Walter E. Williams
O público tem se tornado crescentemente consciente de que a ciência por trás do aquecimento global antropogênico é uma fraude. Mas talvez os americanos gostem de imposturas científicas como meio de atingir certos objetivos de política pública. Vejamos.
Muitos americanos consideram o ato de fumar irritante. Alguns acham o odor ofensivo, e outros têm alergia ou asma, que pode ser agravada pela presença de fumantes. Há poucas dúvidas de que a fumaça de cigarro causa, de fato, irritação nesses casos. Mas, se fosse só por essas situações especiais, será que os anti-tabagistas teriam tanto sucesso nos tribunais, como eles têm tido?
Uma situação de ameaça à saúde pública tinha de ser fabricada, e em 1993 a Agência de Proteção Ambiental (EPA) apareceu, para uma operação de resgate, com seu estudo falso a respeito da fumaça do cigarro (ETS) ser um carcinogênico classe A.
Por que o estudo é falso? A EPA alegou que 3000 americanos morrem anualmente como fumantes passivos, mas há um problema. Eles não conseguiram essa conclusão dentro do intervalo estatístico de confiança padrão de 95%. Eles abaixaram o intervalo de confiança do estudo para 90%. Isso teve o efeito de dobrar a margem de erro e dobrar a probabilidade de que a mera casualidade explicasse aquelas 3000 mortes.
O Serviço de Pesquisa do Congresso (CRS) disse: “De fato, é pouco usual retocar assim um estudo, abaixando o nível de confiança exigido e declarando que os resultados apóiam o efeito sugerido pela teoria.” O CRS estava sendo gentil. Esse jeito de fazer pesquisa expulsaria da universidade qualquer estudante de pós-graduação.
Em 1998, a Agência Internacional para a Pesquisa sobre Câncer da Organização Mundial de Saúde publicou o mais completo e bem formulado estudo sobre ETS. O projeto de pesquisa durou dez anos e foi realizado em dez países da Europa. O estudo, que não foi amplamente noticiado, concluiu que não existia nenhum risco estatisticamente relevante para não-fumantes que viviam ou trabalhavam com fumantes.
No final da década de 1990, num encontro em Washington, eu tive a oportunidade de estar na presença de uma autoridade do FDA [Food and Drug Administration]. Eu o perguntei se ele aprovaria que as indústrias farmacêuticas aplicassem as técnicas estatísticas da EPA em testes de suas drogas, no que diz respeito à sua efetividade e segurança. Ele respondeu que não. Eu pergunto aos meus compatriotas americanos não-fumantes: Você apoiaria o uso de ciência fraudulenta para eliminar o desconforto causado pela fumaça do cigarro de bares, restaurantes, ambientes de trabalho e hotéis?
Você responde, “OK, Williams, a ciência é falsa, mas como nós, não-fumantes, suportaremos o desconforto da fumaça do cigarro?” Minha resposta é que depende se você prefere soluções que respeitem a liberdade ou aquelas que são mais tirânicas.
A solução amiga da liberdade tem de considerar os direitos de propriedade, pelos quais o proprietário toma a decisão se ele permitirá fumantes ou não-fumantes, no recinto de sua propriedade. Se alguém é não-fumante, ele simplesmente não faz negócio com um bar ou restaurante onde é permitido fumar. Um fumante poderia exercer o mesmo direito se um bar ou restaurante não permite fumar. Os lugares públicos, como bibliotecas, aeroportos e prédios municipais, onde a propriedade não é bem definida, é um desafio.
A solução tirânica é aquela onde um grupo usa o sistema político para impor suas preferências aos outros. Você pode ser tentado a objetar a respeito do termo “tirânico”, mas suponha que você tenha um restaurante onde você não permitisse que fumantes e não-fumantes usassem o sistema político para criar uma lei que forçasse você a permitir o fumo. Estou certo de que você chamaria de tirânica essa solução.
O debate sobre a política pública a respeito do ato de fumar foi decidido por meio de uma ciência espúria. Minha perguntar é, será que desejamos que outras políticas públicas façam uso de ciência espúria para se implantarem, tais como as restrições ao crescimento econômico, em nome da luta contra o aquecimento global?
