.
Campanha “Diocese de Blumenau - Emergência”.
Informações pelos telefones (47) 3323.6952 ou 3322.4435 (cúria) ou pelo e-mail dioceseblumenau@terra.com.br.
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