Walter E. Williams
O princípio mais fundamental da Economia é a lei da demanda, que postula que quanto mais alto o preço de um comportamento, menor o número de pessoas que o adota, enquanto que quanto menor seu preço, maior o número de pessoas que o adota. A lei da demanda funciona para qualquer comportamento, e vou aplicá-lo ao comportamento anti-fumo. Primeiramente, livremo-nos do argumento da saúde, porque ele não tem relevância ao princípio particular sob exame, que é como as pessoas respondem ao custo de alguma coisa.
O custo para os não-fumantes da imposição de sua vontade sobre os fumantes, digamos, num restaurante, bar ou avião, é zero, ou perto disso. Basta que eles consigam que o legislativo vote as leis restritivas. Quando o custo de alguma coisa é zero, há uma tendência das pessoas a consumirem excessivamente. Você diz, “Williams, no meu caderno, não há ar excessivamente livre de fumaça!” Eis um pequeno teste. Digamos que acabe a gasolina de seu carro numa nevasca. Você me acena pedindo socorro. Eu digo, “Terei prazer em lhe dar uma carona, mas estou fumando.” Será que você recusará a carona na tentativa de evitar a fumaça do cigarro? Você pode ser tentado a argumentar, “Isso é diferente”. Não é diferente em absoluto. O custo de um ambiente livre de fumaça não é o que você está disposto a pagar.
Digamos que você não permita que se fume em sua casa. Quanto eu o visito, ofereço a pagá-lo 100 dólares por cada cigarro que você me permita fumar. Instantaneamente, levanto a questão do custo de manutenção de seu ambiente livre de fumaça. Manter sua casa livre de fumaça custará 100 dólares. É claro que posso lhe oferecer um montante maior, e a teoria econômica prediz que, em algum patamar, você concluirá que seu ambiente 100 por cento livre de fumaça não valerá a pena
Ar 100 por cento livre de fumaça ou 100 por cento repleto de fumaça é provavelmente sub-ótimo. A preço zero, haverá excesso de fumaça ou muito pouca fumaça. O problema em nossa sociedade é que as leis criaram um ar com muito pouca fumaça. Em grande medida, isso é culpa dos fumantes, que não criaram um custo para o ar livre de fumaça.
Minha regra não é absoluta. Há circunstâncias em que suporto ambientes com ar livre de fumaça a custo zero, e há circunstância que não suporto. Tudo depende do custo para mim. Penso que outros fumantes devem adotar a mesma agenda. Digamos que lhe pedem para fazer algum trabalho voluntário. Você pode dizer, “Sim, se me permitirem fumar.” Essa estratégia pode também ser uma boa forma de se livrar de alguma coisa sem ter de dizer não. Apenas pergunte se será permitido fumar.
A lição econômica a ser extraída de tudo isso é que preços nulos levam a resultados sub-ótimos, e que isso não se aplica somente à questão do ato de fumar. O que você acha de preços zero no supermercado ou na boutique? Se isso ocorresse, como você acha que estariam as prateleiras das lojas quando você chegasse? Se você respondeu, “Sem nada, pois as pessoas teriam tirado delas uma quantidade excessiva de produtos”, você tirou nota 10.
Publicado por Townhall.com
O princípio mais fundamental da Economia é a lei da demanda, que postula que quanto mais alto o preço de um comportamento, menor o número de pessoas que o adota, enquanto que quanto menor seu preço, maior o número de pessoas que o adota. A lei da demanda funciona para qualquer comportamento, e vou aplicá-lo ao comportamento anti-fumo. Primeiramente, livremo-nos do argumento da saúde, porque ele não tem relevância ao princípio particular sob exame, que é como as pessoas respondem ao custo de alguma coisa.
O custo para os não-fumantes da imposição de sua vontade sobre os fumantes, digamos, num restaurante, bar ou avião, é zero, ou perto disso. Basta que eles consigam que o legislativo vote as leis restritivas. Quando o custo de alguma coisa é zero, há uma tendência das pessoas a consumirem excessivamente. Você diz, “Williams, no meu caderno, não há ar excessivamente livre de fumaça!” Eis um pequeno teste. Digamos que acabe a gasolina de seu carro numa nevasca. Você me acena pedindo socorro. Eu digo, “Terei prazer em lhe dar uma carona, mas estou fumando.” Será que você recusará a carona na tentativa de evitar a fumaça do cigarro? Você pode ser tentado a argumentar, “Isso é diferente”. Não é diferente em absoluto. O custo de um ambiente livre de fumaça não é o que você está disposto a pagar.
