Não tenho tanta fé para ser ateu é o título de um extraordinário livro de apologia cristã lançado nos EUA em 2004.[1] Ele foi escrito por Normam L. Geisler e Frank Turek. Dos dois autores, Geisler é, de longe, o mais conhecido, tendo publicado cerca de 60 livros de apologia e teologia cristãs. Uma busca na Amazon pode revelar a produção desse autor.
O título já é estimulante, pois, revela uma das teses centrais do livro: o ateu tem de ter muito mais fé para permanecer ateu do que o crente para crer no cristianismo. Isso porque há tantas evidências lógicas e científicas para corroborar o cristianismo que desconhecê-las ou camuflá-las com argumentos auto-contraditórios é prova de muita fé (ou seria má fé?).
Em seus sete primeiros capítulos (parte do livro que comento aqui e no artigo subseqüente), a obra se atém aos argumentos lógicos e científicos a favor de uma concepção teística do mundo. O plano da obra é provar, acima de qualquer dúvida razoável, que: a verdade a respeito da realidade é conhecível; o oposto da verdade é a falsidade; o Deus teístico existe, existência esta evidenciada pelo início do universo (argumento cosmológico), pela criação do universo (argumento teleológico/principio antrópico), pela criação da vida (argumento teleológico) e pela lei Moral (argumento Moral). Do capítulo 8 ao 15, a obra trata da questão dos milagres (se Deus existe, os milagres são possíveis) e da autenticidade e verdade das Sagradas Escrituras.
Na primeira parte desta resenha, me ocupo dos argumentos lógicos sobre a existência da verdade e dos argumentos auto-contraditórios que parecem impugnar a existência da verdade e de Deus. Na segunda parte, comento os argumentos científicos que apontam para a existência de Deus.
A justificativa que os autores apresentam para terem escrito o livro é, de fato, o fundamento de toda obra apologética. P. Boehner e Etienne Gilson observam em História da Filosofia Cristã (Editora Vozes, 9a.edição, 2004) que a “a razão mais profunda [da literatura apologética] encontra-se no ideal da sabedoria perfeita, a que todo cristão deve aspirar, porquanto, no dizer de São Pedro, os cristãos devem estar ‘sempre prontos a satisfazer a quem quer que lhes peça razões da esperança que os anima’(1 Ped 3,15)”. Giesler e Turek afirmam ainda que: “Sócrates dizia que uma vida irrefletida não merece ser vivida. Nós acreditamos que uma fé irrefletida não merece ser acalentada.” Além disso, os autores observam que Jesus quer (exige) que usemos a razão em todas as situações da vida, mesmo para obedecer ao maior dos mandamentos que é o de “Amar ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente.” (Mt 22, 37) Assim, nossa fé há de ter fundamentos racionais, a serem debatidos, provados e comprovados frente a qualquer conjunto de argumentos contrários.
Não é por nenhuma outra razão que somente a tradição judaico-cristã, dentre as grandes tradições religiosas, acolheu e fomentou o desenvolvimento científico e tecnológico. Chesterton dizia a mesma coisa, de maneira usualmente brilhante, quando afirmava que “O cristianismo, que é uma religião muito mística, tem sido, contudo, a religião das porções mais práticas da humanidade. Ele tem mais paradoxos que as filosofias orientais, mas ele também constrói as melhores rodovias. O mussulmano tem uma concepção lógica e pura de Deus, o Alah monístico. Mas ele permanece bárbaro na Europa e a grama não renascerá por onde ele passar. O cristão tem um Deus Trino, “uma trindade oblíqua” que parece uma caprichosa contradição em termos. Mas, em ação, ele abarca a terra e mesmo o mais inteligente oriental só pode com ele lutar, imitando-o a princípio. O Oriente tem sua lógica e vive do arroz. A cristandade tem seus mistérios – e seus automóveis. Não importa a inferência. Como eu disse, registremos os fatos.”
