Rodrigo Constantino
“Meu problema com a privatização é de conceito” (Lula)
Poucos acreditavam num segundo turno, entretanto, cá estamos. E o desespero que bateu no candidato Lula foi tamanho que o PT logo se mobilizou para fazer um terrorismo patético, que engana somente os desavisados. Lula agora martela na questão das privatizações, afirmando que Alckmin venderia vários ativos estatais, como se isso fosse terrível para o país. O simples fato de que privatização é usada para atacar um candidato, que tem que vir negar tais “acusações”, mostra como o Brasil está distante do progresso capitalista, onde o Estado não é visto como um empresário. O pior é que ainda culpam o “neoliberalismo” pelos nossos males, aquele que passou mais distante do Brasil que Plutão da Terra.
Lula declarou que não teria vendido as teles nem a Vale do Rio Doce. Pelo visto, se ele fosse nosso presidente antes, ainda teríamos que esperar meses na fila para conseguir um telefone analógico, se tivéssemos sorte. A Vale não seria o ícone de empresa eficiente que é hoje. Simplesmente não existem argumentos lógicos para combater as privatizações. O setor privado sempre será mais eficiente que o governo para gerir empresas. Estado empresário é corrupção certa, além de tudo. O “argumento” de setor estratégico é ainda pior, posto que por ser estratégico é que deveria ficar longe da gestão estatal mesmo. Nos Estados Unidos, existem mais de 30 empresas privadas competindo no setor de petróleo. Na ex-URSS, acharam que o Estado deveria cuidar do setor de alimentos, o mais estratégico de todos, e milhões morreram de fome. Somente um nacionalismo tolo, um estatismo patológico, justificam alguém ainda ser contrário às privatizações. No entanto, Lula usa o tema para fazer terrorismo contra Alckmin, que sequer defende a desejável privatização do Banco do Brasil ou da Petrobrás.
Para alguém mais esclarecido, é estarrecedor ver como o debate político no Brasil está distante do bom senso. Aqui ainda se debate se a Terra é quadrada ou arredondada, no análogo da economia. E o pior é que vence a versão do planeta quadrado! Parte da explicação encontra-se na recente pesquisa do Datafolha. Por escolaridade, 53% dos eleitores com nível superior pretendem votar em Alckmin, o que nega ser um “privatista”, mas ao menos não acha isso um pecado suficiente para usar como ataque ao adversário. Lula fica com 37% dos votos entre os com ensino superior. O que é espantoso, por sinal. Gostaria de saber quais foram as universidades que esses 37% freqüentaram, para jamais mandar minha filha para elas! Na divisão por renda a coisa se repete, e Alckmin receberia 62% dos votos dos eleitores que ganham mais de 10 salários mínimos. Lula teria 31% dos votos dessa turma. Devem ser funcionários públicos privilegiados tentando manter seus privilégios, empresários corruptos que dependem do Estado para vencer, artistas que vivem às custas do financiamento estatal, políticos do “mensalão” etc. Dos que ganham até 2 salários mínimos, 59% estão com Lula. Nesse caso é mais fácil compreender, já que o presidente usa e abusa da máquina estatal para comprar votos com esmolas, fazendo ainda terrorismo de que Alckmin iria cancelar tais esmolas.
Como fica claro, o país está dividido, segregado. De um lado, os menos educados, os mais pobres, os privilegiados e os defensores do atraso. Do outro, ainda que sem um candidato mais adequado, os com maior escolaridade, mais renda, e defensores de um modelo mais moderno, onde o Estado seja reduzido, em vez de ser a locomotiva do crescimento econômico, algo que é impossível sem que um elevado preço seja cobrado depois. De um lado, os que ignoram por completo a questão ética. Do outro, quem fica ainda indignado com tanto escândalo de corrupção, enquanto o presidente se limita a repetir que nada sabe.
O problema do presidente Lula com a privatização é conceitual, como ele mesmo diz. Pois bem, o meu problema com os defensores do atraso é não só de conceito, como prático também, posto que suas jurássicas idéias afundam o país na miséria, seguindo na contramão do progresso. E os defensores do atraso, pelo visto ainda maioria nesse atrasado país, podem conseguir mais quatro anos de poder. Se assim for, não corremos o menor risco de dar certo. É mesmo lamentável...
http://rodrigoconstantino.blogspot.com
2 comentários:
Normalmente esses eleitores são de malditas universidades estatais fadadas ao fracasso e à decadência. Só restarão seus nomes.
Caro Rafael,
Infelizmente, não são só as universidades estatais que estão formando uma raça de esquerdistas. Opa! Esqueci-me de que a palavra raça está proibida pelo sr. Emir Sader, o preparador mor dos esquerdistas.
Também as universidades privadas estão oferecendo o mesmo veneno em doses cavalares para nossa juventude.
Chegou a um ponto tal que o Papa João Paulo II ter de escrever um texto puxando a orelha das PUC´s espalhadas pelo mundo por elas estarem ensinando coisas contrárias ao cristianismo. Ou seja, o C da sigla tinha ido por agua abaixo.
A situação é lametável.
Um abraço e obrigado pela visita.
Antonio Emilio Angueth de Araujo
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