O Evangelho deste domingo, 24/08/2008, na Missa de Paulo VI é Mt. 16, 13-20. Nesse trecho do Evangelho, Jesus diz a Pedro: “Eu te darei as chaves do reino dos céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. Esse poder de ligar e desligar que Jesus transmite a Pedro é conhecido como o “poder das chaves”.
O que nos diz então o Semanário Litúrgico-Catequético, de 24/08/2008, do 21º Domingo Comum sobre o poder das chaves? Num texto inicial da Liturgia da Palavra, o folheto nos ensina que “Deter o ‘poder das chaves’ é ser responsável pela administração de alguma instituição ou organização. Deus pede aos seus representantes seriedade no compromisso de administrar; somente com muito amor podem exercer, com fidelidade, tal missão”.
O que dizer desse trecho do folheto? Vamos admitir a boa vontade de quem o preparou. Vamos admitir que essa pessoa esteja querendo fazer uma analogia que permita às pessoas comuns, talvez sem instrução, compreender o que seja o “poder das chaves”. A comparação é a mais simples possível, o que é bom quando se tenta ensinar algo. Mas há comparações que diminuem tanto a coisa comparada que servem mais para confundir do que para explicar.
É claro que chaves abrem e fecham portas, a questão é saber que portas são essas. Serão portas institucionais? Será a porta do Vaticano? Será a porta da Igreja como instituição? É claro que não! Aliás, é bem ao contrário. A Igreja, como instituição, repousa no “poder das chaves”. É esse poder que faz a Igreja. É a chave que constrói a porta. A Igreja foi constituída sobre Pedro porque a Pedro foi dado o “poder das chaves”.
Esse poder, segundo a longuíssima tradição da Igreja, é o poder de abrir as portas do Céu, que não é instituição, e também de fechar as portas do inferno, que também não é instituição. É por isso que quem se separa da Igreja perde esse poder. Isso é o que nos diz todos os Padres e santos da Igreja. Quem quiser ter uma idéia da Tradição com relação a essa passagem dos Evangelhos, veja a Catena Áurea.
Assim, identificar esse poder apenas como poder institucional é, no mínimo, equivocado. Equivocado quando à natureza do poder e equivocado quanto à natureza do ensino, sobretudo ao ensino catequético. O “poder das chaves” passa dos apóstolos e do primeiro Papa para os bispos e padres, desde então. É preciso que nós leigos católicos compreendamos que isso aconteça, mas é preciso ainda mais que os padres compreendam também. E atenção: o demônio não é funcionário de uma instituição chamada inferno. Não cometamos esse erro fatal!
Na parte essencialmente catequética do folheto, temos um texto do pe. José Bortolini que menciona o fato de que o Messias era esperado como um libertador de Israel do jugo de Roma. Libertador é uma palavra que ele teve o juízo de não usar, pois lembraria uma tal teologia da libertação que espera a mesma coisa de Jesus. Que Ele nos liberte do jugo dos ricos e poderosos desse mundo, via um marxismo chulo. Essa reflexão o padre não fez, claro, sendo ele um modernista empedernido. Mas essa teologia é nada mais nada menos que a herdeira das esperanças de Judas Iscariotes: que Jesus seja o libertador temporal do Israel contemporâneo. Foram as esperanças frustradas de Judas que puseram Jesus no madeiro. É a teologia da libertação que traz tanta devastação à Igreja no Brasil.
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