Geisler e Turek partem de uma posição de completo ceticismo para, então, construir a estrutura de fundamentação do cristianismo. Ou seja, eles partem de uma posição de dúvida em relação à existência da verdade, qualquer verdade. A pergunta inicial é: existe verdade?
Os autores começam por observar que todos nós exigimos a verdade em todas as facetas de nossas vidas que afetem nosso dinheiro, nossas relações, nossa segurança e nossa saúde. Dos médicos, por exemplo, queremos os remédios certos e as intervenções cirúrgicas corretas. A esquizofrenia cultural começa quando vamos discutir religião ou moral. Aí, a frase mais comum atualmente é “Isso é verdade para você, mas não para mim.” Se transportarmos essa frase para quando estamos conversando com nosso corretor de ações ou nosso médico, veremos a incongruência da situação. Ou seja, o relativismo é apenas moral e religioso. Em todas as outras áreas acreditamos piamente na verdade e a exigimos.
O instrumento lógico principal usado no livro é o que seus autores chamam de Tática do Papa-léguas. No desenho animado o coiote está sempre tentando capturar o papa-léguas, que, sendo muito mais veloz, está sempre ganhando a parada. Muitas vezes, correndo na direção de um abismo, o papa-léguas, ao se aproximar da borda, pára imediatamente e deixa o coitado do coiote passar. Ele fica, por alguns momentos, suspenso no ar, olhando para o abismo e para o papa-léguas, sem entender a situação. Esta é exatamente a situação de quem é pego em contradição lógica, como quem alega, por exemplo, que ‘não existe verdade’. Essa afirmação é auto-contraditória, pois se ela for verdade, existe pelo menos esta verdade, o que a contradiz. Quem afirmou tal coisa está parado no ar, como o coiote, momentos antes de despencar no abismo da auto-contradição.
Assim, afirmações muito comuns nos meios intelectuais modernos (mídia e universidades) podem ser enfrentadas com a Tática do Papa-léguas. Por exemplo, ‘toda verdade é relativa’ (pergunta do papa-léguas: esta é uma verdade relativa?), ‘não há absolutos’ (pergunta do papa-léguas: você tem absoluta certeza disso?) , ‘isto é verdade apenas para você, mas não para mim’ (pergunta do papa-léguas: esta afirmação é verdade só para você, ou é verdade para todo mundo?)
Todas as afirmações que tentam negar a existência da verdade são auto-contraditórias e podem ser enfrentadas com a Tática do Papa-léguas. Portanto, existe verdade. Isso não pode ser logicamente negado. Então, se existe verdade, algumas verdades podem ser afirmadas sobre a verdade: que ela é descoberta, não inventada; que ela é transcultural; que ela é imutável (apesar de nossa percepção sobre ela poder mudar, ao longo do tempo); que crenças não podem mudar fatos; que a verdade não é afetada pela atitude de quem a professa; que toda verdade é verdade absoluta.
Bem, há uma posição conceitual que, mesmo admitindo a existência da verdade, diz que “a verdade não pode ser conhecida”. Esta é a posição agnóstica. Vamos soltar o papa-léguas e perguntar: esta sua afirmação é verdadeira? Se for, você conhece pelo menos uma verdade!
Sob o ponto de vista lógico, duas crenças religiosas mutuamente exclusivas não podem ser ambas verdadeiras. Ou seja, o critério do verdadeiro e do falso pode e deve ser aplicado às crenças religiosas. Assim, a tolerância religiosa não é a aceitação de todas as crenças religiosas como verdadeiras, pois isso elas não são, por serem, muitas delas, mutuamente exclusivas. A alegação de que “não devemos questionar a crença religiosa dos outros” é uma crença religiosa dos chamados pluralistas. Essa crença é tão exclusiva e “intolerante” quanto a crença religiosa dos cristãos.
A crença dos pluralistas de que “não devemos julgar” a crença dos outros não se sustenta pois ela é, em si mesma, um julgamento.
Depois do papa-léguas de Geisler e Turek vencer facilmente os coiotes relativistas e pluralistas ele vai agora enfrentar indivíduos mais ilustres. Nada menos que Hume e seu ceticismo e Kant e seu agnosticismo.
