03/10/2017

O velhinho de Virgínia e o terror que causa.

Nunca ninguém foi tão odiado no Brasil quanto é Olavo de Carvalho. Chesterton dizia dos santos algo que se aplica a Olavo: os santos aparecem sempre para dizer coisas extremamente desconfortáveis, mas necessárias, para seus contemporâneos. Aos bobalhões de plantão advirto que não considero Olavo um santo, embora como católico ele esteja certamente consciente da admoestação de Nosso Senhor: Sêde santo, como meu Pai é Santo!

Mas Olavo fala tudo que é desconfortável, tudo que é imensamente impróprio, embora verdadeiro. Que nós somos um país periférico, culturalmente em extinção, que nossos intelectuais não sabem nada (lembrem de Sócrates!), que as discussões públicas são todas inúteis, que nosso horizonte cultural não passa de nosso umbigo, que não há mais produção intelectual e cultural no país, que nossa literatura morreu, que nossa filosofia morreu no berço, que nosso destino está definitivamente comprometido, que não há nada a fazer na esfera pública, por enquanto, etc.

Além disso, esse malvado velhinho, dominou tanto as discussões no Brasil, desde o lançamento do Imbecil Coletivo, que não há ninguém atualmente que não se refira a algum pensamento do Olavo para a discussão de qualquer coisa. Poucos se dão conta disso. Não há discussão séria no Brasil que não se apoie em algum artigo, livro, aula ou ideia do Olavo. Os bandidos sempre escondem a referência, mas no fundo se baseiam em algo dele. Os honestos o citam e são apedrejados. Podem pegar qualquer área: política, filosofia, sociologia, direito, religião, etc. Olavo tem alguma coisa a dizer de tudo isso; não só dizer, mas apresentar uma visão que jamais se viu no Brasil.

Não temos sequer uma ideia da magnitude do Olavo, porque não há quem possa discutir com ele, não há quem seja capaz de fazer uma análise de conjunto de sua obra. Haverá no futuro? Bem, esperemos que sim. Por enquanto há os que o odeiam, e há os que o estudam, o amam, como se ama um grande professor. 

Mas o que mais irrita os nossos pseudo-intelectuais, além da sombra do velhinho que os apavora, é a horda de alunos que ele está formando e que já participa do debate cultural. Cada intelectual inépto tem um olavinho no seu pé. Ah! isso deve ser mesmo insuportável, pois um simples olavinho é mais capaz, em qualquer discussão, que um consagrado e titulado suposto intelectual. Mas como é possível esse miserável velhinho conseguir tal feito? Pois é, isso é insuportável.

O velhinho de Virgínia continua diariamente ensinando, analisando situações, criando uma geração de destemidos pensadores que um dia, quem sabe?, mudará o Brasil.

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