Publicado por Townhall.com
Muitos americanos consideram o ato de fumar irritante. Alguns acham o odor ofensivo, e outros têm alergia ou asma, que pode ser agravada pela presença de fumantes. Há poucas dúvidas de que a fumaça de cigarro causa, de fato, irritação nesses casos. Mas, se fosse só por essas situações especiais, será que os anti-tabagistas teriam tanto sucesso nos tribunais, como eles têm tido?
Uma situação de ameaça à saúde pública tinha de ser fabricada, e em 1993 a Agência de Proteção Ambiental (EPA) apareceu, para uma operação de resgate, com seu estudo falso a respeito da fumaça do cigarro (ETS) ser um carcinogênico classe A.
Por que o estudo é falso? A EPA alegou que 3000 americanos morrem anualmente como fumantes passivos, mas há um problema. Eles não conseguiram essa conclusão dentro do intervalo estatístico de confiança padrão de 95%. Eles abaixaram o intervalo de confiança do estudo para 90%. Isso teve o efeito de dobrar a margem de erro e dobrar a probabilidade de que a mera casualidade explicasse aquelas 3000 mortes.
O Serviço de Pesquisa do Congresso (CRS) disse: “De fato, é pouco usual retocar assim um estudo, abaixando o nível de confiança exigido e declarando que os resultados apóiam o efeito sugerido pela teoria.” O CRS estava sendo gentil. Esse jeito de fazer pesquisa expulsaria da universidade qualquer estudante de pós-graduação.
Em 1998, a Agência Internacional para a Pesquisa sobre Câncer da Organização Mundial de Saúde publicou o mais completo e bem formulado estudo sobre ETS. O projeto de pesquisa durou dez anos e foi realizado em dez países da Europa. O estudo, que não foi amplamente noticiado, concluiu que não existia nenhum risco estatisticamente relevante para não-fumantes que viviam ou trabalhavam com fumantes.
No final da década de 1990, num encontro em Washington, eu tive a oportunidade de estar na presença de uma autoridade do FDA [Food and Drug Administration]. Eu o perguntei se ele aprovaria que as indústrias farmacêuticas aplicassem as técnicas estatísticas da EPA em testes de suas drogas, no que diz respeito à sua efetividade e segurança. Ele respondeu que não. Eu pergunto aos meus compatriotas americanos não-fumantes: Você apoiaria o uso de ciência fraudulenta para eliminar o desconforto causado pela fumaça do cigarro de bares, restaurantes, ambientes de trabalho e hotéis?
Você responde, “OK, Williams, a ciência é falsa, mas como nós, não-fumantes, suportaremos o desconforto da fumaça do cigarro?” Minha resposta é que depende se você prefere soluções que respeitem a liberdade ou aquelas que são mais tirânicas.
A solução amiga da liberdade tem de considerar os direitos de propriedade, pelos quais o proprietário toma a decisão se ele permitirá fumantes ou não-fumantes, no recinto de sua propriedade. Se alguém é não-fumante, ele simplesmente não faz negócio com um bar ou restaurante onde é permitido fumar. Um fumante poderia exercer o mesmo direito se um bar ou restaurante não permite fumar. Os lugares públicos, como bibliotecas, aeroportos e prédios municipais, onde a propriedade não é bem definida, é um desafio.
A solução tirânica é aquela onde um grupo usa o sistema político para impor suas preferências aos outros. Você pode ser tentado a objetar a respeito do termo “tirânico”, mas suponha que você tenha um restaurante onde você não permitisse que fumantes e não-fumantes usassem o sistema político para criar uma lei que forçasse você a permitir o fumo. Estou certo de que você chamaria de tirânica essa solução.
O debate sobre a política pública a respeito do ato de fumar foi decidido por meio de uma ciência espúria. Minha perguntar é, será que desejamos que outras políticas públicas façam uso de ciência espúria para se implantarem, tais como as restrições ao crescimento econômico, em nome da luta contra o aquecimento global?
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Um comentário:
O uso da ciência para inventar argumentos para o totalitarismo não acabou em 1945, caro Antônio Emílio.
Essa guerra contra o cigarro é um exemplo. O caso do aquecimento global, outro.
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