Hume, conforme Geisler e Turek, é o pai do ceticismo moderno. A. J. Ayer resumiu o ceticismo de Hume no “princípio da verificabilidade empírica”, que diz que uma proposição só pode ser significativa se ela for verdadeira por definição (como 2+2=4) ou se ela for verificável empiricamente (por um ou mais de nossos cinco sentidos). Todo o edifício do empirismo lógico é baseado nesse princípio.
Geisler conta que, como estudante de filosofia e cursando uma disciplina baseada no livro de Ayer, Lógica, Verdade e Linguagem, ele escolheu como tema de seu seminário o capítulo intitulado “O Princípio da Verificabilidade Empírica”. Foi dado a ele vinte minutos para desenvolver o tema, dos quais ele gastou alguns segundos, com a ajuda do papa-léguas que, todos sabem, é muito rápido. Ele levantou-se e se dirigiu à frente da turma e disse simplesmente: “O princípio da verificabilidade empírica afirma que há somente dois tipos de proposições significativas: (1) aquelas que são verdadeiras por definição e (2) aquelas que são empiricamente verificáveis. Como o princípio da verificabilidade empírica não é, ele próprio, nem verdadeiro por definição, nem empiricamente verificável, ele não pode ser significativo.” O coiote ficou, por alguns instantes, flutuando no ar. O resto do semestre foi um sofrimento para Geisler, pois o professor da disciplina não gostou nada de seu dia de coiote.
Se com Hume você podia conhecer apenas as coisas empiricamente verificáveis, com Kant você não podia conhecer nada sobre o mundo real. As coisas em si mesmas eram inacessíveis ao homem, pois para conhecê-las ele tinha de receber as informações através dos sentidos e manipulá-las com sua mente, o que constituía um filtro pessoal, que nos isolava da realidade do mundo. Quando você vê uma árvore, aquilo é apenas o processamento mental das informações que chegam ao seu cérebro através de sua visão. Você não pode conhecer a árvore em si, apenas a árvore que aparece em sua mente. Ou seja, os fenômenos da mente podem ser conhecidos, mas não os númenos (ou as coisas em si, o mundo real).
Afirmar que não se pode conhecer nada do mundo real é afirmar que (1) o mundo real existe (como Kant sabe disso? Só ele sabe disso ou tem mais algum iluminado que já tenha notado tal fato?) e, por outro lado, é (2) dizer algo auto-contraditório, pois, a afirmação equivale a saber que o mundo real não é conhecível.
Lembro aqui de Olavo de Carvalho que, em artigo recente, diz: “Quando Kant, por exemplo, afirmava que só conhecemos as aparências fenomênicas, mas não as coisas em si, essa asserção era incompatível com a sua expectativa ingênua de que, partindo de um mero sinal sensível – as letras impressas –, o leitor chegasse a apreender o núcleo do seu pensamento. Se não podíamos saltar dos fenômenos sensíveis às suas próprias substâncias, muito menos conseguiríamos, através deles, captar a substância de uma intenção subjetiva significada por eles – um salto ainda maior do que o requerido para apreender numa aparência de elefante a realidade de um elefante. Se as palavras de Kant significavam alguma coisa, a teoria enunciada por elas não significava nada, e vice-versa. A filosofia de Kant, em suma, era incompatível com o fato de que podíamos lê-la nos livros do autor. ”
Tanto Hume quanto Kant (assim como pluralistas e relativistas) violam a Lei da Não-Contradição e suas tentativas para destruir todas as “religiões” falham fragoros
[1] N.L. Geisler and F. Turek, I Don’t Have Enough Faith to Be an Atheist (Foreword by David Limbaugh), Crossway Books, 2004.
