Este é o título de duas crônicas de Thomas Sowell que
traduzi para o Mídia Sem Máscara em 2006. Elas surgiram em minha memória quando
li uma matéria
na Veja online, acerca da descoberta de um risonho cientista que descobriu,
assim parece, que “Pode parecer um
milagre, mas, de acordo com pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa
Atmosférica dos Estados Unidos e da Universidade do Colorado, o movimento do
vento descrito na Bíblia [que dividiu as águas sob o comando de Moisés] pode ter, de fato, afastado as águas sem
quebrar nenhuma lei da física.”
Bem, bem, bem! Lembro aqui o que disse Sowell. Diz ele:
“Meu falecido
orientador, economista prêmio Nobel George Stigler, costumava dizer que é muito
instrutivo gastar algumas horas numa biblioteca, checando estudos que foram
citados como fontes em outros trabalhos. Quando comecei a fazer isso, achei não
só instrutivo mas decepcionante.
“Uma nota de pé de
página num texto sobre economia do trabalho citava seis estudos que apoiavam
suas conclusões. Mas, depois que fui à biblioteca e consultei esses seis
estudos, descobri que eles citavam um outro estudo – o mesmo em todos os seis.
“Agora que os seis
estudos tinham se reduzido a um, fui a ele – e descobri que era um estudo de
uma situação muito diferente da discutida no texto sobre economia do trabalho.”
As grandes redes de televisão e a mídia impressa têm amplos
recursos financeiros para conferir as alegações, antes de apresentá-las ao
público como “notícias”. Mas não espere muita preocupação com os fatos quando
isso puder estragar uma grande história ou a distorção política ou religiosa
que a acompanhe. Quando somente pessoas com determinadas visões podem conduzir
certos estudos, não se surpreenda se “estudos provarem que” aquele conjunto de
visões é verdadeiro.
A frase “pode parecer um milagre” já aponta qual a visão de
quem conduziu o estudo. Visão contra o milagre e também uma ignorância a
respeito do que seja um milagre. Deus usa a natureza, que Ele criou, para
produzir prodígios; Ele não a contradiz! O milagre do Sol, ocorrido em Fátima,
outro milagre que a “ciência” parece não aceitar, não contradiz os princípios
fundamentais do Universo, apenas aquela parcela que a ciência tem acesso e que
considera tudo que existe. Uma lei física é apenas um padrão de repetição que é
identificado pelo homem. Desse padrão se pode deduzir um punhado de coisas e
delas fazer uso para um punhado de outras coisas. Mas a identificação do padrão
nada diz sobre a possibilidade de a natureza poder, eventualmente, agir de
outra forma, quando sob a ação de forças que estão acima dela.
Aliás, Deus quando age, na maioria das vezes, é através de causas segundas, não só para produzir
prodígios naturais, mas também para produzir prodígios humanos pessoais. Um
santo é um prodígio tão espetacular quanto o milagre do Sol, talvez mais. Só em
ocasiões muito especiais Deus age como causa
primeira.
Mas eu tenho uma listinha de milagres para a ciência
desvendar: as ressurreições empreendidas por Nosso Senhor e pelos seus mais
destacados santos, ao longo da história; as centenas de corpos incorruptos que
existem atualmente no mundo, Hóstias que atualmente sangram permanentemente e
que estão espalhadas em vários lugares da Terra (tome como exemplo a Hóstia de
Lanciano, que sangra desde o século VIII); os estigmas de Padre Pio, que o
vitimaram durante 50 anos, sangrando permanentemente, sem infeccionar, sem
matar o santo. Para por aqui, só para não sobrecarregar muito a “ciência”.
7 comentários:
É, Angueth, os "cientistas" piram nos milagres.
Eles odeiam tanto a Cristo e a DEUS que querem, de todas as formas, negar
suas obras e manifestações.
Um abraço.
Professor, lendo alguns livros sobre cosmologia, descobri que os físicos, após se declararem tranqüilamente ateus logo no primeiro capítulo e dizerem que tudo isso aqui não passa de mero acaso quântico e poeira das estrelas (as vezes vale a pena dar aquele chute na Igreja e na Idade Média para parecer chique, uma espécie de ritual de passagem no meio acadêmico), eles nos brindam com sua fé em mundos paralelos, infinitos universos, alienígenas e viagens interdimensionais que não podem nem de longe ser comprovados cientificamente. Resumindo, criaram sua própria religião.
Um abraço,
Leonardo
Para os materialistas, que não passam de panteístas mal resolvidos, a ciência é o novo evangelho das verdades e o universo o Deus eterno. Não a toa, a cada momento eles querem afirmá-lo como eterno, e tem até aqueles que o afirmem como uma ilusão. O que isso senão uma visão saída do que pregava os gnósticos hereges do começo do cristianismo? Ora, contra os dogmas da ciência ninguém pode ir contra... até que um novo modelo traga mais dogmas (sic), como o que ocorreu com a Mecânica Newtoniana em relação a Relatividade. Quem aí dúvida que virá outro ainda mais subjetivo, a ciência dos palpiteiros, onde o único dogma será sua própria ideia das coisas e que os outros a aceitem? Assim caminha aqueles que negam as verdades eternas em prol de uma pretensa segurança daquilo que se acreditar dominar com mero conhecimento humano.
Bravo! Meus melhores aplausos.
Ricardo Dip
Professor, há medicinas alternativas que dizem que há no homem uma energia vital. Isso é reconhecido pela Igreja? Há, além da alma, alguma energia? Fiquei sabendo que Santa HIldegarda analisou as pedras e as viu como elementos canalizadores da energia humana (http://www.arautos.org/artigo/4500/Santa-Hildegarda-de-Bingen--Medica-dos-corpos-e-das-almas-.html). No que distingue essa análise da santa das medicinas alternativas?
Obrigada.
Cara Paloma,
O homem é seu corpo e sua alma. O que faz o corpo funcionar é a alma, através de uma miríade de processos fisico-químicos. Essa tal energia vital é apenas uma invenção dos panteístas no século XIX, para dar uma face "científica" a uma antiga heresia. Jesus para curar doentes rezava ao Pai, não às pedras, árvores, águas, etc. Além disso, doença pode ser um mal, mas pode ser um bem, segundo os designos de Deus.
Antes de tudo, reze.
Ad Iesum per Mariam.
Excelente texto!
Juliana
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