Digamos que você não permita que se fume em sua casa. Quanto eu o visito, ofereço a pagá-lo 100 dólares por cada cigarro que você me permita fumar. Instantaneamente, levanto a questão do custo de manutenção de seu ambiente livre de fumaça. Manter sua casa livre de fumaça custará 100 dólares. É claro que posso lhe oferecer um montante maior, e a teoria econômica prediz que, em algum patamar, você concluirá que seu ambiente 100 por cento livre de fumaça não valerá a pena
Ar 100 por cento livre de fumaça ou 100 por cento repleto de fumaça é provavelmente sub-ótimo. A preço zero, haverá excesso de fumaça ou muito pouca fumaça. O problema em nossa sociedade é que as leis criaram um ar com muito pouca fumaça. Em grande medida, isso é culpa dos fumantes, que não criaram um custo para o ar livre de fumaça.
Minha regra não é absoluta. Há circunstâncias em que suporto ambientes com ar livre de fumaça a custo zero, e há circunstância que não suporto. Tudo depende do custo para mim. Penso que outros fumantes devem adotar a mesma agenda. Digamos que lhe pedem para fazer algum trabalho voluntário. Você pode dizer, “Sim, se me permitirem fumar.” Essa estratégia pode também ser uma boa forma de se livrar de alguma coisa sem ter de dizer não. Apenas pergunte se será permitido fumar.
A lição econômica a ser extraída de tudo isso é que preços nulos levam a resultados sub-ótimos, e que isso não se aplica somente à questão do ato de fumar. O que você acha de preços zero no supermercado ou na boutique? Se isso ocorresse, como você acha que estariam as prateleiras das lojas quando você chegasse? Se você respondeu, “Sem nada, pois as pessoas teriam tirado delas uma quantidade excessiva de produtos”, você tirou nota 10.
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3 comentários:
Há uns meses atrás eu lhe sugeri que traduzisse, além de Thomas Sowell, o católico Joseph Sobran. Mas estou vendo que agora minha sugestão é quase impossível de ser realizada: já são quatro autores americanos vertidos para bom português, em artigos infinitamente superiores à mediocridade dos 'analistas' brasileiros. Não vou pedir traduções de Sobran; mas recomendarei este artigo esplêndido, no qual ele reduz a cocô um ateu irado contra C.S. Lewis. Só de exemplo, segue o trecho final do artigo:
"I’m afraid Gopnik hasn’t read the C.S. Lewis millions of other readers have treasured. He has missed Lewis’s point — not a very difficult one, really — about the virtue of faith. Belief is something you have or don’t have; but faith is an act of will and fortitude, which is why we speak of “keeping” or “breaking” faith.
A child may know perfectly well that the water is safe and that anyone can learn to swim, but still allow himself to succumb to fear of the water when he actually gets into it. The problem isn’t the child’s “beliefs” about the water; it’s his irrational panic. In the same way, Lewis explains in Christian Reflections, we may believe intellectually, but allow our moods and passions to weaken our faith when we are tempted.
When our faith fails, it isn’t usually because of any rational doubt. Reason isn’t opposed to faith; it’s opposed to the passions (the word is cognate with passive; we’re truly active only when we act rationally). In spite of all the clichés equating intelligence with doubt, the loss of faith doesn’t occur in the intellect, but in the will. Lewis understood this; but the clever Gopnik seems not to.
Nor did Lewis present God’s message as “vacuous bromides.” He saw it as just the opposite: a love so consuming that our natural reaction to it is shock, almost terror. Lewis specifically rejects bland and comforting bromides: God is truly our Father, though we might prefer him to be (I love this image) a kindly “grandfather in heaven, a senile benevolence who, as they say, ‘liked to see young people enjoying themselves.’”
God’s love is fierce, burning, and, like the love of any real father, troubling; he demands that we love him back with all of our energy. In truth, God loves us far more than we want to be loved. At times his love feels to us like hatred and tyranny. No wonder we’re tempted to hate him.
“Bromides,” eh? For my part, I can say only that in his quiet way, C.S. Lewis has, like no other writer I’ve ever read, brought home to me some frightening truths — frightening, yet also consoling. And in his Narnia tales, he found a way to convey them to children too."
Aqui
Caro Pedro,
Não me esqueci de Joe Sobran. Gostaria de ter mais tempo livre para me dedicar a muitas traduções. Quem sabe no futuro, quando me aposentar?
Vou tentar, de quando em vez, traduzir um texto deste eminente católico.
Um abraço. Antônio Emílio.
Ola,
Gostei deste post e coloquei um link do meu blog na postagem de 29/10/2007, em "base da demanda". Saudações.
AlexisMani
www.ehvalor.blogspot.com
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