15 comentários:
Bom, as idéias de Kant e Hume não tem consequências apenas filosóficas (Hume era um relativista religioso, e Kant defendia o governo mundial), mas concordo com o Jacques Maritain quando ele nota que a filosofia moderna tem fortes elementos nominalistas. Occam foi o primeiro a aplicar conclusões da linguagem formalizada (em que cada termo corresponde a uma definição) na linguagem que faz referência à realidade. Isso foi um desastre filosófico terrível e uma decadência se comparado à Escolástica. Quase todas as filosofias modernas são nominalistas, colocando uma intansponível distância entre a Inteligência e o Ser.
Agora vem o meu comentário idiota: Kant dizia que era alemão? Não deveria, pois isso não é empiricamente provável. Ter uma nacionalidade significa fazer parte de uma História que você não viu, num país com uma cultura que você não experimenta toda 'em primeira mão', e falar uma língua em que 'Dort' se refere a uma árvore, e não à sua percepção dela. Estou certo?
O cristianismo vivido com equilíbrio pode produzir vida. Se alguiém almeja seguir o Cordeiro terá cristo como referência, alguém de alto padrão moral. Embora seja difícil essa caminhada, vale a pena crer na promessa do Salvador.
Aquele abraço professor
Theodoro
Vou enunciar uma questão que não necessariamente reflete o que eu penso (eu ainda não tenho certeza sobre o assunto): a "tática do coiote" não permite ir muito longe:
Primeiro, porque da intuição de que existe uma verdade não se deduz imediatamente a existência de Deus.
Segundo, porque é possível admitir que exista uma verdade sem saber se é ou não possível conhecê-la, ou que é possível saber apenas que não podemos conhecê-la, como Sócrates considerava saber mais por saber pelo menos que nada sabia.
Sobre os argumentos a respeito da existência de Deus, tenho algumas perguntas: explicar o início do universo com a existência de Deus não é apenas uma forma de empurrar o problema com a barriga? Porque se é inconcebível que o universo pudesse começar do nada, também não é inconcebível que Deus pudesse começar do nada? E se Deus sempre existiu, porque não poderia o universo sempre ter existido?
Caro Afonso,
Sua menção ao nominalismo me lembra de um livro que muito me influenciou ultimamente. Seu título é "Ideas have consequences" e seu autor é Richard Weaver. Eu traduzi aqui no blog o capítulo introdutória desse livro (http://angueth.blogspot.com/2007/01/no-tenho-tanta-f-para-ser-ateu.html). Weaver coloca toda a origem da decadência ocidental exatamente no nominalismo de Occam. Acho que vale pena você ler esse livro que, infelizmente, só existe na versão original.
Um abraço. Antonio Emilio.
Caro Theodoro,
Obrigado pela visita e por suas palavras sempre tão inspiradas.
Um abraço. Antonio Emilio.
Caro Filipe,
A tática do papa-léguas só serva para identificar as afirmações auto-contraditórias, nada mais. É um recurso humorístico dos autores para desmarcarar charlatães travestidos de grandes intelectuais.
Quando à criação do universo, o silogismo que os autores usam é o seguinte:
1. Tudo que teve início teve uma causa;
2. O universo teve um unício;
3. Portanto, o universo teve uma causa.
Deus não poderia ter sido criado, pois ele não tem início, o que contraria a primeira afirmação do silogismo, que, assim, não se aplica às coisas eternas.
Quanto ao universo poder ser eterno como Deus, isso é impossível, pois todas as evidências apontam para a negação de tal afirmação.
Na segunda parte da resenha tudo isso vai ficar mais claro. Vou postá-la brevemente.
Um abraço. Antonio Emilio.
Caro Antonio Emilio, vc conhece alguém que possa ter interesse em publicar uma tradução do livro do Weaver?
Caro Filipe,
Eu tenho o máximo interesse em traduzí-lo. Quanto a alguém para publicá-lo, sou pessimista. Sei que o Olavo tem um grande projeto de traduções de obras importantes para o português, mas ele também não tem recursos.
Eu traduzi o livro de Gene Callahan, Economics for real people, mas não encontro editor. O Instituto Liberal topou publicar o livro, mas não tinha como me pagar pela tradução. Ano passado tentei a Editora da UERJ e não recebi ainda resposta.
