05/04/2018

Edição Extra das Lições

Comento aqui uma afirmação que poderia estar num artigo final d’O DOMINGO, panfleto revolucionário distribuídos nas Missas de Paulo VI. Ela poderia ter sido dita pelos padres Nilo Luza, Paulo Bazaglia, ou mesmo pela nossa missionária da Amazônia, ex-prefeita de Campinas pelo PT, a Sra. Izalene Tiene. Poderia ter sido escrita em qualquer domingo, mas principalmente na Semana Santa.

Eis a frase: “Quem se aglomerava em torno de Jesus para ouvir as suas palavras? O povo. E quem O crucificou? Os escribas, os fariseus, os doutores da lei, o governo romano, os príncipes dos sacerdotes”.

Podemos imaginar uma sequência de um dos padres mencionados, ou outros: “Pois Jesus veio com um projeto para os pobres, para os desvalidos, e não para os poderosos. Veio para desafiar a ordem estabelecida, veio para fundar um reino de justiça e de paz social, fundamentado na dignidade da pessoa humana”. Esta frase imaginária seria um bom complemento da frase inicial, que é verdadeira. Já-já revelo o seu indigitado autor.

Eu responderia à frase real perguntando o seguinte: e o povo todo gritando “Barrabás, Barrabás”? Houve uma consulta popular feita por Pilatos; houve a expressão da democracia direta. Sim, Pilatos poderia ter salvado Jesus. Mas ele era um democrata (como o são todos os padres modernistas) avant la lettre: afinal, a voz do povo é a voz de Deus, ou não é? E o que dizer de Iscarites, que vendeu Jesus por trinta dinheiros. Era também príncipe, era também poderoso, era doutor da lei? O que dizer de José de Arimatéia, que ouvia Jesus, era um dos seus discípulos, mas não era do povo? Esse padre está tentando nos enganar, como fazem os Luzas e Bazaglias da vida! É tão asqueroso quanto estes.

Hugues Felicité Robert de Lamennais.PNG
Mas a surpresa toda vem agora. Esse padre, esse revolucionário, falou isso em 1834, antes do manifesto comunista, antes do apogeu de Marx, pouco mais de trinta anos depois da Revolução Francesa. Seu nome? Esse infeliz é Felicité de Lamennais, o fundador do catolicismo liberal. Ele publicou essa frase em seu livro, estrondoso sucesso, e referência de todos os modernistas, Paroles d’un Croyant. Sim de um croyant, crente, não de um católico. Crente num deus que não existe, num deus construído conforme suas convicções, como o deus de Lutero.

Lamennais era também homossexual e, aos 33 anos, teve uma relação amorosa com um jovem, Harry Moorman, estudante de 13 anos, em Londres. Hoje, isso seria considerado pedofilia! A relação foi tão tórrida que Lamennais queria levar Harry, à força, para Paris, mas desistiu do intento por aconselhamento do Padre Carron. Será que existe uma relação mais estreita entre catolicismo liberal e homossexualismo? Será que Lamennais foi precursor de outros “movimentos” que também hoje infestam a Igreja? Não sei. Mas fica a observação.

O mal não é definitivamente o comunismo, mas o liberalismo. Eis a minha modesta opinião.

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