o judeu Dennis Prager,
o evangélico Mike S. Adams e
o negro Walter E. Williams.
Esse projeto complementa minhas traduções regulares de Thomas Sowell (outro negro) para o Mídia Sem Máscara. Espero que eu possa manter a regularidade de pelo menos um artigo por semana. Divitam-se.
Dennis Prager
O candidato presidencial e ex-senador John Edwards disse a um entrevistador do site religioso beliefnet.com que Jesus “estaria desapontado” com a pequena quantidade de americanos que ajudam os destituídos que vivem entre nós. O sr. Edwards disse, que Ele “estaria horrorizado” com o nosso egoísmo.
Na visão de John Edwards e outros cristãos esquerdistas, Jesus aumentaria os impostos, socializaria a medicina, seria pró-escolha e advogaria o casamento entre pessoas de mesmo sexo. Mas, acima de tudo, Jesus seria anti-guerra, se oporia às forças armadas e seria essencialmente um pacifista.
Isso é principalmente baseado em um de Seus mais famosos dizeres: “Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra.”
A falha de interpretação de tais afirmações como idéias políticas sobre como as nações devem se comportar é que Jesus estava falando sobre a vida individual – o micro – não sobre nações e o macro.[1]
Essa confusão entre a micro e a macro moralidade não aflige só a esquerda, ela também aflige a direita. Um exemplo é quando os conservadores religiosos igualam a blasfêmia privada com a pública. Apesar de que, idealmente, devemos evitar blasfemar tanto em privado quanto em público, não há comparação moral entre usar certas palavras em conversas particulares e usá-las em público. Acredita-se que se um conservador religioso ouvir um professor usar um termo inapropriado numa conversa com outra pessoa, ele não compararia tal fato com o uso da expressão numa aula do professor. O primeiro poderia ser um pecado pessoal, mas o segundo é um fato destrutivo para sociedade.
No entanto, é a esquerda que é mais inconsciente da distinção entre o micro e o macro. Sua compreensão de Jesus é um bom exemplo. A esquerda nos consideraria uma nação que poria em prática a admoestação de Jesus: : “Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra.”
Mas Jesus estava claramente se referindo às relações interpessoais. É de suma importância quando se está tentando entender qualquer trecho da Bíblia, ou de qualquer outro texto, ler uma passagem no contexto do material em torno. Como os comentários bíblicos freqüentemente advertem: “O contexto é tudo.”
Notando o que precede e o que segue aquele versículo, pode-se mostrar que ele trata de atitudes e comportamentos individuais em questões tais como a ira contra outro indivíduo, adultério, divórcio, juramento, doação aos pobres, oração, jejum, etc. Jesus estava falando sobre relações interpessoais e observava que nessas relações não é geralmente uma boa idéia retribuir a bofetada.
Agora, imagine o princípio aplicado às nações: Devíamos ter dito aos japoneses, depois do ataque a Pearl Harbor, “Agora que vocês nos atacaram a oeste, façam o favor de jogar suas bombas também a leste”?
A idéia de que um país deve oferecer a outra face a um agressor é simplesmente imoral, além de suicida. Tal pensamento torna Jesus e a Bíblia cristã idiotas.
Também mostra quão hipócrita são os ataques da esquerda aos conservadores religiosos por lerem a Bíblia literalmente. É a esquerda que usa um literalismo muito mais perigoso quando ela aplica as palavras de Jesus à política nacional. Aqueles religiosos de direita que acreditam que Deus criou o mundo em seis dias de 24 horas estão usando, acredito eu, um literalismo completamente desnecessário. Mas ele não é perigoso. O literalismo bíblico de esquerda, contudo, ao aplicar o “oferece-lhe também a outra” a milhões de nossos cidadãos, é fatalmente perigoso.
Além do literalismo, outra hipocrisia: os ataques da esquerda à direita religiosa por ameaçar substituir nossa democracia por uma teocracia que imporá o fundamentalismo cristão à toda a nação. Ainda assim, pessoas que odeiam os conservadores por usarem a Escritura não têm dificuldade com aqueles que citam as palavras de Jesus quando argumentam a favor de suas posições – mesmo quando as citam incorretamente.
Jesus não era esquerdista. Ele era, entre outras coisas, um judeu religioso que conhecia e acreditava na Bíblia Hebraica, que contem versículos tais como estes dos Salmos: “Aqueles que amam a Deus devem odiar o mal.” Não oferecer outra cidade para que os terroristas bombardeiem, isso é o que provavelmente Jesus acreditasse.
Publicado por Townhall.com
[1] Roger Scruton, comentando a mesma passagem em seu livro “The West and the Rest”, diz: “Pacifistas tomam essa observação como se não devêssemos nos defender, mas vencer a violência como fez Cristo, pelo exemplo. (...) Eu sou atacado e volto a outra face. Exemplifico a virtude cristã da mansidão. Mas se cuido de uma criança que é atacada, e viro a outra face dela, tomo parte na violência. (...) Você é obrigado a proteger aqueles cujos destinos estão em suas mãos. Um líder político que não vira sua própria face mas a nossa, convida o próximo ataque.”