Já pensei até em me arriscar e financear uma edição do livro de Weaver e de outros. Mas ainda não criei suficiente coragem.
Um abraço. Antonio Emilio.
Caro Afonso,
Errei o link do texto de Weaver. O link certo é
http://angueth.blogspot.com/2006/09/dissoluo-do-ocidente-uma-introduo.html
Antonio Emilio.
Outro que está na origem da dissolução do Ocidente é o Mestre Eckhart. Os conceitos fundamentais de sua filosofia são:
1. O coletivo é bom, o indivíduo é mau.
2. A História da filosofia é o desenvolvimento do Espírito que pensa na própria História da filosofia.
A sua influência em toda filosofia alemã depois dele seria tremenda, especialmente sobre Hegel e Marx.
***
Senhor Antonio, a Editora Quadrante não publicaria suas traduções? Ela tem vários títulos muito bons...
A respeito de Occanm, muitos usam de má interpretação (ou má fé) a respeito do que ele disse. O seu famoso principio não é um critério para verificar o que é verdadeiro, mas apenas um método para tornar a busca do conhecimento mais barata (uso de menos recursos). Uma verificação do estado do conhecimento ao longo do tempo, em praticamente todas as áreas, mostrará facilmente que a realidade normalmente se mostra muito mais complexa do que supunham os primeiros a fazerem descobertas sobre qualuqer assunto. Mesmo assim, é mais econômico não supor qualquer complicação desnecessária.
Vejo pessoas usando este critério de economia com se fosse um critério de verificação da realidade. Mas o contrário é que é verdade. Geralmente a explicação mais simples é incorreta, embora seja recomendavel passar por ela.
Caro Anônimo,
Acredito que o sr. simplificou (tecnicizou) um pouco demais a importância de Occam. Há quem o coloque como figura central da derrocada do Ocidente, naquela famosa discussão sobre os transcedentais.
Ver, neste blog, "A dissolução do Ocidente: uma introdução"(http://angueth.blogspot.com/2006/09/dissoluo-do-ocidente-uma-introduo.html).
Antônio Emílio.
A filosofia de Occam se baseia no empirismo, ou seja, que só conhecemos o que experimentamos com os sentidos. Nesse sentido, a navalha não é um bom instrumento de investigação, porque de boa parte da História e da cultura, além de outros assuntos mais importantes, sabemos pouquíssmo por experiência própria. Ela até é econômica, mas rejeita os conceitos e entes 'supérfluos', tanto que há filósofos que dizem que Occam acabou coma metafísica. Mas boa parte das explicações da navalha (pelo menos no Brasil) são erradas ou mentem qualitativamente (colocando-a numa perspectiva errada). As consequencias dela são justamente a negação dos universais e da distinção entre intelecto agente e possível, e também negar o valor das espécies para a gnosiologia e a afirmação da existência de entes 'sem as razões para isso'. A sua formulação: 'Não multiplique os entes além do necessário', não tem as consequências 'tecnificadas' que foram citadas.
Senhor Antonio,
Caso o que eu tenha dito sobre a navalha de Occam esteja errado, por favor corrija-me.
Afonso,
Nada a corrigir sobre o que você falou de Occam. Aliás, sou apenas um estudante de filosofia, com uma cultura filosófica muito acanhada e cheia de buracos, como costuma acontecer com autodidatas sem muito tempo.
Sei apenas que algumas versões da navalha de Occam não são exatamente dele. Aprendi no meu Ferrater Mora que a expressão que você cita não aparece na obra do filósofo. O que aparece lá são duas expressões análogas:
1. Pluralitas non est ponenda sine necessitate - não se deve introduzir desnecessariamente um pluralidade;
2. Frustra fit per plura quod potets fieri per pauciora - é vão fazer com mais o que pode ser feito com menos.
Sei também que a relação do nominalismo em si com o conceito da navalha é um tanto complexa e ainda tenho que ler muito sobre isso.
Um abraço. Antonio Emilio.
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