31/10/2015

O Sínodo sobre a família é consequência lógica do CVII. É complementação do silogismo conciliar.

Depois do Concílio Vaticano II, com seus documentos escritos em linguagem dúbia, com afirmações inaceitáveis segundo a Tradição da Igreja, com todos os hoje conhecidos golpes políticos durante o desenrolar das reuniões conciliares, golpes de corte marxista e que eram e são comuns em qualquer congressozinho de agremiações de esquerda mundo afora, o que os católicos esperávamos do Sínodo da Família, sob o reinado do Papa Francisco?

O CVII mudou a Missa e, portanto, a prática católica tradicional. Foi a destruição do principal Sacramento: a Eucaristia. A Confissão, nos anos posteriores, foi destruída e se transformou num bate-papo entre um padre de camiseta e o fiel, isso quando os padres aceitam ouvir confissões. O Sacramento da Ordem foi destruído por meio da destruição dos Seminários, que se tornaram antro de esquerdismos, filosofismos e, dolorosamente, de homossexualismos. O Sacramento da Crisma, bem, que conhece, hoje, este Sacramento? Qual moribundo católico sente a necessidade de solicitar a presença de um padre no momento mais crítico de sua vida, de pedir a Extrema-Unção? Todo o rito do Sacramento do Batismo foi mudado depois do CVII, amenizando a linguagem e despachando o Demônio para o confortável lugar da inexistência. Por que algo diferente aconteceria ao Sacramento do Matrimônio? Que esperávamos nós católicos?

A vida de Nosso Senhor Jesus Cristo jorra em sua Igreja através dos Sacramentos. Somos uma Igreja Sacramental porque Igreja de Cristo. Não apenas seguimos Seus amargos e doloridos passos, mas recebemos Sua Vida. Sem isso não há Graça e não há vida eterna. Acabem com isso, e iremos todos para o Inferno. A corrupção prática dos Sacramentos é um movimento contra a salvação das almas, contra a obra de Nosso Senhor; uma obra a favor de Satã, que quer fazer perder todas as almas. Esta obra satânica está em operação vigorosa no interior da Igreja, que sangra como Nosso Senhor na Cruz.


Somos, na expressão do grande criador da Fraternidade São Pio X, os católicos perplexos. Embora eu creia que hoje há muito menos perplexidade entre os católicos já anestesiados, já divorciados da Vida Sacramental, já sem acesso a esse prenúncio de Vida Eterna. Aos que ainda conseguem ver a realidade, um conselho: voltem os olhos para Fátima. Nossa Senhora deu a receita para os fiéis, embora também tenha dado à hierarquia da Igreja, que não deu bola para o que Nossa Mãe disse. Mas nós, fiéis, não podemos desconhecer os conselhos de tão boa Mãe: a reza do Rosário e a Devoção dos cinco primeiros sábados. Se há alguma tábua de salvação nesse naufrágio, Deus, por meio de Sua Mãe, está nos oferecendo esta. Não somos hierarquia da Igreja, mas somos seus fiéis e temos de dar um testemunho que há ainda Fé neste mundo e responder àquela dolorosa pergunta de Nosso Senhor, que duvidava que em Sua volta encontraria alguém com alguma fé.

18/10/2015

O dia que Santo Tomás visitou Belo Horizonte.

Foi dia 17 de outubro, sábado passado, que Santo Tomás esteve entre nós. Estávamos sob a proteção de Santa Margarida Maria Alacoque, a santa do Sagrado Coração, a quem Nosso Senhor permitiu que recostasse em Seu Sagrado Peito e sentisse o fogo de Seu Divino Amor, como fez tantas vezes São João Apóstolo. Estávamos sob a proteção de uma santa do século XVII, mas sob a ação do Doutor Comum do século XIII.

Estávamos sob a ação das definições escolásticas precisas, das intuições santíssimas de Santo Tomás. Pudemos sentir em nosso coração a sutilíssima tese da primeira questão da Suma: a filosofia é serva da teologia. E se unimos a teologia com a devoção, experimentamos um pedacinho do Céu. Não é exagero dizer que estivemos na antessala do Paraíso.

Estava muito calor, éramos quase cinquenta pessoas numa sala não muito grande. Quem nos conduzia era o prof. Sidney Silveira. E ficamos sabendo sobre as quatro virtudes cardeais: Prudência, Temperança, Justiça e Fortaleza. Sem elas não há vida feliz, não há vida que viver, não há razão de viver. São virtudes que o paganismo conheceu e o alto paganismo viveu. São virtudes que foram abrasadas pelo amor de Nosso Senhor e com o cristianismo ganhou a dimensão certa quando conjugadas com as virtudes teologais: Fé, Esperança e Caridade. Sem estas três, o máximo que o homem atingiria, o ponto mais elevado possível, seria o estoicismo. Mas com a Encarnação, tudo se divinizou, inclusive as virtudes cardeais.

Neste sábado calorento de Belo Horizonte, o que sentimos foi o fogo do amor de Santo Tomás, do amor de Nosso Senhor, tudo sob a proteção de Santa Margarida Maria Alacoque.

Deus lhe pague, meu amigo e irmão Sidney Silveira, por trazer Santo Tomás a Belo Horizonte.

Santo Tomás, rogai por nós.

Santa Margarida Maria Alacoque, rogai por nós.